domingo, 20 de maio de 2018

VAMOS REATIVAR O NOSSO FORTE... ...



Era uma vez uma floresta equatorial, rodeada de água por todos os lados, inclusive a que vinha de cima, do céu. Os intelectuais da época e os fazedores de mapas de antanho, que moravam do outro lado deste mundo, ainda não a conheciam.

Na opinião daquela intelighentsia ligada a igreja católica e que vivia do lado oposto daqui, depois do oceano, estava o fim do mundo. Isso diziam olhando da Europa para estas bandas de cá.

Disputas ambiciosas já tinham levado a descoberta de umas terras na parte superior da linha equatorial a qual acabou pegando o nome de América. Uns italianos sob o comando da Espanha, tinham chegado a uma ilha, do lado de lá da Europa e a batizaram de S. Salvador.

Estava começando o século XVI, em vez, quando Portugal, concorrendo com a Espanha, descobre o Brasil, mas lhe da o nome de terra de Vera Cruz que depois vira, Santa Cruz e, quando o pau Brasil já estava acabando, o resto do mundo inteiro já a chamava Brasil.

Ninguem tinha ideia do tamanho de todas essas terras descobertas, tanto que, entre Espanha e Portugal ja tinham até feito um Tratado (em Tordezilhas) decidindo até onde iriam as possíveis terras Portuguesas, pois o resto seria todo espanhol.

Na segunda metade de 1500, com a morte do jovem Sebastião, rei de Portugal, a falta de herdeiros, levou-os a se unIr a Espanha, formando assim a União Ibérica: era o tempo da dinastia Filipina. O Tratado de Tordesilhas, nessas alturas perde, praticamente, seus efeitos o que beneficia o futuro aumento do território brasileiro, facilitado pela penetração e consequente expansão de sua área.

Em 1615, depois de terem notado a instalação de ingleses, franceses e holandeses no norte do já conhecido Brasil, inclusive ao longo do Rio Amazonas, parte do Maranhão um grupo da força luso espanhola sob o comando de Francisco Caleira Castelo Branco, para escolher um ponto estratégico para defender a Amazonia.

Aportaram num lugar chamado de Paraná-Guaçú pelos índios, ou seja, numa área rodeada pelo rio Guama e pelo igarapé do Piri (hoje Av, 16 de Novembro) que incluía o alagado que hoje chamam de Tamandaré.

Era o dia 12 de janeiro de 1616  quando, alguns dizem que eles chegaram, e ali constroem a “casa do forte”, a margem esquerda da foz do Piri, chamando-o do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém. A  área entorno foi chamada de Feliz Lusitânia. Antes, porém, tinham escolhido um local onde hoje é Icoaracy, mas a profundidade do rio, por aquelas bandas, ia permitir a entrada de navios maiores, então não era aconselhavel.
O nosso caso foi  diferente dos Estados Unidos, onde o cinema idealizou o território do Arizona, onde   três fortes faziam a linha de frente no combate aos apaches: Forte Whipple, Forte Verde e Forte Apache. Na Amazonia tivemos, mesmo sem filmes, o Forte do Castelo, somente. Desalojar os índios Tupinambá daquela "ilha Pará" foi a primeira função de quem chegou aqui, usando como desculpa que eles, os indios,  ajudavam os franceses. 

Logo começaram a chegar as ordens religiosas e, uma,  em 1626, funda, do lado de la do Piri, o convento de Santo Antonio. Começa a nascer um outro bairro, o da Campina e seus moradores começam a chamar a ilha Pará de Cidade Velha, enquanto nos registros ja era Santa Maria do Grão Pará.  É nessa época que destinam e doam a primeira légua de terra para a nova cidade que depois passou a chamar-se somente de Belém e sua origem, o seu primeiro bairro, ficou sendo conhecido como Cidade Velha.

Hoje podemos dizer que a Cidade Velha é o nosso Forte Apache. LUGAR ONDE HOJE ALGUMAS PESSOAS  LUTAM PARA MANTER EM VIDA O QUE SOBROU DO NOSSO PATRIMÔNIO HISTÓRICO.... Luta essa que continua, muitas vezes em vão, pois todos os que querem vir para cá, não o fazem para defender nosso patrimônio, mas...principalmente para ganhar dinheiro.  Isso independentemente do nivel cultural dos interessados e, daí,  aparecem teorias sem pé nem cabeça e a nossa memoria histórica começa  a mudar de cor...e de rumo.

Ainda bem que a quantidade de turistas estrangeiros, em Belém, não aumenta nem durante o Cirio. Se isso acontecesse, qual historia iriamos lhe contar, além daquela do Cirio? Até a Praça da Sé, a mais antiga de Belém, tem um triste entorno, como exemplo:  a Praça dos leões, ou Pedro II com seu monumento cheio de matinhos e pichações e bancos sem assentos; a do Relogio com seus belos postes...sem suas lampadas e rodeada de caminhões vendendo gelo; a de  S.João, com seu mercadinho alimentar impedindo a passagem dos pedestre; a Felipe Patroni com seu chafariz que virou vaso...

Depois, como contar a nossa verdadeira hIstoria se o Prefeito acabou com a categoria das Bibliotecarias... quem vai cuidar das bibliotecas?. Quem vai indicar os livros de historia, e outros, a quem precisa de informações... se muitos professores, independentemente de titulos pomposos, nem conhecem a nossa historia...??? e muito menos a situação do patrimônio histórico.

Seria o caso de fazer algo, reunindo quem não esta preocupado somente com sua carreira ou em enriquecer. Precisamos  defender efetivamente o nosso patrimônio histórico, que dá emprego a tantos sem obter nada em troca... 

Mercado de S.Braz

Monumento Praça D.Pedro II
Praça do Carmo incendio sito arqueológico
Calçadas
Banco Pça D.Pedro II


QUE TAL ATIVAR UM FORTE DE DEFESA DA NOSSA MEMóRIA HSTORICA..???

2 comentários:

José Ramos disse...

Como já escrevi em outro comentário de post semelhante. Esse post de denúncia é importante, pois também é registro. Infelizmente, não há político ou poder público que acredite que possa mudar essa situação particular. Toda demanda apresentada à Prefeitura, quase invariavelmente é aceita e se torna uma ação. Na palavra que se perde ao vento, porque na prática, às vezes começa e logo para, não termina. Quantas coisas já foram ditas, projetos, planos, e nada chega ao final. Exemplo: o BRT, que um dia terá de ser concluído, mas o tempo que leva é absolutamente anormal, excessivo. Uma cidade não aguenta isso. É muito prejuízo. Então, imagine o que sobra de força e interesse pelo patrimônio histórico. Só vai mudar quando o governo do Brasil mudar, quando o povo participar, acreditar, ter novamente esperança. Enquanto isso não acontece, todos se acostumam com o caos, com as dezenas de mortes por mês, com enchentes. Essa é a realidade.

Aninha... disse...

Eu me entristeço muito com o estado lastimável que se encontra nossa cidade, especialmente o centro histórico. O PAC Cidades Históricas creio, está perdido nos meandros da burocracia, da falta de empenho para sua efetivação, da falta de prioridades. Nem lembro mais quantos anos espero por ver o belíssimo cemitério da Soledad revitalizado. A Capela Pombo é outro exemplo. A UFPA é a proprietária mas até agora o projeto de recuperação ainda não saiu do papel. Espero não morrer antes...