quarta-feira, 28 de junho de 2023

O HACKER E O LIVRO DA CIVVIVA

 No dia 11 de janeiro de 2008, por ocasião da comemoração do primeiro aniversário da Civviva, constituímos o Laboratório de Democracia Urbana “Cidade Velha-Cidade Viva”. Este blog ia fazer companhia aquele chamado CIVVIVA, já existente. As duas linhas editorias eram diferentes.


                                                                      A direção da CIVVIVA

O lançamento do blog aconteceu no Auditório João Batista da Assembleia Legislativa, em presença de cerca cem convidados.  Na ocasião foi realizado um Seminário para discutir e avançar propostas finalizadas à recuperação do ponto de vista civil, urbanístico, social e econômico do nosso bairro.

Cerca de quatro anos depois , um hacker, não sabemos porque, resolveu cancelar todos os artigos deste blog, e recomeçar as publicações com datas a partir de 2012. So fomos notar esse abuso tempos depois ao precisarmos de um artigo escrito em 2008.

O hacker salvou alguns artigos e começou a datar a partir da  sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012. O artigo inicial era sobre as Ruinas de engenho de açúcar – Trem da Jamaica, de autoria do Prof. Dr. José Francisco da Fonseca Ramos.

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2012/02/um-trem-da-jamaica-aqui-em-santa-maria.html

Resolvemos contar isso porque em maio de 2008 comunicamos neste blog da Civviva que através do Laboratório de Democracia Urbano, estavamos organizando, juntamente com o Grupo de Memória e Interdisciplinaridade da UFPa, uma oficina de produção de textos sobre a Cidade Velha. A pre seleção dos candidatos seria feita no fim de junho e as aulas teriam inicio no fim do mês de agosto, durariam três meses e seriam ministrada pelo jornalista e escritor Oswaldo Coimbra, pos-doutor pela USP em narrativas criadas com pesquisas históricas, no campo do jornalismo. Terá sido esse trabalho, util ao bairro e aos estudiosos, que preocupou o hacker?

Quinze anos atrás se apresentaram mais de 130  candidatos e se inscreveram na oficina, onde as idades variavam de 11 a 77 anos. Não somente estudantes, mas médicos, advogados,  faxineiros, donas de casa, sapateiros, aposentados e por aí vai...De surpresa, dia 21 de junho ganhamos o PREMIO INTERNACIONAL UTOPIE CALABRESI e no dia  27 demos a noticia dos aprovados... e o hacker nos seguindo e se preocupando...

Todas as noticias a respeito da oficina e do livro despareceram do blog, mas pescamos no da CIVVIVA, a relação dos aprovados que ingressaram na Escola de Escritores – Oficina:
ALFREDO GARCIA NETO, ANA CAROLINA BEZERRA, ANNA LUIZA CRAVINHOS MESQUITA DE OLIVEIRA, APOLO MONTEIRO BARROS, BÁRBARA MORAES DE CARVALHO, CAMILA DA FONSECA ARANHA, DANIELA CORDOVIL CORREA DOS SANTOS, DIEGO GESSUALDO SABÁDO DE SOUZA ENDERSON GERALDO DE SOUZA OLIVEIRA, ESRON LIMA JÚNIOR, FABRÍCIO DE MIRANDA FERREIRA, FABRIZIO GEAN GUEDES, FLORA CRISTINE DA COSTA, HELLEN KATIUSCIA DE SÁ, HUGO NASCIMENTO, IVANILCE SANTOS DA SILVA, JACIRA MAGALHÃES PESSOA, JOSÉ MARIA AZEVEDO COSTA, KELVIN SANTOS DE SOUZA, LAÍSE OLIVEIRA LOBATO, LEILA RAMOS VIEIRA, LUCIVAL JOSÉ PINHEIRO DA COSTA, MARCELLI DE CÁSSIA MONTEIRO SANTA BRÍGIDA,MONIQUE MALCHER DE CARVALHO, PAULA SILVA JESUS DE FIGUEIREDO,RAFAELA GENTIL COIMBRA DE OLIVEIRA, RAMON NEVES VIEIRA GOMES, REINALDO SILVA SANTANA, RUTH FARIAS DA LUZ, SALIM JORGE ALMEIDA SANTOS, SILVANA DE FÁTIMA COELHO MERABET, SÍLVIO PEDRO GOTTARDO, SUELEN LIMA DOS SANTOS, TARCISIO CARDOSO MORAES, VERA LÚCIA SANTOS DOS SANTOS,WILLIAM CRISTHOFILE DA SILVA PEREIRA,  WALTER LUIZ JARDIM RODRIGUES.








OS ESCRITORES AUTOGRAFANDO



                       
                                    E OS CONVIDADOS



A apresentação do livro foi no dia do segundo aniversário da 
CIVVIVA  12/01/2009... e foi um sucesso, apesar do hacker.



Continuamos sobrevivendo, eticamente e lutando pelo respeito das leis...

domingo, 18 de junho de 2023

OUVIDORIA DA SEGUP

 Esta semana tivemos uma grata visita. Em comitiva recebemos a Ouvidora do  Sistema Estadual de Segurança Pública, Liliane Barbosa  (SEGUP/SIEDS); Lidiane Tenório - Assistente Social (3°Sargento Da PMPA)e o advogado Mário Amoras, do setor jurídico da Ouvidoria.

"A ouvidoria é um órgão vital para o Sistema de Segurança, principalmente, porque ele contribui para a garantia da proximidade com a sociedade, com maior participação da população, o que estamos priorizando desde o início de nossa gestão", foi o que disse numa reunião Ualame Machado, presidente do Consep e titular da Segup. 

Ficamos sabendo, então, que o Ouvidor tem a atribuição de ouvir demandas, encaminhar às instituições parceiras e acompanhar as denúncias, reclamações e elogios feitos pela sociedade à segurança pública no Estado, garantindo o atendimento tanto ao agente quanto a sociedade civil diante de qualquer necessidade. Saber disso nos incentivou a levantar os problemas do bairro, onde moram tantas pessoas de idade.

Vieram ouvir e também ver de perto os problemas  que os moradores da Cidade Velha tanto reclamam: poluição sonora; uso das praças e das calçadas inclusive como estacionamento; a presença de carretas nas ruas estreitas dessa área tombada; buracos nas ruas e outros exemplos de incivilidades cometidas há anos.

É evidente a dificuldade de usar as calçadas, e não somente porque estão sendo ocupadas abusivamente por algum comerciante, mas porque desniveladas, quebradas e cheias de degraus feitos a causa do aumento do asfalto no meio da rua que leva as calçadas a ficarem num plano inferior e a chuva a entrar nas lojas... sem esquecer o lixo na parada do onibus.


Quem usa carrocinha, seja com crianças que com anciães, não consegue usar a Dr. Assis a causa dos  vários desniveis que existem. Na Dr. Malcher, para citar outro caso, são as entradas nos porões que foram transformados em garagens, que impedem juntamente com os postes, o uso das calçadas pelos cidadãos.

Precisa andar a pé pelas ruas da Cidade Velha para saber também quais mercadorias vendem as lojas que existem nas ruas próximas ao rio. É aqui que os ribeirinhos compram material de construção, aparelhos e motores para barcos e para trabalhos agrícolas. Por isso as carretas entram no bairro tombado e estacionam, com  a devida autorização da SEMOB, onde temos a sede da primeira prefeitura de Belém e a igreja do Carmo. Trazem azulejos, pisos, revestimentos, material elétrico, barcos, remos e tudo mais para o trabalho...na beira do rio.

Os problemas mais evidentes, são outras pessoas “de fora” que trazem, em  muitos casos. Festas nas praças  e igrejas que, na maior parte dos casos servem para pessoas de outros bairros... sem a presença de banheiros quimicos, substituidos pelas portas e muros das casas.  Não somente festas de santos, mas casamentos, por exemplo, sem estacionamento adequado para os convidados... e o Auto do Cirio, desde seus ensaios, cuja poluição sonora vem juntar-se aos trios elétricos que estacionam diariamente em frente a Alepa.

Locais que usam aparelhos de reprodução eletro-acústica em geral, e que muitas vezes usufruem de calçadas e praças para colocar seus clientes barulhentos é motivo de muitas reclamações. E as normas em vigor proíbem a localização dessas atividades em zona de silencio ou residencial... 

Precisa viver no bairro para conhecer seus problemas...ou informar-se através de maiores contatos com os moradores. A presença de uma Ouvidoria já é um passo enorme em direção da resolução de boa parte dos problemas... e nos  esperamos  que esse nosso encontro comece a dar resultados. 

Fomos informados da importância de denunciar os abusos afim dos vários órgãos terem condições de saber como e onde agir. A importância fundamental do Disk  100 e do 181 nessas ações, depende de nós. Na ocasião, nos foi recomendado pela Ouvidora que sempre formalizássemos as denúncia e anotássemos o n° de protocolo.

O respeito das leis é já um grande passo verso a civilidade e aplicando  as sanções previstas pra os mais irresponsáveis se começará  a completar aquela educação que propomos há anos que seja feita nas escola: EDUCAÇÃO AMBIENTAL, PATRIMONIAL e do TRANSITO. Isso ajudaria muito na  conscientização da população e no desenvolvimento do sentido de pertencimento e de comprometimento com busca pelo bem comum, e por uma sociedade mais justa.

Apreciamos e agradecemos a disponibilidade dos representantes da Ouvidoria e desejamos bom trabalho... juntos. 

Ótimos resultados para a cidadania é o que almejamos.


sexta-feira, 2 de junho de 2023

O ESTACIONAMENTO DA PÇA. DO CARMO

 

Na Praça do Carmo, além da Igreja e do ex colégio do Carmo, se encontra também a sede da Associação de Moradores da Cidade Velha – CIVVIVA. Nesses seus dezesseis anos de vida, entre as lutas travadas, as mais recorrentes foram relativamente a: insegurança, carnaval, Auto do Cirio, poluição sonora, estacionamento, uso das calçadas, passagem de carretas, cores das casas...

Começamos logo em 2007, quanto a insegurança no bairro, doando quatro bicicletas para ajudar a Policia  Militar nessa labuta... conseguindo bons resultados até que o governo estadual mudou e  pouco a pouco essa experiência parou.

O problema principal do carnaval, em vez, era a falta de banheiros públicos durante o uso da praça,  que levava os carnavalescos a usar as portas das casas para suas necessidades físicas.  Depois, as cervejarias  financiavam a festa na praça, mas ninguém lembrava de vir limpa-la depois dos eventos. Outros motivos de discussões até que conseguimos obter resultados

Os blocos que usavam a praça do Carmo, eram aqueles típicos do carnaval paraense composto de bandinha e mascarados, até o momento que, mudando o  prefeito, autorizaram os trios elétricos na área  tombada.  É quando a poluição sonora chega com quatro pés na Cidade Velha, seguida dos abadás.

Os blocos tradicionais foram praticamente expulsos da Cidade  Velha: copiar o carnaval da Bahia era de moda, pois os abadás rendiam muito mais.  Assim os nossos bloquinhos com mascarados desaparecem pouco a pouco.

Nesse meio tempo alguns locais noturnos descobriram a orla e os portos situados na Siqueira Mendes, começaram a funcionar de noite também, mas  com outras funções...  Onde, porém, estacionar os carros dos clientes? Primeiro foram as calçadas de liós a se transformarem em estacionamento noturno, mas, a medida que os locais ficavam famosos o numero de clientes aumentava e aquele espaço enorme da Praça do Carmo, atraia os clientes mais incivis a o usarem como estacionamento.

Começa uma nova luta. A praça e seu entorno, além dos carros , se enchia de “flanelinhas” .  Alguns até fantasiados com as cores dos órgãos públicos.... que deveriam estar ali, mas não estavam.  Os locais, porém, talvez para tranquilizar seus clientes ao saírem dos “portos”,  a noite alta, colocaram umas pessoas “posudas ” vestidas de preto... que vigiavam tudo, andando de um lado para outro na praça.

Discute daqui, briga de lá, o Iphan sugere ao Prefeito a colocação de “balizadores” nas quatro praças que seriam revitalizadas antes do fim do seu governo. Dito e feito, todas quatro: do Carmo, Relógio, D. Pedro I e Mercês tiveram sua porção de balizadores, plantas e iluminação a beça.

No dia da inauguração da praça do Relógio, já não se encontrou nenhum balizador. Não deu  nem tempo de fotografa-los onde foram colocados. A Praça do Carmo foi inaugurada dia 26 de novembro e pouco a pouco começaram a desaparecer as plantas.... Depois da mudança  de  prefeito, a partir  de janeiro, uma a uma desaparecem as  lâmpadas e depois a fiação elétrica, que era enterrada...

Feito isso, sobravam os balizadores, e a vigilância quando aparecia  as 9 horas da manhã, a bem pouco ou nada servia, porque quem delinque so aparecia depois da meia noite. Deviam ser bem uns cem os balizadores que cercavam toda a praça do Carmo. Por onde começar a... confisca-los ?

 A Siqueira Mendes foi a rua escolhida, e desaparece o primeiro, quase em frente ao bar  mais antigo da praça. Depois foram para a frente do ex colégio do Carmo... e assim em abril de 2022 desapareceram os últimos: em frente a sede da CIVVIVA.

Evidente a demonstração de total desinteresse pela defesa do patrimônio. Viamos, de manhã , horas após os furtos, chegaram os Guardas ou Policiais que nem se preocupavam de verificar, ao menos, o que tinha desaparecido... e muito menos os estragos feitos pelos  skatistas que se encontravam ali. E NADA FOI FEITO, para desespero dos moradores.

Alguns meses depois, voltando tarde da noite para casa vimos alguns carros estacionados onde não deviam. A praça passou, praticamente, pouco mais de um ano,  apenas, como tal. Os  clientes  dos locais noturnos da Siqueira Mendes, voltaram a estacionar na praça, pois nenhum  balizador foi  recolocado...em nenhuma das praças e nenhuma vigilância noturna foi prevista, em algum modo.

Com pesar vemos estes dias, em vez, uma Kombi  colorida, estacionar na Praça do Carmo, no mesmo lugar onde os notívagos o fazem. Na porta dela está escrito: PREFEITURA. No outro dia, uma ambulância também ficou estacionada a manhã inteira perto da escadaria da praça, enquanto a Kombi não estava presente. O QUE SIGNIFICA ESSE COMPORTAMENTO? Será um aviso para quem defende a praça? Depois vimos esses dois veículos emparelhados perto da escadaria, no centro da praça.







- Dos jornais vemos a defesa de 70 decibeis por arte de órgãos municipais,  contrariamente a quanto previsto  nacionalmente para a luta contra a poluição sonora que estabelece em 50/55 decibeis em Belém.  (O municipo pode até legislar a respeito, mas no respeito e tendo como base normas técnicas editadas e atualizadas pelos orgãos normatizadores:ABNT e IMETRO )

- Quanto a tranquilidade pública, vemos autorizarem locais que produzem todo tipo de rumor a menos de 200 m. de hospital, templos,  escolas... e que funcionam, quando bem entendem, com  os alto-falantes instalados de modo que irradiam os ruidos  para a área externa, ou seja não poderá ser efetivada verso  áreas  públicas (https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2017/08/a-proposito-de-bares-restaurantese.html).

- Nas calçadas vemos de tudo, menos o pedestre... A que serve o Código de Postura, se é tão ignorado ? (aliás foi modificado com  decreto n.º 26.578 de 14 de abril de 1994 , artigo 52 e seguintes, o que resulta ser, além de nulo,  um enorme equivoco interpretativo) (https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2016/02/as-calcadas-segundo-o-mpe.html).

O que dizer ? Que foi totalmente inútil defender a praça do Carmo... ou que é inútil perder tempo com o patrimônio histórico ?

O que pensar ? Que é realmente uma utopia desses “velhos” a preocupação que  tem em defender, gratuitamente, a nossa memória histórica ?

Por que defender as leis quando elas, aqui,  não tem valor e nem algum sentido ? Basta verificar o controle que fazem... se fazem.  Descobrimos, porém, que “... o dever de probidade tornou-se mandamento de observância obrigatória aos agentes públicos do nosso país,...”  mas quem põe em prática, ou controla isso em Belém?

Como não duvidar que essa indiferença do poder público ante as  propostas, as contribuições  dos cidadãos visando o debate,  a defesa do patrimônio histórico e o atendimento de demandas de  interesse público previstos em lei,  demonstre uma conduta tão desrespeitosa, que suscita especulações sobre os verdadeiros propósitos e intenções de quem nos governa.

                                             ESTAMOS DESOLADOS.  

                 ACREDITAVAMOS VIVER NUMA DEMOCRACIA.

       

                                       ...as favas o patrimônio  e as  LEIS, né ?

 

Dulce Rosa de Bacelar Rocque

Presidente CIVVIVA