sexta-feira, 24 de novembro de 2017

A EX TRAVESSA DA VIGIA



Esta era a Trav. da Vigia, de uns vinte anos atrás. Uma das primeiras ruas da Cidade Velha  que, inicialmente, chamou-se  Rua das Rosas e depois, Rua da Residência. O jornalista Carlos Rocque, um dia, teve a ideia de homenagear seu pai e mudou o nome de Vigia, para o atual... e logo se arrependeu do que tinha feito, pois tinha mexido com aquela memória histórica que ele tanto defendia.  Outros também não gostaram, mas ficou por isso mesmo.

A medida que os anos passavam, mais se notava o abandono e decadência daquele “beco”, onde um navio abandonado servia para ”festas”... pouco ortodoxas. As casas daquele pedaço de rua que ia da da Siqueira Mendes até a beira do rio, mudaram de proprietário algumas vezes e um belo dia vimos aparecer um portão. Foi ai que começou uma briga.

A Cidade Velha, entre a Praça da Sé e a Tamandaré, tinha tres ruas que acabavam na beira do rio: a D. Bosco, a Joaquim Távora e a Trav. Felix Rocque. Nos anos setenta, a D.Bosco já tinha um posto de gasolina para barcos que depois incendiou e começaram a aparecer palafitas naquela beirada. Ninguém criou obstáculos assim muitos parentes de um funcionário que não recebeu seus ordenados, vieram de Igarapé Miri ocupar aquela beira de rio.

 Nos anos noventa, a Joaquim Tavora já tinha sido fechada com um portão e de nada adiantou ações, empurrões e ponta-pés, que o portão não se abriu... A ultima beira de rio que tinha sobrado na Velha Cidade Velha era a da trav. Felix Rocque, abandonada e mal usada e aquele portão parecia uma ameaça. Com ele ali,  a visão do rio e da ilha das Onças estava ameaçada, mesmo se não sabiamos quanto.

"No inicio de 2013, a firma que comprou o prédio situado no canto da Siqueira Mendes e cujos fundos acabam na beira do rio, começou a ocupar a calçada da Felix Rocque. Denuncias foram feitas e por algum tempo os trabalhos foram suspensos. Um veiculo, porém, ficava sempre estacionado na entrada do "beco" que dava ao rio, evitando assim que 'curiosos' entrassem."  ( http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com.br/2015/12/era-uma-vez-o-tac-da-felix-rocque.html )

A empresa conhecida como Praticagem da Barra ia construir uma oficina naquela beira de rio e, para evitar abusos e roubos, decidiu fecha-la. Alguns cidadãos, conhecendo as historias das outras beiradas, resolveram verificar de perto essa historia e deu no que deu: aqui uma cronistoria dos fatos  http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com.br/2015/05/o-que-mandamos-ao-mpe-sobre-tv-felix.html.

Vários embargos foram feitos; varias modificações no projeto, também, e agora começamos a ver o resultado dessa luta. Não é bem o que pedimos, mas não podemos negar que está muito melhor do que antes.

Mesmo se as obras ainda não acabaram,os problemas ja começaram a aparecer. De fato, algumas pessoas iniciaram a  usar a parte debaixo da ponte ...de forma indevida.


O "beco" hoje
O"beco" visto do alto



A oficina vista da ponte
Assoalho do primeiro andar.


Vista da janela da Siqueira Mendes


Vista da janela do 'beco'.

domingo, 12 de novembro de 2017

RESULTADOS CONCRETOS


Insistimos, insistimos, e novamente, insistimos, e algum resultado acabamos vendo
Não ações ocasionais, mas continuas, gerando assim  resultados concretos.
Quem dera que durasse nos anos...

Desde o dia 20 de setembro passado, quando iniciou um trabalho de equipe na Cidade Velha
( http://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com.br/2017/09/resultado-do-choque-dde-ordem.html ) que vemos, de forma mais evidente e em vários momentos do dia, a presença e a ação das nossas forças de segurança neste bairro.

Ao longo dos ultimos anos, a falta de vigilância permanente de nossas ruas e praças, levou a modificação do uso do territorio pelo povo. As calçadas e praças se transformaram em casa de moradores de rua e em estacionamento de veículos dos que estão em melhor situação de vida...






Durante as vésperas de feriado e nos fins de semana, viamos e ainda vemos as calçadas de lios mudarem seu uso. Imposivel encontrar uma calçada disponivel para os pedestres em todo o entono das nossas tres igrejas tombadas: Sé, Carmo e S.João. Durante a semana, em vez, são os letrados que frequentam o Tribunal, o MPE, a Alepa, a Prefeiiura, etc, etc, a faltar com respeito ao nosso Patrimônio.

Mas não somente a Siqueira Mendes, a Dr. Assis, a Felix Rocque, a Joaquim Távora, a praça do Carmo, de S.João e da Sé, eram depredadas. A Rodrigues dos Santos, por exemplo, também tem frequentadores de rua que não tem horario para ir dormir e deixar os outros dormirem...



Depois do inicio do Choque de Ordem, tivemos uma reunião na Fumbel em presença de várias secretarias municipais, onde, além dos problemas criados ao nosso Patrimônio Histórico, por eventos quais o carnaval, o Auto do Cirio e o Arrastão do Pavulagem, outros problemas foram afrontados, como:  estacionamento nas calçadas e praças, poluição sonora e ambiental...

Após essa reunião, vimos aumentar a presença de forças da ordem no território: seja a PM que a GM. Vimos, por exemplo, a Rondac retirando quem estava se arrumando durante o dia para dormir sob os bancos da praça, em frente ao Colégio do Carmo. Vimos a Semob multando quem estacionou nas calçadas da praça do Carmo durante os fins de semana; vimos os carros guincho retirando veiculos estacionados nas ditas calçadas da praça do Carmo, durante a noite. Vemos, em vários momentos do dia e da noite, a presença ativa, deles, no bairro, e agradecemos.

Essas ações servem para lembrar aos cidadãos, que a cidade é de todos, mas existem regras a serem respeitadas. Que o 'direito de ir e vir' deve acontecer no respeito das normas.  Alias, muitas dessas regras são totalmente desconhecidas, a ponto de ter gente  que pensa  poder bater tambor a qualquer hora do dia ou da noite, como acontece na praça do Carmo, em frente de igrejas, durante as missas ou casamentos. Os clientes agem, fora do estabelecimento...não sabemos se por ignorância das normas; por prepotência ou mera provocação.

É justo lembrar também, a quem autoriza eventos, que, ao esquecer de aplicar o que as leis estabelecem (ex. art. n.63 e 81 do Código de Postura), está ajudando a aumentar a destruição do nosso Patrimônio e a desordem.

Talvez fosse oportuno que um documento com regras da convivência civil fosse divulgado na área tombada, explicando porque determinadas ações não são permitidas no Centro Histórico. Deveria constar, inclusive, o problema da passagem de carretas, a qualquer momento; os danos provocados pelos fogos durante a saida das noivas apos o casamento numa igreja tombada, e tantos outros pontos de defesa da nossa memoria historica, até  que fazer algazarra também dá prisão...

Esperamos que essa presença no nosso territorio continue e que os resultados sejam tais que a população comece a entender que a Cidade Velha não é terra de  ninguem.