quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Um verso para Landi


RECEBEMOS E PUBLICAMOS

ANTÔNIO JOSÉ LANDI

Da Bolonha para o Brasil,
Veio para a Expedição,
Arquiteto e desenhador hábil,
Contribuir na fundação.

Suas obras se misturam,
Entre o Barroco e o Neoclássico,
Em Belém ainda perduram,
Fazendo a história do espaço.

Como obras memoráveis,
São João, Mercês e Sé,
Patrimônios formidáveis,
Que enriquecem a fé.

Se o projeto realizou,
A então Belém portuguesa,
Correndo aprovou,
Conferindo singela beleza.

Sendo sempre interrompidas,
As obras da Catedral,
O Landi tomou a partida,
E logo chegou ao final.

Na Belém Barroca,
O Landi fez a história,
Toda gratidão é pouca,
A quem nos deu memória.

Muito foi abandonado,
Ficando as obras ao descaso,
O pensamento tem mudado,
Por conta de um turismo ao acaso.

Ressentida pelo abandono,
Está a Igreja do Carmo,
E como ela a Capela Pombo,
E como fica o Tombo no caso?

Da cúpula octogonal,
De o frontão triangular,
O pináculo piramidal,
Que vieram para ficar.

E na história com tantas riquezas
O que resta é agradecer,
Ao homem que nos deu as belezas,
Que hoje podemos ver.


(Autor: Patrícia Ventura).
Livro: Frases, Versos e Poesias...Um brinde à vida. À venda na livraria Rosa dos Ventos ao lado da Panf. Hollywood na Almirante Barroso.

OBRIGADA PATRICIA

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DE QUE MODO O CIDADÃO PODE CONTRIBUIR PARA A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ?

(http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=PreservTomb&file=perguntas)

A Constituição Federal é clara, chamando a atenção para o papel da comunidade junto ao poder público, conforme Art. 216, V, § 1º: " O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro(...)".
Portanto, qualquer cidadão tem o direito de solicitar o tombamento e outras formas de proteção dos bens que considere de valor histórico, artístico, arquitetônico, ambiental ou afetivo para a sua cidade: casas, monumentos, áreas, ruas, praças, bairros, áreas verdes, etc., cabendo aos órgãos técnicos a apreciação dos pedidos e o desenvolvimento dos estudos necessários.
E mais, em seu art. 5º inciso LXXIII, a Constituição também nos diz que: "qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência".
Além disso, a Lei nº 7.347, de 24 de julho de1985, que disciplina a ação civil pública, dispõe no seu artigo 6º: " Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção".
E, mais que isso, a mesma lei permite que instituições, governamentais ou não, e associações comunitárias proponham a ação civil pública, visando à punição dos responsáveis pelos atos lesivos ao patrimônio cultural e natural, cabendo inclusive a exigência de reparação dos danos causados.
Mas, de um modo geral, qualquer atitude de respeito para com a coletividade e para com a cidade traz em si um valor positivo que, sem dúvida, ajuda a preservar o que há de melhor no lugar em que se vive:
Não depredar monumentos nem equipamentos urbanos; não jogar lixo nas ruas; denunciar ocupações em áreas de proteção ambiental ou de risco, ou quaisquer outros danos à natureza e ao espaço urbano; protestar contra construções ou intervenções que interfiram no equilíbrio da paisagem; não desmatar sem autorização dos órgãos públicos.
Essas são algumas sugestões às quais poderiam se somar muitas outras, compondo uma longa lista. Sobretudo, é preciso ter sempre em mente que cada cidadão pode contribuir mais do que imagina para a preservação do patrimônio cultural coletivo e para a conservação e melhoria do espaço onde trabalha e mora, e que as leis dependem do respeito e da vigilância de todos nós para serem cumpridas.

.................

Depois de ter seguido essas sugestões descobrimos, com pesar, que, bem poucas vezes se tem um resultado idoneo.

domingo, 25 de setembro de 2011

Bienal do Espaço Público

Realizou-se em Roma no mês de maio passado a Bienal do Espaço Público. A intenção era abrir o debate e construir no tempo um observatório permanente sobre as condições de saude do espaço publico.

Essa Bienal foi promovida por um Instituto da região Lazio, pela Universidade de Roma Tres, a Casa dell’Architettura, a Cornell University, e muitas outras organizações mesmo não academicas.
Os temas enfrentados e a participação de mais de 1.000 pessoas, demonstraram o grande interesse que se estabeleceu entre estudiosos e leigos, sobre o argumento.

Emergiu a relevância do litoral, onde o espaço público assume uma dupla face. A requalificação do “ waterfront urbano” e sua regulamentação resultou atualíssima.

A relação publico/privado no uso do waterfront urbano e praias agredidos pela crescente categoria de construtores bem pouco sensíveis a tutela do ambiente e aos direitos de uso coletivo de um bem comum como as áreas ribeirinhas, também foi debatido intensamente e sem demagogia.

..............

A bienal não era reservada somente a Expert. Foi exatamente isso que qualificou mais ainda o debate: os problemas de quem mora numa determinada área foram debatidos com quem os estuda.

A minha preocupação permanente é exatamente a ocupação abusiva, desordenada, sem critérios, etc. que vejo acontecer aqui. Me pergunto: em que condições de saúde está o nosso espaço público?

Vejo o nosso 'waterfront urbano' jogado as baratas; cada um faz o que quer no território e Deus o livre ir proibir, ir se meter ou tentar melhorar... Barraquinhas nascem diariamente na Praça do Carmo; o jogo de bola continua quebrando carros e ninguem tem coragem de fazer algo; os carros estacionados nas calçadas; bicicletas na contramão; a baixada do Carmo foi até tombada...

Aqui o "espaço publico" é de alguns, somente... alias, daqueles, muitos, que nem sabem o que quer dizer a palavra “público”, e os outros que se danem.


Dulce Rosa Rocque

sábado, 24 de setembro de 2011

UMA CARTA ATUALISSIMA

Em 2007, preocupados com a insegurança na Cidade Velha, pedimos "socorro" as autoridades de então, enviando um abaixo assinado.

Nestes ultimos dias a insegurança no bairro voltou a nos preocupar. Infelizmente, isso não resulta oficialmente pois, sabe la por qual motivo, bem poucas pessoas fazem o Boletim de Ocorrência, o que falseia a real situação de nossas ruas. Os esforços de quem cuida da nossa segurança não resultam suficientes, talvez a causa do inadequado aumento do numero de policiais destinados a esse fim.

Pela atualidade da nota resolvemos publica-la. Vale para os atuais governantes. Alias, alguns ainda são os mesmos de então.

Boa leitura.

----------------------

Exma. Sra.
Ana Julia Carepa
D.D. Governadora do Estado do Pará

- Exmo. Sr.

Dulciomar Costa

D.D. Prefeito de Belém

-Exmo. Dr.
Geraldo de Mendonça Rocha

D.D. Procurador Geral do

Ministério Publico do Estado do Pará

- Exmo. Sr.

Luis Carlos Ruffeil

M.D.Comandante Geral daPolicia Militar do Estado

- Exma. Sra.

Ângela Sales

M.D. Presidente da

Ordem dos Advogados do Brasil

Seção Pará

-Exma. Sra.

Ellen Margareth da Rocha

M.D.Comandante da

Guarda Municipal de Belém


Prezados Senhores e Senhoras

Com a presente, moradores, comerciantes, estudantes, religiosos e demais usuários do bairro da Cidade Velha, vem muito gentilmente solicitar a atenção de Vs. Sas, relativamente ao aumento da violência no bairro mais antigo da cidade de Belém.

Devemos dizer, inicialmente, que após a criação das duas policias especiais - Rotam e Rocam - com a finalidade de reforçar o combate ao crime organizado, aumentou o patrulhamento motorizado diurno, do bairro. De fato, cada duas/três horas, automóveis com policiais passam por algumas ruas da Cidade Velha.

Isso, infelizmente, porém, não levou a redução da delinqüência (entendendo por “delinqüir” toda infração às leis, falta, crime ou delito, com ou sem arma) o que se está verificando na verdade é uma redução das denuncias. Desiludidos, depois de vários assaltos sem ver solução, a maior parte dos cidadãos de bem, não procura mais as delegacias para “dar parte”, o que leva a falsear as estatísticas.

Além do mais, temos a impressão que o crescimento populacional nos últimos anos não teve adequada correspondência no aumento do numero de policiais e guardas destinados à nossa segurança. Neste caso pensamos que não somente os cidadãos, mas os policiais também devam ter seus direitos garantidos, tais como salários compatíveis com o perigo no enfrentamento dos delinqüentes, compreensão por parte das autoridades ou Comissões ligadas aos Direitos Humanos, no que tange a real situação de vida destes policias, a lhes garantir, dentro da legalidade, respeito e autoridade de agentes protetores da sociedade.

Assim sendo, preocupados por tanta insegurança, anexo a esta, enviamos cerca de 3.000 (três mil) assinaturas recolhidas de casa em casa, de loja em loja, nos colégios e bares da parte histórica da Cidade Velha. Todos, sem exceção, tinham um ou mais casos para contar; todos pedem ajuda; todos querem segurança; todos gostariam que, o bairro que deu origem a nossa cidade, tivesse a atenção que merece.

Das 18 horas até as 7,30 da manhã é impossível, não somente aguardar a chegada dos ônibus nas paradas, mas também andar por qualquer rua do bairro. Nesse horário se multiplicam os assaltos. A partir do meio dia de sábado, com o fechamento das lojas comerciais e a diminuição do trafego de ônibus, caminhões, etc., as ruas ficam a mercê de quem entende delinqüir. As praças perderam seu uso tradicional, viraram campo de futebol. O medo de sair de casa, é um fato concreto. O aparente sossego presente nas ruas vem a demonstrar o receio do morador de sair de sua residência por pavor do que possa acontecer. É justo viver nessas condições?

Somos conscientes que a violência não acontece somente na Cidade Velha. Aqui, como em outros bairros, as necessidades são iguais. Em vez de diminuir, alias, aumenta o clamor por uma maior atenção no campo da segurança pública, em toda a cidade.

Gostaríamos que as Vossas atenções se dirigissem, portanto, para o que os cidadãos pedem. No nosso caso, durante a coleta de assinaturas, duas sugestões foram dadas: a volta do PM Box para a Praça do Carmo e guardas ou policiais pelas ruas, 24 horas por dia. Somos três mil cidadãos a pedir isso, e pensamos ter todo direito.

Certos de podermos contar com a compreensão e providência de Vs. Excias, agradecemos,

Cordialmente.

Assinado por:

Pe. José Gonçalo Vieira (Cura da Sé)

Pe. Genaro Tesauro (Diretor Colégio do Carmo)

Dulce Rosa Rocque (Pres. CiVViva)

Flavio Nassar (Fórum Landi)