sábado, 6 de janeiro de 2018

MAIS UM CARNAVAL


2018 começou...e o carnaval na Cidade Velha vai se repetir. Depois de varias reuniões com orgãos públicos municipais e federais, cujo fim era evitar danos e problemas a pessoas e coisas, teve inicio o carnaval da área tombada...
Uma semana antes lavaram as praças, limparam os bueiros para preparar terreno para esse assalto de incivis.











Sabado, até as 15 horas, a praça do Carmo estava vazia e o silencio reinava estranhamente. Em frente a igreja, transenas a defendiam. Nenhum carro estacionado ao redor da praça, até que um parou na porta da minha casa e eu fiquei esperando para ver o que aconteceria. O motorista saiu do carro fechou a porta...e eu olhando ele ir embora. Em menos de um minuto ele voltou e perguntou  "atrapalho aqui". Lhe perguntei como fez a entrar na praça e acrescentei que  os moradores não podiam deixar os carros na porta das casas... e ele respondeu, apontando para o canto da Siqueira Mendes, "foi aquele senhor do DETRAN que mandou eu estacionar aqui...eu disse pra ele que trabalho no A..."  E eu respondi: mas foi decidido que nenhum carro podia ficar na area de passagem dos blocos, tanto que ja guincharam até carros de moradores... e ele, todo apressado respondeu: vou la falar com ele. E não sei se voltou, mas um carro se vê nas fotos, em frente a minha casa.

Policia, Guarda Municipal, ambulância, uma tenda da Proteção Civil, banheiros quimicos compunham o panorama da Praça do Carmo, meu ponto de observação. Pouco a pouco começaram a chegar os jovens e as 16 horas começaram a tocar (75 decibeis), na trav.  D.Bosco.

A quantidade de gente aumentou rapidamente e o "caminhão' que não devia ser trio elétrico, começou a andar, em direção da igreja, tombada, do Carmo.


Tal caminhão, ia bem devagar , tocando, altissimo, musicas bahianas. Sua altura de nada diferenciava  a de um trio elétrico. Começou a chover e notamos que seus lados eram cobertos com uma lona....

Dobrou o canto e entrou na Siqueira Mendes, contra-mão. A chuva aumentou e logo alagou o meio da praça, para felicidade da molecada, que começou a se banhar na lama.
Quando chegaram em frente ao bar 'Nosso Recanto ", pararam e a musica também parou.... Passavam alguns minutos das 17h... imaginei tivesse dado prego, mas, meia hora depois,  voltou a andar, mas não tocou mais musica. Levou os carnavalescos para o local fechado previsto para maior divertimento.  

Muita gente ficou na praça, onde menores de idade faziam o que bem queriam, sem que alguem do Juizado da Infancia e Juventude, ou do Conselho Tutelar tomasse alguma providencia (mesmo fora do periodo carnavalesco isso acontece). As 19 horas  a praça ja estava praticamente vazia... na D.Bosco,










e, um pouco menos na Joaquim Tavora.















Nas outras ruas, os bebados permaneciam nas  portas dos bares, dançando e cantando. No Camilão, na Rodrigues dos Santos, uma rua muito estreita, onde qualquer barulho é amplificado, onde moram varias pessoas de idade, os clientes não foram dispersos  imediatamente.
As 20 horas, porém, a Policia tomou providencias, mas na praça do Carmo, alguem ligou a musica do carro e o bum-bum-bum se ouvia do outro lado da rua...e o regae, ou similar,  continuava alto do lado da igreja do Carmo, mesmo depois das 23 horas. Um caminhão passou com varias transenas... será que serão repostas amanhã,  novamente?

A chuva ajudou na limpesa, mas vimos varios catadores a retirar as latinhas e garrafas que os incivis jogavam  no chão, talvez por falta de lixeiras em todo canto, ruas e praças.

Fazendo um balanço do primeiro dia,  e confrontando com os anos anteriores, não foi negativo. O esforço para ser melhor do que nos anos passados deu resultados, mas não o bastante para defender a permanência do carnaval na porta de igrejas tombadas e em ruas cheias de pessoas de idade.
Outros fins de semana virão e algo se pode ainda melhorar, mas para as pessoas precisa de mais tempo...

OBSERVAÇÕES: 
1 -Parabéns a ajuda que o Conego Roberto Cavalli está dando a nossa luta. Finalmente a igreja decidiu defender seu ´patrimônio'.
2- A Aldeia Cabana foi feita com nosso dinheiro para receber esse tipo de manifestação. Por que inventar de usar outros locais que não tem a devida estrutura ?
3- A Poluição sonora provoca vários danos, não somente a saúde de pessoa e animais, mas ao patrimônio histórico que a Cidade Velha hospeda e que deu motivos a um tombamento que todos  parecem desprezar ao permitir eventos cujos ruidos superam os  70 decibeis.

É o caso de pensar nisso: queremos ou não salvaguardar, proteger, defender, preservar o que sobrou do nosso passado?

PS: as dez horas da manhã de domingo estavam varrendo as ruas. Muito bem.


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