quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

ASSIM NÃO VALE...


FALAMOS DA ÁREA TOMBADA E DAQUILO QUE ESTÁ ACONTECENDO COM NOSSO PATRIMÔNIO HISTÓRICO.

Ja estavamos horrorizados com as cores fortissimas que estão cobrindo prédios da Cidade Velha salvando a memória não se sabe de quem e, de repente aparece no jornal a noticia de que o Presidente da ACP, que deveria cuidar dos interesses dos Comerciantes, se alarga e propõe a mudança da área tombada, imagino, pelo Iphan, pois o Centro Historico foi tombado ha muito tempo pela Fumbel e ninguem reclamou...


Paramos para pensar o 'por que' dessa idéia malsã e nos perguntamos, aflitos: 
- será que ele conhece o tamanho da área tombada na Cidade Velha?
- Será que aquela meia duzia de ruelas são assim tão influentes no desenvolvimento economico da cidade?
- será que sabe que as mercadorias que os riberinhos vem comprar na C.V. não se encontram nos shopings, nem na Braz de Aguiar?
- Será que a intenção é derrubar o Palacete Pinho, como fizeram como Grande Hotel, e fazer, quem sabe um Motel?

Muitas perguntas nos fizemos imaginando que o interesse era "comercial', e não, em vez,  fazer casa para quem mora na baixada do Carmo, ou estacionamentos para os clientes dos locais ja existentes, inclusive na área não tombada.

Enquanto  nos preocupavamos com isso, chegaram varias fotos do retro da Casa das 11 Janelas...



 





Continuavamos a olhar as fotos, que eram muitas, e outras perguntas nos faziamos e pouco a pouco chegavam as respostas...
- O projeto éda Secult e foi aprovado na Fumbel e Iphan, ou seja, pelos orgãos de preservação do patrimônio...

Outras observações vinham a tona: 
- Por anos funcionou super bem sem essa excrecência;
- Mas há que se entender os contextos dos monumentos e a paisagem cultural do entorno para acrescentar algo assim...

Outras perguntas nos fazemos: o tombamento dos prédios não deve servir para impedir, legalmente,  a sua destruição e descaracterização? Isso que estão fazendo não descaracteriza a obra? 

Como  moradores e proprietários de casas na Cidade Velha, em vez, ficamos admirados e chateados, ao ver o que os outros conseguem obter, enquanto nós, nem um banheiro podemos melhorar; nem um assoalho podemos modificar; nem substituir as esquadrias de madeira com aquelas de aluminio... E nos vem em mente quando, na época do recente restauro da Igreja do Carmo, depois do telhado pronto,  obrigaram a trocar todas as telhas porque "não conformes". Pensam que não vemos que o metro usado nem sempre tem cem centimetros?

Dai nos perguntamos: Mas o tombamento não serve para salvaguardar nossa memoria? E por isso muitas vezes calamos. Esses orgãos de preservação, não servem, em vez,  para defendê-la, preserva-la, conserva-la?  Como então autorizam coisas que são contrárias ao que dizem  as leis? 

Reconhecemos a nossa dificuldade em entender tais comportamentos , principalmente com as leis em mãos e usando corretamente o sentido que as palavras citadas nas leis devem ter: defendersalvaguardar, preservar,  proteger,  conservar além de garantir, promover, incentivar e recuperar o nosso patrimônio cultural e ambiental.


O QUE ESTÃO FAZENDO, ENTÃO, COM O  NOSSO PATRIMÔNIO?

A amiga  Rose Norat é da opinião que : este é um caso triste em que, não se soube, a meu ver, compreender a importância do bem isoladamente e em conjunto.


Um comentário:

Pedro do Fusca disse...

No dia 24 de novembro estive no Restaurante que fica no prédio 11 Janelas e pasmo fiquei com uma obra de um "puxadinho" em estrutura metálica nas varandas deste prédio mais que centenário penso que com intuito meramente comercial com o beneplácito da atual Secretária da SECULT e Diretoria IPHAN. No dia seguinte com fotos fui até a sede deste Instituto que pensava que ficava na Governador José Malcher com Benjamim Constant e lá encontrei um prédio abandonado, em ruínas que até pouco tempo era um prédio suntuoso recuperado e entregue a este Orgão e colhi informações de um sapateiro nesta Avenida para onde esta repartição estava e la estive e falei com uma pessoa que me disse que era a Diretora e fiz ver a ela o absurdo que estavam fazendo no Complexo Feliz Luzitânia com esta construção e para surpresa minha tive como resposta que o IPHAN tinha autorizado tal obra que era um contraste do novo com o velho, em franco desrespeito com este Prédio e com o patrimônio da Cidade Velha, cobrei tambêm o abandono do Prédio em ruinas que o Iphan usava até pouco tempo e como resposta obtive que a Vale esta empresa que explora o Pará e o Brasil recuperará este Prédio do Iphan. Como os dirigentes de um Orgão que não cuida do seu patrimônio pode ter bom senso em dar autorização para obras em outros prédios históricos? É o que dá colocarem tanto na SECULT e IPHAN dirigentes provavelmente por indicações políticas.