segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O suicídio do fotógrafo Felipe Augusto Fidanza


Não tem nenhum motivo especial para fazer está homenagem ao fotografo Fidanza, somente a descoberta de um site de onde reproponho este artigo:

O suicídio do fotógrafo Felipe Augusto Fidanza (c. 1847 – 1903)

http://brasilianafotografica.bn.br/?p=4274#comment-53608


Aconselho a leitura do artigo acima. Nos conta algo da vida do fotografo Fidanza que teve seu studio, na Pça das Merces, no inicio da atual rua Sto. Antonio.
 "Até hoje pouco se sabe de sua vida antes de sua chegada ao Brasil, em fins da década de 1860. Em 1º de janeiro de 1867, o Diario do Gram-Pará publicou o anúncio : “PHOTOGRAPHIA, ao largo das Mercez , nº. 5, Fidanza & Com”, o que prova que nessa época ele já estava estabelecido no Pará. 

Não se sabe o motivo do seu suicidio, jogando-se do navio que o trazia com a familia para Belém, em 1903. Sabe-se porém que,  "Cinco meses após sua morte, seu estúdio foi leiloado por sua viúva. Teve diversos proprietários, dentre eles os sócios Georges Huebner (1862 – 1935) e Libânio do Amaral (?-1920).  Segundo o jornalista Cláudio de La Rocque Leal, o estabelecimento fotográfico sob o nome “Fidanza” fez parte da história até 1969. "


1875 porto de Belém

Depois de ver suas fotos, me se confirmou a ideia de que a fotografia apareceu, também, para colmar um vazio que existiu até meados de 1800, relativamente aos não nobres; aqueles que não galgavam as altas esferas; aqueles que faziam trabalhos não considerados dignos de relevo, mesmo se eram a base da sobrevivência . .. dos outros.

Ver as fotos que Fidanza fez de tanta gente simples, me fez vir em mente uma palestra que assisti em Bolonha de um luminar da arte, que não lembro o nome porém, somente que era bolonhês, e morava na Estrada Maggiore, num prédio de 1300...

Ele falou da mudança de ‘personagens’ e ‘ambientes’ nas pinturas do século XIX. Mostrou uma das primeiras pinturas italiana que mostrava a vida fora dos muros de Bolonha, na rua, não em um jardim bem tratado ou numa floresta privada... Ninguem importante aparecia no quadro. Tudo acontecia num terreno baldio, do lado de fora da cidade, onde os ‘personagens’ trabalhavam ao ar livre e algumas crianças brincavam...

Essa imagem me veio em mente, pois ele disse também que os pintores eram contratados e viviam a vida inteira em casa de ricos e/ou nobres, para pintar a família em diversos momentos de suas vidas e idades. Não é que existiam lojas de quadros, mas ateliers, sim. Lembrei logo do Landi que tinha uma vontade enorme de encontrar um trabalho assim, e não conseguiu nem aqui... daí transferiu seus interesses para o que dava dinheiro.

Vi paisagens sem muitos atrativos para aquela época, mas que para nós, hoje, contam  por   exemplo, como era o Murutucu, que foi de Antonio Giuseppe Landi.

187? Engenho de açucar do Murutucu


187? Olaria do Una

Lembrei também da quantidade de quadros que vi nos vários museus que visitei pelo mundo afora, pouquíssimos dos quais não eram poses de ricos e nobres, a cavalo, ou a pé; sentados ou em pé.  Até então os pintores ousavam, ao máximo, retratar bebuns em mesas de bar, ou pouco mais, quadros esses, porém, bem pouco representativos para a sociedade da época  para serem vendidos facilmente. Hoje tem valor pois podemos ver os costumes e, inclusive comportamentos e a roupas de uns e de outros.

Fidanza fotografou tipos sociais diversos.”  De fato vi as fotos de mulatas, índios, negros, cafuzos, enfim, fotos de ilustres desconhecidos, de quem fazia os trabalhos pesados. Serviam para cartões postais, pois: “Para tornar essas fotografias, que vendia, exóticas, utilizava adereços e construía cenários”.














“Destacou-se por sua produção de retratos e também pelo registro das paisagens e documentações do início do desenvolvimento urbano de Belém e de Manaus, ocasionado pela riqueza do ciclo da borracha. “



  




















Vale a pena ler esse artigo.  
http://brasilianafotografica.bn.br/?p=4274#comment-53660

 A nossa pintora Feio, também deixou alguns quadros de gente do povo, de trabalhadores de sua época... e são lindos como as fotos do Fidanza. ESTÃO NO ARQUIVO DO MABE.





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