domingo, 14 de setembro de 2025

ACESSIBILIDADE E POLUIÇÕES EM BELÉM

    (segundo  a terceira idade...)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), idosos são os indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, em países desenvolvidos, e 60 anos ou mais em países subdesenvolvidos. No Brasil, a população acima de 60 anos, em 2021, representava cerca de 14,7%, ou seja, 31,23 milhões de pessoas. 

Com a conquista do aumento da longevidade pela população, certamente o censo demográfico realizado neste ano mostrará uma nova realidade, com significativo aumento deste percentual. 

Não sabemos quantos são os anciãos no Pará, mas sabemos que o corpo muda com o passar dos anos, enfraquece, perde densidade óssea, que pode levar à osteoporose; as células vão se degenerando e ele vai perdendo parte das funções, inclusive motoras. Levando em consideração essa realidade, criamos  um grupo na Cidade Velha, chamando-o de Joelhos de Cristal, pois foi formado num local onde senhoras do bairro praticam Pilates.

Na primeira oportunidade fomos festejar essa fundação, indo assistir um espetáculo no Theatro da Paz. Chegamos as 18h30, e ficamos na fila esperando a abertura da bilheteria, as 19h.., em pé. 

O trabalho dos bilheteiros é feito manualmente: pedem nossa carteira de identidade e copiam os dados necessários num formulário, e depois, anotam o que interessa, no ingresso. 

Seria conveniente saber que uso fazem dessas anotações, porque mais da metade dos trinta e poucos cidadãos que tem direito a esse acesso gratuito, e frequentam com regularidade os eventos do teatro, inclusive os eventos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e da Amazônia Jazz Ban (AJB) vêem se repetir essa coleta de dados, todas as vezes.

Este é o número de bilhetes que usei estes ultimos 3  ou 4 anos frequentando nosso teatro:

Utilizar uma cópia dessa relação já ajudaria a diminuir o tempo de espera... visto que mais ou menos somos sempre os mesmos...Daí esses anciãos que precisam retirar pessoalmente o ingresso ficam esperando, sempre em  pé, a abertura do teatro..., o que não é possível para pessoas que  têm certas  comorbidades, mas que têm o direito de acesso aos pontos e eventos culturais da cidade, mas que acabam sendo excluídos. 

Daí começam outros problemas: a acessibilidade. A escadaria, linda, já amedronta as pessoas da terceira idade, mas podem ter acesso a platéia (onde ficam os lugares reservados às pessoas com direito à prioridade) por três outras escadas de, ao menos, uns cinco degraus, cada uma...!!!

E quem depende de cadeira de rodas? Fica sem acesso ao teatro, pois nunca descobrimos um modo de ... chegar ao palco, nem onde fica o elevador. Não encontramos indicações a esse respeito. 

Daí, decidem de mudar o horário de retirada dos bilhetes..., esquecendo o vai-e-vem incômodo que provocam a essas pessoas idosas, o que pode lhes impedir de usufruir do direito que todos têm de acesso a pontos de eventos culturais, pois devem retirar pessoalmente os ingressos.

O teatro não é o único local que, na prática, impede quem tem algum problema de locomoção. Os bares e restaurantes também são proibitivos para pessoas idosas ou com locomoção limitada, o que é uma situação injusta, e até, passível de ser considerada ilegal.

As calçadas também são um perigo. Cada vez que recapeiam as ruas, sobem de ao menos uns dez centímetros a altura do leito da estrada, com camadas superpostas de asfalto. É vergonhosa a altura do asfalto na frente da Casa da Beira, no Ver-o-Peso, e os vários degraus que atravessam as calçadas da área tombada da Cidade Velha. 



















Para evitar que a água da chuva invada as lojas quando chove, os proprietárjos cobriram com cimento as pedras de liós, para evitar alagamentos nas lojas... e assim naascem esses degraus, naa Dr.Assis, por exemplo.

Então, as garagens abertas no andar térreo dos casarões da área tombada, se agregam aos problemas de acessibilidade, inclusive a estreiteza das calçadas, agora ocupadas, também por postes que ocupam quase toda a largura da calçada; além de venda de comida e mercadorias de lojas, e materiais de trabalhos/consertos de motores de barcos ou bicicletas..., proibindo assim, o uso de cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê…



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Daí, passamos a poluição sonora, descumprindo todas as normas em vigor a respeito de salvaguarda de igrejas, colégios, hospitais, etc. 24 horas por dia, vemos e ouvimos os abusos, autorizados, por funcionários que desprezam as leis ditadas pela democracia. É desse modo que quem nos governa tem o  intuito de civilizar os cidadãos? Se conversassem conosco, cidadãos, iriam descobrir o que queremos e precisamos realmente... afora essas domingueiras.

Quem avalia a conduta desses funcionários que violam as leis, autorizando o que não devem? Por accasso são obrigados por alguem a se comportar assim? E os decibelímetros a que servem? Será que temos algum que funciona? A DEMA e o DPA os usam? Quando?  Nunca os vimos na CIDADE VELHA nem em lugarees onde o Arraial do Pavulagem e o Auto  do Cirio,  dão lições de incivilidade.

Seria oportuno atualizar a luta contra a poluição sonora, começando com a instrução de quem ganha um ordenado para cuidar disso. Defenderíam nosso patrimônio histórico, e os cidadãos, apenas respeitando os artigos de leis como os do Código de Posturas..., o que não vemos acontecer.

O lixo que atrapalha o uso de calçadas, também é uma vergonha...e a área tombada pelo IPHAN, e que ficou fora das melhorias para a COP30,  demonstra como interessa a salvaguarda, defesa e proteção do nosso patrimônio... e dos cidadãos.

Somente autorizar festa em praças e pelas ruas desrespeitando as leis, deseduca mais ainda nosso povo. Continuarão  fazendo isso durante a COP30? Será que podem cuidar desses problemas antes de novembro? Muitos funcionários deveriam ir estudar as leis, para aplica-las... ou estão obedencendo ordens contrárias?

Em 1° de outubro, é comemorado o Dia Internacional da Pessoa Idosa, uma data em que devemos reverenciar todos aqueles que chegaram à terceira idade, e contribuíram de uma forma ou de outra para a construção de uma sociedade civilizada. Também é um dia para conscientizar sobre as necessidades deste público, e das questões que afetam os idosos, destacando-se a necessidade de serem tratados com respeito, proteção, e cuidados. 

São direitos que defendemos... e insistimos, apesar de não darem nenhuma atenção a respeito.

Não se melhora a autoestima das pessoas, ignorando essa realidade..., nem se prepara a cidade para a COP30, esquecendo os direitos de grande parte dos cidadãos.



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