PREOCUPAÇÕES
(Arq Pedro Paulo dos Santos)
Um operário trabalhando nas obras de restauro do Cinema Olympia, e que tem certo conhecimento e sensibilidade sobre a relevância da preservação do patrimônio cultural, histórico e artístico; confidenciou sua preocupação quanto a certos detalhes no andamento das obras naquela histórica edificação.
Segundo ele, a derrubada de paredes dos corredores laterais dos dois lados, e a ocupação desses espaços, tornará bem mais estreito o espaço destinado à sala de exibição.
Foto: @belemontemehojeEssas decisões deveriam ser precedidas de prévias discussões com representantes legítimos dos segmentos sociais interessados. Afinal, trata-se de um bem público municipal, tombado, e de interesse para preservação.
O referido operário relatou também que considera preocupante a falta de visitas mais frequentes de prepostos do IPHAN, para fiscalizar as obras, o que pode suscitar desvios no andamento dos serviços.
É indispensável a participação de IPHAN, SECULT, e FUMBEL na aprovação, fiscalização e controle de qualquer intervenção no Centro Histórico de Belém, e até em edificações pontuais, fora da área do Centro Histórico, mas de interesse para preservação.
Ademais, há fortes especulações de que a PMB vai entregar a gestão do cinema para inciativa privada, ou seja, um desvirtuamento da natureza atual, como um cinema público, e todas as suas implicações de uma instituição que se destina a oferecer serviços e atividades ao público em geral, de todas as classes sociais.
Nesse caso, como ficariam os programas gratuitos voltados à educação cinematográfica que eram executados há vários anos, tais como, como "A Escola Vai Ao Cinema" e "A Universidade vai ao Cinema"? A empresa privada que assumiria a gestão do Cinema Olympia teria interesse em manter as atividades gratuitas, ou passaria a cobrar por elas? Essas supostas intencões de mudanças no gerencianento e funcionamento do Cinema Olympia não seriam de surpreender, considerando a orientação neoliberal do atual prefeito de Belém.
Ainda em 2024, durante a gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, a PMB convocou uma visita técnica às obras, aberta ao público. Bem diferente da conduta do prefeito Igor Normando; em cuja gestão não há a mínima transparência, porquanto, até então, ele tem tomado inúmeras decisões, sem nenhuma consulta ou discussão préva, com segmentos sociais interessados.
Essa situação é incômoda, injusta e imoral, porque ignora a prevalência das demandas do interesse coletivo, e aparentemente, atende a interesses desconhecidos.
Isso tudo é preocupante. Afinal, o atual gestor da PMB tem se destacado como um prefeito predador, porquanto, já extinguiu ou desmontou a Fundação Escola Bosque de Outeiro, a SEMOB, a FUMBEL, o Restaurante Popular, e o programa Bora Belém, entre outras maldades. Aliás, quanto a extinção da FUMBEL, devido a falta de transparência que caracteriza a gestão atual, nada foi divulgado sobre o destino das atribuições do DEPH, que estava na estrutura organizacional da fundação ora extinta.
Enfim, esse desastre administrativo deveria provocar demandas no MPPA, visando investigar e apurar os fatos, e evitar prejuízos à população, e ao patrimônio da PMB.
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