Para os ex alunos do CEPC
No último dia 28 de junho, o Colégio Estadual Paes de Carvalho completou
180 anos de sua fundação. Foi criado com o nome de Liceu Paraense, em 1841,
através da lei 97 de 28 de junho, no governo de Bernardo de Souza
Franco, presidente da Provincia do Pará. Mudou de nome, anos, mais tarde,
depois da revolução de 30, e passou a se chamar Ginásio Paraense. Mais un anos
e, uma lei federal transformou os ginásios em colégios, e a instituição passou
a se chamar assim como o conhecemos hoje: Colégio Estadual Paes de Carvalho, ou
simplesmente C.E.P.C.
Eu entrei depois de um exame de admissão feito em 1956. No salão
onde faziamos recreação tinha uma escada de madeira, em "caracol",
pela qual me apaixonei e a admirava pensando em um dia usa-la. Isso não
aconteceu pois nunca a consertaram. Do lado de la, no salão que dava a
frente para a praça, faziamos aula de "canto". As outras aulas
eram nas salas do andar de cima.
Sai em 1963 para fazer vestibular para a faculdade de Economia, em
fevereiro de 1964. Entrei menina e sai, já mocinha e perdi de vista as colegas pois
cda uma foi para uma faculdade diferente: ainda não existia o “campus
universitário”.
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Cabe, neste
momento, uma correção, em relação a um equívoco, que tem propiciado as mais
variadas discussões, que é sua verdadeira data de fundação. Uma informação
errada repetida na mídia, diz que é 28 de Julho. Para isso, evocamos Geraldo
Mártires Coelho, historiador, que ratifica sua fundação, a 28 de junho, sendo,
sua efetiva instalação (ou funcionamento), trinta dias, depois, a 27 de julho.
Razão pela qual, talvez, haja o conflito, que é relativamente recente, e teve
início, segundo documentos do próprio CEPC, por volta do final da década de 70.
Para esta
data, porém, em face da pandemia e dos decretos de afastamento, a instituição
fez realizar, com apoio de um grupo antigos alunos, uma singela cerimônia, em
seu Salão Nobre, onde, na ocasião, lançou-se o livro “Como foi salvo o CEPC”,
que registra o cotidiano da última reforma pela qual passou a instituição, onde
o referido grupo desempenhou papel fundamental, que culminou com uma solenidade
de reinauguração pomposa e emocionante.
Em seguida,
os presentes assistiram a um vídeo de pouco mais de uma hora, de um sarau
virtual, dedicado a sua ilustre ex-professora, saudosa, Maria Luzia Vela Alves,
sob direção-geral do professor Edmar Holanda, seu atual diretor, e do Professor
Raymundo Roberto Neves, ex-diretor do vetusto educandário-mor dos paraenses.
Sarau
virtual das obras poéticas da ilustre professora de canto orfeônico do Colégio
Estadual Paes de Carvalho, Maria Luzia Vela Alves, falecida no início da década
de oitenta, tendo deixado um legado memorável, no velho casarão e na vida de
seus ex-alunos, que guardam, vivas, as suas lembranças.
Austera e
exigente, Vela Alves escondia, dentro de si, outra face da mesma mulher, que
era sua doçura e paixão a vida, que a levaram a escrever quarenta e duas poesias
que falam de amor, saudade, amizade, além de algumas pitadas de protesto, no
que tange à reforma realizada no prédio do CEPC, por ocasião da posse do então
Governador Alacid Nunes. Algumas das poesias, ela dedicou a seu grande amigo e
colega, de quem foi Vice-Diretora, Raymundo Roberto Gonçalves Neves.
Neves,
quarenta anos após a morte da homenageada, decidiu tornar públicas, suas
composições, que estavam em sua posse, como forma de honrar sua memória,
aproveitando o âmbito das comemorações dos cento e oitenta anos do CEPC. E,
pensando numa produção que preservasse o distanciamento social, convidou os
ex-alunos de épocas muito remotas, Camilo Delduque e Sandro Destro Lima, para
produzirem os vídeos, onde ex-alunas de Vela Alves declamam suas poesias, emprestando
suas próprias experiências, vividas ao lado da professora-artista, como
catalizadoras da saudade.
https://youtu.be/sgG3CmqCb78
Delduque e
Destro, decididos a dar a mais ampla visibilidade à data, incluíram, no
projeto, falas de professores atuais, como de seu diretor, além de seus
próprios testemunhos. E o resultado, singelo, porem cheio de amor, culminou com
uma sublime catarse poética, em que se celebra a memória de Vela Alves, tendo o
CEPC, como pano de fundo, onde o tempo, inafastável senhor de tudo,
"corre, veloz".
Roberto
Neves
Camilo
Delduque
Sandro
Destro Lima
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