Vamos falar um pouco
de programação do território?
Vamos falar do aumento
de atividades na Cidade Velha?
Vamos falar de ética e
transparência?
Não, não ousaremos
tanto, mas de qualidade de vida é o caso de falar, sim.
Estamos cada vez mais
preocupados com o fim que vai levar a Cidade Velha. A proposta de lei que
aumenta de 19 para 40 metros o gabarito as construções é ja um sinal de alarme,
mas não é o primeiro. Várias outras coisas estão sucedendo sem que ninguém tome providências
sérias, apesar dos nossos solitários protestos.
Temos uma área
histórica a ser preservada, defendida, salvaguardada: como o fazer? Como o
fazemos? Aumentando gabaritos. De forma abusiva, além de tudo? Autorizando
atividades que mais prejudicam do que ajudam a preservar? Usando desculpas de aumento
da oferta de trabalho, que na verdade é mais abusivo do que legal?
Ja começaram a falar
de um Centro Cultural que vai ser instalado na Praça do Carmo. Mais um ‘local’
para vir dar ‘vida’ a Cidade Velha. Com um nome pomposo, tal CCC, programado
por quem nem mora na Cidade Velha, com certeza e, também, com certeza ignorando
as leis, como todos os outros, esperamos que traga consigo algo de bom para seus vizinhos. Será que vão se preocupar com as necessidades
dos moradores? Vão providenciar estacionamento? Ou vão usar as calçadas? Ou será que vamos, nós que pagamos o IPTU, ter
somente que suportar mais uma queda da nossa qualidade de vida?
Lemos também que foi
validado o contrato de locação do Boteco
das Onze. Uma atividade autorizada num local dos mais velhos da cidade, que faz
música, mas que temos dúvidas que respeite as normas relativas a poluição
sonora. Será que as aparelhagens musicais que de vez em quando tocam ali não
fazem trepidar aqueles velhos muros? Quem validou o uso desse local, agora que
a área é tombada também pelo IPHAN, colocou alguma clausula de salvaguarda dessa nossa ‘memória
histórica’. Enfim, gostriamos de saber como estão defendendo
esse nosso patrimônio histórico
Ignorar as leis não é
um problema somente daquela pessoa que quer investir seu dinheiro para fazer
render, mas também do funcionário público que, ao autorizar uma determinada
atividade, o faz sem respeitar as leis em vigor e nem pensar no que pode
provocar dita autorização para quem mora no entorno ou para os imóveis ali
existentes. É falta de programação territorial, isso.
Vamos passar por cima
do aumento do transito que essas autorizações provocam sem que nenhuma
providencia seja tomada. É o caso, porém, de falar de estacionamento para os
veículos dos clientes. Esse é um dos grandes problemas que notamos ao
aparecerem novas atividades na Cidade Velha. O funcionário público pode até pretender uma determinada cota de vagas, o
investidor pode até declarar que tem, mas ninguém vai verificar se é verdade.
Quem perde é o morador/pedestre que, mesmo pagando o IPTU, vê as calçadas
ocupadas por carros, não mais so de dia, mas de noite também. E a lei que prevê
o estacionamento, quem controla o respeito? E fica por isso mesmo.
Alguém se preocupou,
um dia sequer em verificar quantos estacionamentos
tem para os clientes dos locais situados entre a Praça da Sé e a do Carmo? Alguém ja contou quantos locais
noturnos, principalmente, existem nesse perímetro? Quantos são os locais
autorizados na Praça da Sé, quantos são os da Siqueira Mendes, quantos são os
da Praça do Carmo? Quantas vagas de estacionamento tem para tantos clientes?
Porque quando estão abertos fica impossível transitar pelas ruas e praças do
entorno, então?
Gostariamos de saber onde
estão os estacionamentos para os clientes de todos esses locais, autorizados e situados na área entre
a Praça da Sé e a do Carmo. Onde vai ser o estacionamento dos clientes do CCC? Será
que a lei conta como estacionamento as ruas? As calçadas? Não cremos seja
assim.
Qual o funcionário
público que deve responder por esta falta de respeito das leis? Deve ter alguém
que permite que isso aconteça. Quem cobra dele? Ele tem um ‘chefe’, ou é ele
seu próprio chefe? De quem é a
responsabilidade disso?
Outro problema é a falta
de vigilância. Essa grave falta é provocada pela total ausência de planejamento,
programação e respeito das leis. Todos ignoram que,ultimamente, cada nova atividade autorizada
traz, além dos próprios clientes, outras atividades, completamente abusivas
para os arredores. Os flanelinhas, os ambulantes , as mesinhas vendendo comida na porta das lojas, são algumas delas, mas não
só, tem outras mais graves ainda. Todas tranquilamente ignoradas.
Transformados em donos
das ruas, os flanelinhas, praticamente, vivem de extorsão de dinheiro dos automobilistas pois, bem
raramente, tomam conta de algo mais que as vagas que aparecem para estacionar.
Usam ‘cones’ como se fossem da CTBel, para delimitar suas ‘ propriedades’ e o
morador que se arranje. Quem permite isso? Cadê os orgãos de controle? Cadê um guarda civil? Ninguém
vigia a cidade, então cada um pode fazer o que quer.
A segurança dos
moradores e usuários do bairro é garantida pela passagem de viaturas da PM.
Isso não basta, porém. Eles so descem do carro se tiver um problema para
resolver. Em vez, quem faz calar a boca das pessoas que, de madrugada ficam
fazendo barulho nas ruas e praças, enquanto o ‘onibus não vem’ ( equando a PM não está por perto)? Quem vem parar
os buzinaços que acontecem (quando a Pm ja passou?)? Quem vem impedir que urinem em todo canto, portas e
paredes? Cadê a Guarda Municipal? Cadê a
CTBel para dirigir o transito na saída dos locais?
Pois é. A nossa qualidade de vida só tem a perder com esse
tipo de governo do território. Aliás, de desgoverno, porque programação das
atividades econômicas e de tudo o mais, não tem nenhuma,
e os contratempos ficam para nós, os moradores. Não é justo que isso aconteça a detrimento do bem estar do cidadão... em todo e qualquer bairro da cidade.
OS 400 ANOS DE BELÉM ESTÃO CHEGANDO,VAMOS DEFENDER NOSSA HISTÓRIA E A QUALIDADE DE VIDA DO CIDADÃO TAMBÉM.
(será que o novo Prefeito vai tomar conhecimento destes problemas e tomar providências?)
(será que o novo Prefeito vai tomar conhecimento destes problemas e tomar providências?)
Um comentário:
Muito bom. O artigo aborda vários problemas. Seria interessante que as autoridades dos diversos níveis tomassem conhecimento deste, respondessem os questionamentos e, sobretudo, prestassem atenção nas suas responsabilidades para não tomarem decisões contrárias a lei e aos interesses dos moradores da cidade velha e da cidade como um todo, ao zelarem pelo patrimonio histórico, que não é propriedade somente da geração atual, mas das futuras também. E preciso, para isso, pensar no conceito de sustentabilidade e nas responsabilidades que isso trás aqueles que no momento estão empossados de responsabilidades -- que precisam ser assumidas, responsavelmente --.
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