Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes.
Embuçado nos céus?
É, os moradores da Cidade Velha, como os escravos da poesia Vozes da Africa, não sabendo mais para onde correr, começaram a procurar onde Deus se esconde, porque aqui na terra não estão conseguindo nada. A fé nos homens de boa vontade já se extinguiu há muito tempo, assim sendo, visto que “boa vontade”, aqui, não existia, passamos a endereçar cartas às secretarias municipais. Nada obtivemos. Procuramos o Ministério Público, e também nada aconteceu. Fomos a OAB e, igualmente, nenhum resultado.
De nada adiantou citar a Constituição, as Leis, os Códigos, decretos, etc. Tudo letra morta. Parece que todos estão ocupadíssimos para nos dar alguma resposta ou tomar providências, pois, os resultados, continuamos a não ver.
Não é somente exasperante tal situação, é uma decepção constatar como (não) funcionam as coisas. Além do mais, com todos esses tombamentos em Belém, nós, moradores e proprietários de casas na Cidade Velha, descobrimos que ficamos somente com os ônus. Não podemos modificar nossos imóveis, nem dentro nem fora; continuamos sem ter garagem; não obtivemos o financiamento do Monumenta, nem do PAC das Cidades Históricas para reestruturar nossas casas...Nos tornamos “guardiões” do patrimônio histórico sem nada em troca. Porém, enquanto pretendem tanto de nós, não vemos nenhum órgão público respeitar as leis que eles próprios aprovaram.
Imaginem se lutássemos por coisas grandes como: saúde ou educação... Em vez, são coisas pequenas que queremos para esta área tombada em todas as esferas. Pedimos que:
- controlem a poluição sonora;
- fechem os bueiros;
- tirem – definitivamente- o lixo defronte (e atrás) das igrejas de Landi e dos cantos das ruas;
- façam educação patrimonial (praça não é campo de futebol, muro não é banheiro, calçada é p/pedestres);
- venham podar as mangueiras;
- melhorem a iluminação de ruas e praças;
- venham ver que “fumo” é esse por estas bandas;
- providenciem a saída de água branca das torneiras, em vez de marrom;
- evitem o aumento da trepidação das casas;
- controlem o numero de vans/kombis que trafegam por estas ruas estreitas;
- verifiquem as linhas de ônibus que tiraram a área dos “idosos” dos mesmos;
- controlem o respeito da velocidade máxima, principalmente de madrugada;
- dêem “Alvará” a locais noturnos que garantam estacionamento para os clientes e não disturbem os moradores do entorno;
- pretendam dos órgãos públicos (Tribunal, Prefeitura, Ministérios Públicos, bancos, etc) estacionamento não somente para funcionários
- e também o respeito da “arquitetura” local quando ocupam casas no Centro Histórico;
- etc., etc., etc.
Enfim, queremos somente que cada Secretaria Municipal faça o próprio dever, no respeito das leis em vigor, pois, o desrespeito com a Cidade Velha é vergonhoso.
Agora imaginem quando outras autorizações forem dadas na Cidade Velha, o que deveremos suportar nesta "área tombada", sem estacionamentos....
Estamos procurando um Defensor Público (ou será melhor uma macumbeira?)
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