sábado, 31 de outubro de 2020

TREPIDAÇÕES... E RUMORES.

 

Em pouco mais de um ano, esta Associação  examinou, reclamou, denunciou mais de quinze vezes, problemas de vários tipos relativos a poluição sonora E AS CONSEQUENTES TREPIDAÇÕES QUE CAUSA em prédios públicos e privados e demais resultados com pessoas e animais.

Carnaval e Cirio são os periodos em que se concentram os problemas, mas durante o resto do ano, diariamente temos uma sequencia de outras manifestações danosas seja as pessoas que a animais e coisas.

Pouco a pouco cresceram as manifestações reivindicatorias em frente a Assembleia Legislativa do Pará que usam trios elétrico superando cem decibeis. Isso em frente ao antigo Palacio do Governo, hoje Museu do Estado e proximo seja do prédio da Prefeitura de Belém que  do Solar do Barão de Guajará, sede social do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Durante tais atos aconteceu várias vezes, e o ex diretor lamentava, a queda de quadros ou estucos das paredes do MEP.

Ultimamente, aumentou o número  de homenagens a noivos ao sairem das igrejas tombadas da Cidade Velha. Os fogos duram vários minutos e podem acontecer, praticamente, todos os fins de semana do ano. No largo da Sé pode acontecer seja sexta feira que no sábado em ambas igrejas ali situadas. 

Quando chega o Cirio, além das visitas da Nossa Senhora de Nazaré aos vários orgãos públicos situados na entrada da Cidade Velha (Tribunal, Ministério Público, Alepa, Prefeitura, etc.), do  Cirio e da Transladação, temos o Auto do Cirio. Todos plenos de manifestações pirotécnicas rumorosas.

Além dos ensaios que podem durar um mes, o desfile do Auto do Cirio, superando os cem decibeis, faz paradas em frente a todos os edificios tombados  por onde passa. Inicia as 18 horas a concentração em frente da igreja do Carmo, depois pára seja em frente da igreja da Sé que na de Santo Alexandre e depois  tambem em frente ao IHGP, MEP e Prefeitura.

De noite, nos outros fins de semana a musica dos vários locais  da Siqueira Mendes se junta aquela dos taxistas estacionados na praça da Sé e de algum evento organizado pelos orgãos  públicos nas calçadas da praça. Pode acontecer de fazerem "pega" de madrugada na Dr. Assis, ao sairem dos locais.   Guarda Municipal ou Policia Militar não se vê tomarem providências. Até podem passar, mas nem param para resolver os abusos.

Buzinas,  tambores, fogos, trios elétricos, aparelhagens, contribuem a criar problemas também aqueles que moram no entorno de onde acontecem essas manifestações. A maior parte dos moradores da área tombada, superam os sessenta anos de idade... e tem animais.

FORA DA ÁREA TOMBADA  NÃO É QUE MELHORE A SITUAÇÃO. Não somente de bares sai o barulho que avança pela noite afora, apesar das chamadas ao 190. Nas casas, "O som é dessas empresas especializadas em ensurdecer pessoas com o que há de pior na sub-música, nos mais altos níveis de sonoridade. E incomodam toda a vizinhança num raio de 500 metros."  ... "Eles deturpam as músicas da tal aparelhagem modificando a voz dos cantores. Parecem patos roucos cantando com a rotação acelerada. Assim foi no sábado e assim costuma ser em feriados, aniversários, etc. Enquanto dançam e bebem, soltam suas crias para infernizar a vizinhança destruindo jardins e gritando feito condenados presos nas galés, em um naufrágio."

Nesse inferno, seja na área tombada que fora dela, as crianças ficam ao leo durante a  noite correndo, gritando, sem que ninguem, do orgão de proteção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes, apareça.

Como a Pandemia não dá  sinal de querer chegar ao fim da linha,  estamos preocupados com o que pode acontecer depois da entrega dessas praças requalificadas  á cidadania. Nada sabemos a respeito de como será cuidado esse patrimônio pois não vemos  ninguem se preocupar em falar com os cidadãos a respeito... apesar do que dizem as leis.

Será que o novo Prefeito será diferente??? 

Aplicará as leis? 

Ouvirá as "associações  representativas dos 

vários segmentos da comunidade..." como  

estabelece o Estatuto da Cidade???


AQUI ALGUNS ARTIGOS DOS BLOGS DA CIVVIVA, SOBRE POLUIÇÃO SONORA, RUMORES E AFINS.

( 2017-2018-2019)

1-  https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/12/os-sons-em-belem.html

2 - https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/12/poluicao-e-seu-entorno.html

3 - https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2019/11/o-conama-para-que-serve-mesmo.html

4- https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2019/10/como-vai-poluicao.html

5 - https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2019/05/destruicao-silenciosa.html

6 - https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/10/a-gentee-poluicao.html

7- https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/09/um-ano-atras.html

8 -https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/08/a-trepidacao.html

9- https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/04/dia-internacional-de-conscientizacao-do.html

10 - https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/03/a-poluicao-sonora-e-o-tombamento-da.html

11-  https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/02/mas-sera-desobediencia-civil-ou-que.html

12 - https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2019/02/o-vai-e-vem-dos-trios-eletricos-ou.html

13- https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/01/a-igreja-catolica-e-defesa-de-seu.html

14- https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2018/11/2012-e-o-carnaval-na-pca-do-carmo.html

15- https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2017/12/proposta-ousada.html

16-  https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2017/10/um-ato-justo-e-necessario.html

 O QUE ACONTECERÁ QUANDO REABRIREM AS TRES 

PRAÇAS  REQUALIFICADAS DA CIDADE VELHA?

QUE TIPO DE VIGILÂNCIA FOI ORGANIZADA PARA 

DEFENDÊ-LAS DE DEPREDAÇÕES?

A POLUIÇÃO COMO SERÁ TRATADA EM TODO O BAIRRO???

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

PALACETE FACIOLA...NOVAMENTE

 

Novamente ouvimos falar do Palacete Faciola e, de novo falam de " restauro, revitalizaçãorequalificação", usando palavras que antes não eram usadas.

Em 2008 participei da "inauguração dos trabalhos" de restauro convidada pela Governadora Ana Julia Carepa. Numa sala cheia de autoridades, construtores, arquitetos, funcionários públicos, para minha surpresa, me deram a palavra e eu os levei para dar um passeio na Cidade Velha.

segunda-feira, 4 de março de 2013

RELEMBRANDO E...COBRANDO.

RECORDANDO...
(https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2013/03/relembrando-ecobrando.html)

Sobre as duas casas ao lado do Palacete pouco ou nada se falou, mas entre os comentários que recebemos na nota acima, o Sr Alexandre Amorim escreveu:

Além do Palacete Faciola, há mais duas casas ao lado, a junto ao palacete foi uma casa muito bonita, porem só com a fachada em pé, foi derrubado tudo dentro.

A outra casa era da minha família, meu avô montou, as lajotas da frente são portuguesas feita a mão e foram roubadas. 
https://twitter.com/CalexAmorim/status/306766815130947585/photo/1

A casa tinha um estrutura gigantesca, sendo 13 de frente por 30 de fundo. A casa tinha lustres de cristal até a década de 70 quando foram roubados. 

No twitter  lemos:

@CalexAmorim
Denuncia: roubo de lajotas portuguesas feita a mão. Casa foi pra mão do governo para ser depredada.
Nesta casa funcionou a Faculdade de Economia nos anos 60.

Outro comentário foi de Haroldo Baleixe que parcialmente publicamos:

SEGUNDA-FEIRA, 22 DE SETEMBRO DE 2008

O PT e os Facióla.

No último dia 17 a Governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa do PT — Partido dos Trabalhadores —, lançou “a política estadual de valorização do patrimônio cultural e as ações voltadas às edificações históricas” no (complexo) Palacete Faciola — local da futura sede do ressurgente IDESP — Instituto de Desenvolvimento Econônico, Social e Ambiental do Pará.

O Palacete 
Facióla¹ tornou-se ícone, na capital, da política petista voltada ao patrimônio histórico paraense edificado.
Na realidade esse palacete não está isolado, sua área soma-se às duas vizinhas pela avenida Nazaré, formando um complexo com três edificações de uma mesma época.
A fachada numerada — 166 — do prédio de esquina, mesmo com dois pavimentos, harmoniza-se a do conjugado, que tem os mesmos azulejos e elementos semelhantes nos vãos: arcos e bandeiras.
Esse prédio também pertencera ao senador do Estado e intendente municipal Antonio Faciola que o deixou de herança à sua filha Inah. Foi vendido na década de 1990 com uma significativa quantidade de mármore de Carrara esquecida no porão. 

Detalhe: fronteira tênue entre as fachadas de mesmo azulejo.

A unidade Palacete Faciola foi desapropriada pelo Estado por R$870.000,00 (oitocentos e setenta mil Reais) — valor imputado pelo próprio governo. 
Essa construção, datada de 1901, não era tombada, portanto, não se beneficiava da isenção do IPTU — Imposto Predial Territorial Urbano. Contudo, "O Município de Belém, através do Ofício Circular número 86/94-DEPH/FUMBELestabeleceu que tal bem faz parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Área de Entorno do Centro Histórico de Belém, e, portanto, SUJEITO ao processo de tombamento disciplinado pela Lei Municipal 7709 de 18 de maio de 1994", ou seja: um artifício legal que obriga o pagamento do tributo municipal engessando a liberdade de uso do imóvel — institucionalização do popular "não fode, nem sai de cima". O Palacete Faciola tem dívidas de IPTU(aproximadamente 200 mil Reais) e o governo estadual se mobiliza para que essa obrigação seja descontada do valor da indenização depositada em juízo. Caso o IPTU não seja pago, a obra continuará embargada pela PMB — Prefeitura Municipal de Belém.

Por vezes, no início da década de 1980, antes do falecimento de Inah (1982), o Palacete fora oferecido ao Governo do Estado com todo o movelário de época e a diversificada coleção de obras de arte — o Estado teve a oportunidade de comprá-lo de "poteira fechada" e transformá-lo no museu da belle époque no Pará (sonho de sua guardiã).
A morte de Inah Facióla, última centralizadora do poder de decisão dessa linhagem, além de dividir o acervo entre sucessores, fracionou opiniões sobre negociações com os setores público e privado — um dano presumido aos que possuem propriedades em comum por mais de uma geração.

...

http://haroldobaleixe.blogspot.com.br/2008/09/httpwww.html

Enquanto eu falava, Celso Abreu, amigo fotografo conseguiu entrar no Palcete e fotografou o que achou oportuno. Esta era a situação ...

http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7416944522/in/set-72157630229031690/
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7416951954/in/set-72157630229031690
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7416939672/in/set-72157630229031690/
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7416937190/in/set-72157630229031690
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7416987306/in/set-72157630229031690
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7416768490/in/set-72157630229031690
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7417035120/in/set-72157630229031690
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7417036484/in/set-72157630229031690
http://www.flickr.com/photos/celsoabreu/7416947470/in/set-72157630229031690

A distancia de doze anos, como estará agora o Palacete Faciola??? Em 2008 estava assim:
 https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2013/03/palacete-faciola.html

sábado, 17 de outubro de 2020

SONHE CONOSCO

 

Seja em Moscow que na Italia, ha anos não existem mais  catracas nem cobrador nos onibus. Quando cheguei em Moscow em 1969 me admirei de não ter cobrador, mas uma maquina onde colocavas o dinheiro  e ela te dava um "recibo" marcando a hora e o numero do onibus... 

O mesmo ja acontecia na Italia, em 1971. Compravas o bihete antes de entrar, porém, se chegava o "controllore" e não tinhas  a tua passagem marcando a hora da tua entrada no onibus, pegavas uma multa e tinhas que descer. Isso, em ambos os países.

Na Itália, o teu endereço e o teu CPF aparecem na carteira de identidade, portanto te encontrariam, caso não a pagasses dentro de um mes... Assim funciona lá:

- voce compra seu bihete para uma ou dez viagens, em bares ou nas vendas de jornais e revistas; 

- se voce trabalha ou é estudante pode comprar aquele que dura um mes;

- marca-o na hora da entrada no onibus e dura 90 minutos, assim podes passar de uma linha para outra, dentro daquele horário.

- Nas paradas tem a indicação, eletronica da hora/minutos que o onibus vai chegar.

-  Os veículos possuem elevadores para cadeirantes e os assentos são confortáveis e alguns bem largos para os mais gordinhos;

 - tem uma área reservada para as carrocinhas de bebês, ou cadeiras de rodas. 

- O terminal de ônibus intermunicipais e interestaduais ficam sempre na proximidade das estações de trem, assim como muitas linhas internas tem seu fim de linha naquele entorno.

Existe uma via de acesso as cidades, chamada "circunvalação" que evita o atravessamento de carros pelo centro. Ela contorna a cidade e tem vários acessos em determinados bairros, que te permitem evitar a área central, principalmente quando deves ir de um bairro para outro do lado oposto. 

Ah! no Centro Historico de Bolonha so entra de carro o morador, que é regularmente cadastrado e tem uma sinalização no proprio carro confirmando que mora ali. Nos fins de semana o transito de onibus é proibido nas principais do centro histórico.

Uma diferença fundamental notei, porém: ninguem da "bom dia" para o motorista, como aqui... e quando eu dei, ele pensou que eu era doida.  Esbugalhou os olhos me deixando sem jeito..

Utopias para o transporte público em Belém 

Antonio Carlos Lobo Soares*

Vivo numa Belém que possui um sistema de transporte público racional, seguro e silencioso. Nele há linhas tronco que atendem a região metropolitana (Ananindeua, Marituba e Benevides) e se conectam ao terminal de ônibus intermunicipais e interestaduais. Estas linhas são alimentadas por outras vindas dos bairros que, por sua vez, são servidos por transporte circular de qualidade e veículos menores.

Com o novo sistema de transporte, os ônibus ruidosos foram substituídos por modelos modernos e veículos leves sobre trilhos, que emitem menos poluentes no ambiente e, por isso, são mais silenciosos, confortáveis, refrigerados e seguros. No centro histórico e comercial há ruas pedonais, trens de superfície, bondes, "jardineiras", bicicletas, patinetes elétricas e veículos dos moradores. Os comerciantes e prestadores de serviço os acessam em veículos, e horários pré-determinados. 

Nos transportes públicos a emissão sonora é proibida, uma vez que já são tocados os clássicos universais e de autores paraenses em forma instrumental. Os veículos possuem elevadores para cadeirantes e acentos confortáveis e resistentes. O pagamento é todo automatizado por sistema de cartão e biometria, supervisionado por câmeras de segurança. As catracas e os cobradores foram extintos anos atrás!

Os terminais e paradas são cobertos por material resistente termo/acústico e possuem beirais avantajados para proteção da chuva e do sol tropicais intensos. A acessibilidade é total. Há painéis digitais interativos que permitem ao cidadão conhecer os circuitos, tempos de viagem, conexões, a aproximação dos veículos etc..

O credenciamento dos passageiros tem validade mensal, sem limite de viagens, permitindo o seu uso em trabalho e lazer, movimentando a economia da cidade durante os sete dias da semana. Com ar refrigerado os motoristas trabalham uniformizados e não limpam mais o volante e o suor com a mesma flanela, que hoje se encontra aposentada. As mercadorias dos passageiros, destinadas às feiras e mercados, são transportadas em compartimentos específicos embaixo dos veículos.

O que faz a Belém dos meus sonhos diferente de outras capitais é a integração entre os transportes terrestres e fluviais. Hoje a conexão da cidade continental com a insular é possível e muito agradável. Em cinco minutos saímos do ambiente urbano para o natural, em transportes de todos os gostos e bolsos, em portos limpos e com acessibilidade de primeiro mundo. As viagens aos furos do Combu e aos distritos de Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro, então, são as mais procuradas e belas.  Sonhe comigo

* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,

EM ALGUNS LUGARES DO MUNDO, ISSO JA DEIXOU DE SER UMA UTOPIA .


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

TEVE CIRIO, SIM...

 

...E FOI DO POVO

...E VAI FICAR NA MEMÓRIA E NA HISTÓRIA.

Na nossa memória a lembrança  de conselhos e proibições da Prefeitura, da Policia, de Médicos e Enfermeiros...

Na nossa lembrança, e a priori o receio de todos, que alguns ignorariam sejam os conselhos que as proibições.

Na lembrança a pergunta de todos: como será esse Cirio sem a procissão?

De véspera a primeira surpresa. Algumas pessoas ignorando os pedidos das autoridades, arrumaram umas folhas de bananeira e algumas flores nossas conhecidas, em cima de uma tabua e saíram na contramão de onibus e carros. Ali estavam transladando a santinha querida deles.

Para alguns o importante era levar a “mãezinha” para a sua igreja. Colocaram-se  a uma certa distancia um do outro e começaram a ver mais pessoas aderirem aquela caminhada. Passando pela Basilica, já eram em muitos com suas imagens na mão. Mais andavam, mais o canto aumentava com todas aquelas vozes que se juntavam.

Francamente quem via se emocionava ao ver aquela procissão de mascarados, ESPONTANEA e SEM RICOS ADEREÇOS, levando a razão de sua fé  para a igreja... Na contra mão de tudo e de muitos, UMA TRANSLADAÇÃO FOI FEITA.

Nem todos aqueles que chegaram antes do sol nascer, puderam entrar  e participar da primeira missa na Sé. Dezenas e dezenas de “transenas” impediam, juntamente com policiais e guardas vários, o acesso a praça. E, mais o sol subia no céu mais pessoas chegavam com seus objetos de cera, suas casinhas de madeira, seus  miritis indicando O MOTIVO de suas promessas.

Era enorme a multidão  cheia de fé que esperava la fora demonstrando sua devoção  cantando, rezando, chorando, enquanto a missa era transmitida pela TV... D.Alberto foi “tocado” por aquela energia que chegava la de fora e decidiu levar a imagem tanto esperada até eles. A emoção tomou conta de todos e as lágrimas caiam enquanto ele abençoava os fieis. Uma salva de palmas ecoou:  a segunda surpresa tinha sido obtida. Ao verem o carro partir com a santa,  viraram de costas e iniciaram o SEU CIRIO, proibido: felizes, contritos, com mascaras e...cheios de fé.

Depois dessa surpresa D. Alberto vai em direção da Dr. Assis onde estava o carro que levaria a imagem peregrina até o helicóptero. Todos os moradores  que seguiam a ceremônia pela TV, correram para a porta de suas casas ou para os cantos das ruas com  a Dr.Assis.  Ninguem se preocupou com a roupa que vestia... o importante foi a surpresa de VÊ-LA, NAQUELE DIA. As bicicletas ja tinham passado, muitas, sem que ninguem notasse: Estavamos todos em frente a TV e corremos para a porta.

O Portal da Amazonia estava vazio, mas lá pras bandas onde estava o helicóptero, começou a chegar gente, e novamente a emoção tomou conta do pedaço: choro,  riso, rezas, cantos, palmas... e depois de passar por perto daqueles possíveis romeiros que pensavam ter perdido a oportunidade de ver a imagem da santinha,  levantou vôo em direção de outros que a esperavam nos hospitais, em casa ou em outra praça.


Enquanto isso acontecia na Cidade Velha, na Av.Presidente Vargas várias pessoas faziam o "seu Cirio". Grupos levavam cordas; outros "anjinhos" no colo; outros iam de joelhos. Todos independentes, agradeciam do mesmo modo que fariam se fosse a procissão oficial. 

A GIGANTESCA DEMONSTRAÇÃO DE FÉ E DEVOÇÃO A N.SRA. DE NAZARÉ DO POVO PARAENSE FOI DEMONSTRADA...

                 TEVE CIRIO SIM ...E FOI DO POVO... FOI CIVIL



Fotos do G1 e Facebook

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

OUTROS PATRIMÔNIOS ABANDONADOS

 

Infelizmente o momento não é o mais aprazivel para falar de patrimônio. Se ficamos calados, nos sentimos ser coniventes;  se falamos, quem cala,  diz que estamos ajudando a "passar a  boiada".

É uma pena, porém, ver nosso patrimônio, restaurado por um Prefeito e...abandonado pelo successivo

O Palacete Pinho  situado na Rua Dr. Assis, 586, no bairro da Cidade Velha foi tombado pelo IPHAN em data 14/08/1986. De propriedade do Comendador Antonio José de Pinho foi inaugurado com toda pompa em meados de  1897. Em 1978 a familia o vende a privados. Deveria se transformr num Centro Cultural, mas acabou como deposito de um supermercado. Em 1992, em estado lastimavel, passou para a Prefeitura de Belém. Em 2003, o Prefeito Edmilson deu inicio ao seu restauro que se conclue em 2011, ja no governo do Prefeito Duciomar.













 Fotos de Michel Pinho


O Prefeito Zenaldo o abre por alguns meses no inicio de seu mandato, deixando-o logo após sem algum uso.  Agora, do portão, aos telhados, das janelas aos forros, o estrago é enorme.

 
 foto Civviva

Por sua vez o Prefeito Duciomar restaurou/reformou o Mercado  da Carne em quatro anos. O valor da obra superou os cinco milhões de reais.  Apesar das promessas, não conseguiu movimentar a economia local em nenhuma de suas esferas.

Mercado Municipal de Carnes Francisco Bolonha,  foi construído em 1867 em estilo art nouveau, e foi tombado pelo IPHAN, dia  09/11/1977 juntamente  com o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico “Ver-o-Peso” e áreas adjacentes da Praça D. Pedro II e do Boulevard Castilhos França, incluindo  o Mercado de Peixe ,










       


                                      Fotos Civviva


Durante o atual  governo, praticamente nenhuma ação de manutenção e reparos foi feita em tal prédio. Se notam açougues fechados, não somente por morte do permissionario; lojas transformadas em deposito;  ferrugem em diferentes pontos... e o movimento maior é aquele de passagem de pessoas, que usam  o Mercado para passar da Boulevard Castilho França para a 15 de Novembro.

Nos somos um país jovem. As nossas "antiguidades" tem menos de 400 anos... e do jeito como são  (des)cuidadas, é logico que  muitas não chegaram até hoje.

Os exemplos acima são do século XIX e, apesar de restauros recentes, sem permanentes vistorias, eles não conseguem sobrevivier decentemente.

Como acham que na Europa conseguem manter em pé casas milenares? 

QUE AMOR DEMONSTRAM OS NOSSOS PREFEITOS TEREM POR BELÉM?

Dão assim exemplo para aquelas pessoas que, infelizmente, preferem ver os prédios pixados, e para aqueles proprietários que os deixam cair.

                  CADÊ VIGILÂNCIA? 

Como é que não pensam nessa necessidade, também?

A MAIOR PARTE DAS AÇÕES QUE VEMOS ULTIMAMENTE  SÃO CONSEQUÊNCIA DO 

PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO... 

Sabe lá quanto tempo vão durar, sem pixações ou outros danos?

Na nota abaixo tem a relação dos bens escolhidos pelo PAC. Notarão o que ainda falta...salvaguardar, defender, proteger, entre os escolhidos em 2013.

 https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2013/08/pac-das-cidades-historicas.html


domingo, 4 de outubro de 2020

UTOPIAS...

 Utopias para o ambiente sonoro de Belém 

Antonio Carlos Lobo Soares*


O ambiente sonoro da minha Belém é muito agradável, pois todos os elementos que dão vida e caracterizam uma cidade estão presentes, sem no entanto incomodar ou causar dano à saúde física e mental de seus habitantes.

Há menos ônibus, caminhões e motocicletas a circular na cidade devido ao novo sistema de transporte implantado, mais racional, eficiente, confortável, seguro e silencioso. Sua eficiência reduziu o uso de motocicletas como transporte público, impactando a produção de ruído e a ocupação de leitos de acidentados nos hospitais.

A circulação de veículos com descarga livre acabou, após a implantação de um programa de educação ambiental envolvendo a Prefeitura, as escolas e os meios de comunicação. Com o engajamento das crianças, os conflitos de vizinhança reduziram na cidade. Elas pressionaram seus pais a votar em candidatos comprometidos com o cumprimento da lei e melhoria da qualidade de vida em Belém. Em consequência, os mais votados foram os que fizeram as campanhas mais limpas e menos ruidosas.

Com o tráfego mais fluído na cidade, e sem os alagamentos que o engarrafavam, a buzina passou a ser um mero acessório dos veículos. O desenvolvimento industrial brasileiro reduziu o ruído dos motores nacionais, tanto de veículos como de eletrodomésticos. Os bares continuam alegres e cheios de pessoas, mas com sons em níveis civilizados. Ninguém mais dispõe caixas de som na calçada, ou perturba os vizinhos aos domingos e feriados, que passaram a ser dedicados ao descanso e ao silêncio. 

A execução do Plano Municipal de Arborização Urbana de Belém, aprovado em março de 2012 (Lei 8.909), além de aumentar o sombreamento das calçadas, embelezou a cidade com flores coloridas e potencializou os sons agradáveis de passarinhos e periquitos. Além disso, as flores e frutos aromatizaram a cidade e trouxeram mais natureza para o ambiente urbano.

Com praças restauradas, parques criados e nova arborização, Belém deixou a penúltima posição entre as capitais mais arborizadas do Brasil. Isto só foi possível depois que a fiação aérea elétrica e de telefone, que enfeiava o nosso patrimônio arquitetônico, foi tubulada nas calçadas. Esta medida desnudou os quatro séculos de arquitetura de residências, palácios, palacetes e igrejas que Belém tinha para mostrar. 

Com a requalificação das praças e parques urbanos, as crianças voltaram a frequentá-los, inundando o ambiente da Belém dos meus sonhos com sons de satisfação e brincadeiras.   

* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,

Tecnologista Sênior do Museu Goeldi.


PS: Qando me acordei desse sonho que também é meu, parece que entrei  num pesadêlo.