sexta-feira, 23 de setembro de 2022

CONVENTO DO CARMO E O CIRIO

 

A Praça Do Carmo com sua igreja, presenciaram muita história de Belém... e assim tudo começa, segundo a internet:

A Rua do Norte (atual Siqueira Mendes) foi a primeira, paralela ao rio, iniciava-se na praça d'armas e seguia até a residência do Capitão-Mor Bento Maciel Parente que em 1626, com a chegada da ordem dos carmelitas calçados, doou o referido terreno para a construção do convento e o primeiro edifício da igreja do Carmo.

Ali se encontrava o Alagadiço da Juçara e a casa do Capitão se transformou então,  num convento, o primeiro da capitania. Em 1690, já em ruinas, o governador Antônio de Albuquerque Colho de Carvalho  lançou solenemente as bases  de  uma nova igreja a qual foi concluídas  em 1721. Alguns anos depois  o padre carmelitano Antônio de Azevedo partiu para Lisboa  para encomendar  uma fachada em pedra para a nova igreja.

Somente em 1756 a fachada em pedra chega em Belém, pronta para ser montada pelos  mestres-pedreiros contratados  para este fim. Acontece que isto causou problemas irremediáveis à construção existente e tiveram que pedir ajuda ao italiano Antonio Giuseppe Landi que se encontrava em Belém, por outros motivos, mas ja construindo outras igrejas.

As datas  de conclusão dessa reforma são:  a de Landi, talvez iniciada  em 1766  tenha sido reinaugurada em 1777, mas concluída definitivamente apenas em 1784. Nenhuma certeza sobre as datas...

Ao lado da igreja estava o convento no qual, no século XIX,  funcionou o Conselho Geral da Província e também a primeira sede da Assembleia Legislativa Provincial. Foi sede também do   "Colégio Paraense", e serviu também de Asilo de Órfãs Desvalidas, de hospital militar e de seminário menor.

 A Ordem dos carmelitas calçados foi definitivamente extinta no Pará, em 1891.  Em 1930, chega a Belém  a Ordem dos Salesianos para administrar a igreja, o convento e o colégio que funcionou até 2020.





1922 alunos e professores do Ginasio N.S. do Carmo.






 90 ANOS DUROU O COLÉGIO DO CARMO.


                                                                     




A igreja  voltou a funcionar normalmente, e os cânticos acompanham as missas. Os credentes voltaram a frequenta-la.

Este ano o Convento Nossa Senhor do Carmo abrirá suas portas para hospedar quem vem para o Cirio.


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Ali  hoje funciona o Centro de Evangelização Nossa Senhora do Carmo - Sementes do Verbo.

domingo, 18 de setembro de 2022

ECOS do desleixo e abandono da Cidade Velha.

 

Quais os critérios usados para defender, salvaguardar e proteger o patrimônio histórico da Cidade Velha ou mesmo de todo o Centro Histórico?

Há tempos que não vemos a apresentação de um projeto completo para toda essa área que tombaram a  nível federal e municipal... Vemos, porém, de vez em quando na midia,  novidades  serem osanadas frente as desgraças que vemos acontecer com o patrimônio considerado histórico.

Em 2019, Michel Pinho fez uma denuncia sobre o estado de abandono do Palacete Pinho ( https://dol.com.br/.../palacete-pinho-memoria-de-belem.. *). e hoje vemos seu portão  no chão. Esta Associação denunciou o que acontecia ali, cada vez que um veículo, ao sair do estacionamento situado em frente, deixava sinais e nenhuma providência foi tomada... nem ao menos algo desse tipo...



Desde que desapareceu o primeiro balizador da Praça do Carmo, iniciamos a reclamar e denunciar o que acontecia...e também não vimos acontecer nada, além de virem bater o ferro que ficava assinalando o lugar... vazio. Agora, sem nenhum balizador, e com o resultado dos abusos combinados pelos skatistas, vemos a praça que custou cerca de um milhão e meio voltar a ser usada como estacionamento de clientes  de locais noturnos que se enriquecem sem fazer algum investimento útil a salvaguarda do nosso patrimônio histórico.


Os balizadores da Praça do Relógio não chegaram nem a ser fotografados: desapareceram todos imediatamente.  Na praça das Mercês tem até foto da retirada de um deles para facilitar o estacionamento de um cliente sabe la de quem... e o que foi feito a respeito???

De nada adianta a Constituição e outras leis falarem  de “gestão democrática por meio da participação” de associações representativas por ocasião da “formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano”. Continuamos a ver as leis serem ignoradas, na sua maior parte.

A ajuda que esta Associação pode dar, e dá,  denunciando o que precisa de mais atenção, é totalmente ignorado como se,  os cidadãos da Cidade Velha, não tivessem  capacidade de optar entre o melhor e o errado, entre o justo e o absurdo, relativamente as necessidades e/ou defesa da área tombada onde moramos.

Descobrimos através dos jornais ou vemos na tv o que vão fazer na área tombada sem que nem ao menos uma audiência pública tenha sido feita com os cidadãos... Sem um Portal da Transparência relativo as ações na área tombada, não temos ideia do que concretamente será feito, nem de onde são oriundos os fundos, os financiamentos para o que pretendem fazer. Não temos como participar dessas escolhas, nem sempre  uteis para quem vive na área. Muitas vezes, de fato, os interesses são de terceiros, como se o patrimonio não estivesse pedindo ajuda.

Ações incoerentes como o conserto das calçadas no bairro da Campina  enquanto as da Cidade Velha, esperam ... por quem? pelas ações dos proprietário do terreno em frente? A passagem de carretas pela Dr. Assis, Siqueira Mendes e Dr. Malcher continuam a ser permitidas...e o mal que fazem aos prédios públicos e privados fica por conta de quem??


A poluição sonora provocada pelo Auto do Cirio em frente a prédios tombados como as igrejas do Landi, a Casa das 11 Janelas, o prédio do IHGP, o do MEP e da Prefeitura... ninguém vê? Os organizadores não sabem dos danos que podem provocar? Quem autoriza não tem coragem de aplicar as leis nessas ocasiões? Isso não acontece so uma vez por ano, pois diariamente, em frente da ALEPA, é possível encontrar ao menos um trio elétrico defendendo os interesse de trabalhadores... possibilitando e/ou provocando danos aos prédios tombados ali no entorno. E ainda temos os fogos na porta de igrejas tombadas, depois dos casamentos. Quem resolve esses abusos?

A poluição sonora dos trios elétricos que ocupam durante o carnaval a Av, Tamandaré, que é entorno de área tombada, não conta? E o que faz o Arraial do Pavulagem na área  tombada em defesa do patrimônio, com seus tambores??? Será que ambos respeitam os 50/55 decibeis previsto nas normas nacionais?  

A somatória dessas manifestações na área tombada é um acinte ao que estabelecem as leis numa sociedade que se diz democrática.

Na luta contra a poluição sonora a SEMMA para justificar determinadas posições que para nós parecem ser “anti-patrimônio” fala de “infralegalidade” das normas do CONAMA e da ABNT relativamente aos decibéis estabelecidos para os ambientes externos. Que ajuda fornece, desse jeito, à defesa dos prédios tombados e aqueles de privados cidadãos? Para quem vive na área tombada até esses 50 decibeis já são muito, imaginem suportar os 100 decibeis, ou mais,  das manifestações acima citadas.

Inúmeras são as incongruências que vemos acontecer sem que nenhum confronto seja feito com a cidadania... Na Cidade Velha tem uma Associação que a defende e  é  ignorada mesmo se próprio a Câmara de Vereadores a reconheceu de Utilidade Pública, com lei n. 9368 de 23 de abril de 2018... Será medo?  De quê, se nos baseamos nas leis...

Desculpem a sinceridade, mas não somos cegos nem surdos: vivemos concretamente todo tipo de ... poluição.


 *o artigo foi retirado do arquivo do jornal. Tentem este:

- https://dol.com.br/entretenimento/cultura/543087/palacete-pinho-memoria-de-belem-caindo-aos-pedacos?d=1&fbclid=IwAR0qY94mDsEgSMoUPEYJSR-6JBR43pzuTz2vAvTE5FXlDlCw9ju9yt44hNk

-  ou por aqui... https://www.google.com/amp/s/dol.com.br/entretenimento/cultura/543087/palacete-pinho-memoria-de-belem-caindo-aos-pedacos%3f_=amp

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

VALIDADE INDEFINIDA...


O Pacto do Pará – via PPP
Volto a escrever. Volto a semear.

Após a mudança da cor da bandeira política de nosso Estado julgo oportuno provocar novas reflexões sobre o atraso, o sofrimento, a desigualdade social que continua cobrindo a grande maioria do povo paraense. Os que saem, apesar das esperanças plantadas, não conseguiram soltar as amarras que nos prendem no fundo do poço. Por quê?

Obras como a Estação das Docas, lindo espaço gourmet, o Onze Janelas, aprazível bar-restaurante, o Mangal das Garças, um teatro colorido de borboletas e iluminado pelo farol-brinquedo (cujo palco é mais um restaurante), e o Hangar, Centro de Convenções, não foram e não serão ferramentas para cortar nossas amarras. No mais, tais obras poderão ser analgésicos para nossa dor, soníferos para que o povo continue dormindo.

É hora de acordar.
Quanto o Estado gastou para fazer as belas obras? Qual o retorno que os investimentos trouxeram para a população? Qual o percentual da população que está usufruindo de tais obras? Qual a relação de empregos gerados por cada mil reais investidos? Quem participou da decisão de fazer tais obras? Qual a despesa mensal para que o Governo mantenha tais obras?
Será que os milhões gastos em obras do tipo que exemplificamos não seriam mais bem aplicados se o fossem na construção de redes de esgotos, na melhor remuneração dos professores?

Lembro-me que há cinqüenta anos, quando meu pai levou-me para estudar em Portugal, na aldeia (pequeno lugarejo) onde minha mãe nasceu, não existia água encanada nem esgotos. Hoje talvez não erre ao dizer não existir vilarejo em Portugal que não tenha suas casas servidas por água tratada e esgotos. E Belém? Será que 10% das habitações coletam seus esgotos em uma rede segura? Posso dizer, sem medo de errar, que Belém hoje tem menos esgotos por habitação do que há cinqüenta anos. Sinto vergonha quando tenho que falar sobre esta nossa realidade.

Eu faço parte da minoria que pode usufruir das obras referenciadas, “ilhas”, cartões postais, cuja cores de fundo são menores e mães pedindo esmolas ou desempregados vendendo drogas ou contrabando. Felizmente, sim felizmente, ainda não é possível construir tais “ilhas” em bolhas estanques onde o mosquito da dengue e outros produtos da irracionalidade humana pudessem mitigar somente os pés descalços.

O mosquito da dengue, o assaltante, o seqüestrador, são produtos sim da má ação, dos maus gastos, do Governo. Um dia eles irão nos fazer acordar, quem sabe um pouco tarde para evitar traumas mais sérios em nossa sociedade.

Da mesma forma que rejeito a distribuição de bolsas (esmolas) pelo Governo, condeno o uso de dinheiros públicos para obras faraônicas e obras que a iniciativa privada devia empreender. Se a iniciativa privada não as faz é certamente porque o mercado, o povo, não está pronto para recebê-las ou porque os Governos não são competentes e transparentes para promovê-las. O Governo-Vaca é algo que deve ser extinto. Tetas foram feitas para dar de mamar. Dinheiro público devia ser priorizado para a educação, para a saúde pública, e nunca para restaurantes. Cabe a qualquer Governo decente, justo, ensinar seu povo a pescar, a empreender. Governo competente, moderno, protege seus filhos das pragas, das doenças.

Não concordo com aqueles que argumentam que se tais obras, que aqui trago como exemplo, não fossem feitas com dinheiro público, do povo, nunca seriam realizadas. Posso provar que tal é balela.

Onde você leu, viu, que construir restaurantes, bares e até mesmo um Centro de Convenções só pode ser feito com dinheiro público? Posso garantir que outras formas, vias, existem para ser empreender tais obras.

A via PPP- Parceria Pública Privada, é a ideal. Os exemplos estão aí. Por que até agora o Pará não conseguiu viabilizar tal via? Culpa dos empresários ou dos Governos? Deixo que você responda.

O Pará, Belém, precisa de um Pacto. O Governo precisa experimentar a via PPP.

VALDEMIRO GOMES
Publicado em 06.08.2007


OBRIGADA, AMIGO, POR ESSAS SEMENTES QUE NOS PROPÕENS DE VEZ EM QUANDO.
É preciso, SIM, priorizar o dinheiro público para as necessidades básicas da população.  Escola, saúde e saneamento, são, com certeza, a prioridade nessa nossa terra... COMO ESQUECER ISSO?