sábado, 20 de junho de 2020

O VER-O-PESO E SEU ENTORNO


Além da Pandemia, começaram em fevereiro deste ano alguns trabalhos no Centro Histórico de Belém. Vimos:
- tres praças, das mais antigas, serem rodeadas por tapumes;  
- o reinicio da recuperação do Ver-o-peso. e
- a do Solar da Beira.

Alguns dessas obras tem origem no PAC DAS CIDADES HISTORICAS, alguns anos atras, os quais, princialmente por motivos burocraticos, ficaram parados e vieram a tona agora.

O VER-O-PESO vai ser o centro da nossa atenção neste momento. Vamos relembrar como era antes e, depois que 'nasceu', como, pouco a pouco foram mudando nossa memoria...


As barcas, com suas velas levaram mais tempo  para serem substituidas e desaparecem da paisagem da doca do VEROPA  a partir dos anos 80.





















A praça do Relógio nasce nos anos 30 do século XX, na embocadura do alagado do Piri, anos depois de o terem aterrado e depois de derrubarem a Bolsa  de Valores que ali existiu por pouco tempo.





O Mercado de Ferro, nasce depois de tempos de existencia do mercado da praia. Ele  também foi várias vezes 'revisitado'.

O Boulevard Castilhos França, onde se desenvolveu, além do porto, a zona do mercado, nasce aos poucos. Nela tinhamos a praça dos Pescadores, e temos o Solar da Beira e o Mercado Bolonha, um em frente ao outro.





















Estamos aguardando as inaugurações para revê-lo, junto com o Solar da Beira, lindo e limpo... recriando e colorindo, mais uma vez, nossa memória...



segunda-feira, 15 de junho de 2020

COMO SALVAGUARDAR NOSSA MEMÓRIA


 Mamma mia, como é difícil defender e salvaguardar nossa memória histórica... e precisamos contar melhor  a história desses 'monumentos', sem omissões ...
Tombaram já uma boa parte do patrimônio construído em Belém. Nem todo ele, porém, tem a atenção que mereceria por falta de dinheiro dos proprietários, sejam eles órgãos públicos ou apenas cidadãos.



Tombar, não quer dizer que o proprietário vai ter alguma ajuda para manter em pé, com todos os crismas, sua propriedade. Não senhor. É só o reconhecimento que aquele bem é parte da nossa memória e que...não podemos fazer dele o que queremos... somente mantê-lo dignamente com as proprias forças. No entanto vemos um comportamento diferente por parte da adimnistração pública que, muitas vezes acaba modificando prédios, praças, ruas e afins enquanto proibe o cidadão de modificar sua casa.


Aí a “porca torce o rabo” pois nem todos os proprietários que herdaram o prédio, tem as mesmas condições econômicas de seus avós, quando construiram tal bem....As exigencias são tantas assm como os problemas, de vários tipos. De quem é esse bem tombado em bloco na Cidade Velha, por exemplo? Foi feita a passagem de propriedade? Os herdeiros ainda estão em lite? Esse foi um dos motivos que dez anos atras impediram muitos herdeiros de usar o financiamento oferecido pelo programa Monumenta. Vimos assim que, a maior parte daqueles que tiveram acesso ao financiamento tinham acabado de comprar as casas e quem morava ha anos ali, acabou sendo excluido.


Acabas tendo que perguntar, ao olhar a situação do Palacete Pinho:  e aqueles de propriedade “pública”, foram tombados com alguma finalidade que não seja somente histórica? Como os usam depois de restaurados? Isso deve ser enfrentado bem antes para evitar jogar dinheiro fora.


Uma vez respondida essas perguntas vamos ter que enfrentar os problemas que nascem quando é necessário passar ao conserto/restauro/revitalização/requalificação deles todos. Uma vez arranjado o dinheiro para tais ações se deveria passar a fase de projetação, de propostas a serem discutidas, também com a sociedade civil... quase sempre ignorada.


A proposta a ser discutida deveria conter, inclusive, o uso a ser feito daquele bem, para iniciar.  As cores dos prédios é algo que causa espécie em tais momentos. De fato, se devemos salvaguardar/proteger/defender a nossa memória histórica e se após as prospecções não descobrimos a cor inicial, então vale aquela do período do tombamento. Por que ficar cercando cores novas que não são referência nenhuma das lembranças de velhos e jovens? Deveria-se usar aquela do dia do tombamento, tem muito mais sentido do que carnavalizar nossa memoria, usando uma nova cor desconhecida por todos.


As ruas e praças, como devem ser tratadas? Continuar a asfaltar as ruas serm respeitar  a altura das calçadas? Isso permite que a chuva entre nas lojas e o dono decida de cobrir as pedras de lios com cimento para evitar que entre água. Autoarizar atividades chamativas de clientes sem pretender estacionamento so ajuda a destruir praças e calçadas. São fatos concretos esquecidos ha anos.

















Devemos lembrar que o tombamento de uma área é feito para salvar nossas lembranças; para que nossos netos saibam que as casas tinham porão; que o banheiro da casa, por mais comprida que fosse, era só um e lá no fundo da casa, e que  foram acrescentados nos anos 40; que os azulejos chegaram no período da  borracha em casas onde, na maior parte dos casos,  funcionavam lojas no andar térreo e habitação no andar de cima e acabaram de ser usados depois da Segunda Guerra mundial, quando foram substituídos por casas com  dois andares e com pateos; que as cores eram quase todas de tons pastel...e que nenhuma tinha garagem,

A nossa história e memória para ser  salvaguardada precisa de um tombamento e isso não deve transformar a area em espaço de experimentação e modificação de costumes e lembranças para ajuda a crescer o ego de alguns. Modificar ruas que prestam serviços com venda de materiais e peças para a lavoura e outros aparelhos necessários aos ribeirinhos e encher de bares a rua, que sentido tem para com a defesa da nossa memória? São cerca de quarenta as ilhas que formam o município de Belém.. quantos serão os ribeirinhos que serão ignorados???


É, programar não é assim tão fácil e defender o patrimônio histórico, muito menos a causa inclusive de interesses e egos de vários tipos. Uma vez discutidas as propostas inclusive com quem vive na área em questão, ao menos, nasce o projeto, e esse projeto deve, além de salvaguardar nossa memória, pensar que tem gente nesse meio ambiente que está a tempos, mantendo uma historia e tantos costumes sem nenhuma ajuda... e respeito, enquanto, inclusive, modificam nossas lembranças.




















Gostariamos de saber se existe um levantamento de casas abandonadas na area tombada e as ações de defesa e proteção previstas em lei...





















PS:A maior parte das fotos se encontram na internet e outras são de Celso Abreu, Ronildo Matsura, Faustino Castro e Civviva.