domingo, 27 de setembro de 2020

ONDE DESCANSAR É ...OUTRA COISA.

 

Como estamos distantes da Alemanha... até quanto ao valor dado ao SILÊNCIO, como componente de uma qualidade de vida ... indisturbada.

Segue mais uma nota com algumas informações sobre  questões de "civilidade" em outros países. Incrivel acreditar que existe esse modo de pensar...e agir, tão longe do nosso.

"Ruhetag", dia de descanso na Alemanha 

Antonio Carlos Lobo Soares*

Uma amiga me enviou uns links interessantes pensando que podiam render uma crônica em minhas mãos. Ela acertou em cheio e espero que vocês apreciem!

Na crônica de 19.12.2019 intitulada "Não existe nada como o silêncio", abordei a importância do silêncio para a valorização dos sons que escutamos. Pois bem, os domingos e feriados na Alemanha são dias de descanso (Ruhetag), protegidos pela constituição federal. Mais do que respeitar uma lei trabalhista, fazer silêncio nestes dias passou a ser um hábito já incorporado na cultura daquele país europeu.

Segundo Karina Gomes, repórter da DW Brasil que escreve sobre os hábitos alemães (*), nos domingos e feriados os supermercados, shoppings, lojas, bibliotecas, loterias e call centers ficam fechados, sob o argumento de que podem ser acessados previamente. A exceção são os restaurantes, hospitais, espaços de lazer e teatros. Há rodízios de farmácias e padarias. 

A repórter chama a atenção que nos domingos e feriados não é possível cortar grama, usar o aspirador de pó, colocar um prego na parede ou produzir qualquer ruído que perturbe a coletividade. Ou seja, são dias dedicados ao descanso, aos passeios pelos parques e florestas e ao convívio entre familiares e amigos.

Nos domingos e feriados, não se escutam fogos a anunciar a chegada de carregamento de drogas ou a aproximação da polícia nos bairros de periferia. Os santos padroeiros não percorrem as ruas acompanhados de trios elétricos com bandas, DJ's, autofalantes ou carros de som. Soltar fogos de artifício após os jogos de Remo x Paysandu de lá, então, nem pensar. As multas para os infratores lá são em Euro, ou seja, valem seis vezes mais que as multas em real daqui.

Para se ter ideia do quanto o "Ruhetag" é respeitado e ao mesmo tempo flexibilizado em favor da coletividade, as leis que o sustentam variam de um Estado para outro. Desde 2006, elas são suspensas durante os torneios mundiais e europeus de futebol, como ocorreu em 2018 na copa do mundo de futebol na Rússia, para que os alemães possam se reunir nos bares e assistir sua seleção jogar após as 22 horas.

O mais incrível é que os alemães não vão às ruas protestar contra as leis que sustentam o dia de descanso, em favor dos bares, os shoppings e etc. que deixam de funcionar e os empregos de gerar. Eles reconhecem o valor que tem um dia de descanso associado a uma boa dose de silêncio para a qualidade de vida no país.

* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,

Tecnologista Sênior do Museu Goeldi.


* https://www.dw.com/pt-br/alemanices-domingo-dia-de-sil%C3%AAncio/a-38105804

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

ATENÇÃO AS CALÇADAS SRS. CANDIDATOS

 O problema das calçadas é geral: as irregularidades não estão somente na Cidade Velha.

Aqui segue uma colaboração do Dr. José Francisco Ramos sobre alguns abusos que vemos, mas quase ninguem denuncia, com vistas não somente na revisão do Plano Diretor mas como  propostas aos candidatos à Prefeitura.

FOTOS DE CALÇADAS DE BELÉM e comentários de José F. Ramos*.

1- Alferes Costa, 516. A calçada é ocupada por uma borracharia. Ao lado, uma casa boa, invadiu a calçada até o nível da cobertura da borracharia. Absurdo. Com uma lei apropriada, teria de ser dado um prazo para ser demolida essa invasão indevida da calçada. A paredes cinza escuro e claro dá o alinhamento dos lotes da rua. A casa da esquina também invadiu o alinhamento.

2- Alferes Costa, 1643. Aqui a borracharia e oficina de bicicletas e o comércio invadem a calçada com suas atividades. As garrafas de água invadem a rua. Na calçada há um enorme refrigerador ou freezer horizontal. Apropriação indébita do espaço público.

3- Alferes Costa, 1686. À esquerda, a parede vermelha é de uma escola infantil. Invade o alinhamento e o piso da invasão está a 50 cm acima do nível da calçada. Uma verdadeira expansão do lote.

4- Barão do Triunfo, 1501. Nesta quadra, como a calçada é larga, os moradores entendem que 4 metros são suas garagens. São convictos disso.
5- 
Barão do Triunfo, 1541. A calçada é a garagem. Está estabelecido. À altura do carro vermelho, ao fundo, eu estacionei o meu carro e caminhei. Um homem me chamou com energia, gritava. Voltei para ver o que tinha acontecido. Ele me disse: o senhor estacionou na frente da minha garagem. Eu olhei, vi uma parede, uma porta e uma janela. Mas, como assim, garagem? Ele respondeu: aqui é minha garagem, e apontou para os 4 metros internos da calçada. Fiquei admirado com a convicção de que ele estava certo e eu errado. 

6- Barão do Triunfo, 1620. Na mesma quadra, já  próximo da esquina com a Pedro Miranda, o comércio de frutas e outros produtos alimentícios na calçada.
7- Na Cidade Velha, 
Dr. Assis, 181. Foi instalado um quartel da PM na Dr. Assis. Pintura nova. Há dias em que esse segmento da rua está cheia de carros da polícia ocupando boa parte da calçada e da rua. A construção em cuja frente está o carro vermelho, sobre a calçada, está recuada do alinhamento dos lotes. Logo, as motos estão em situação regular, na minha interpretação. De resto, os carros estão sempre, parcialmente, sobre a estreita calçada. E um poste estreita ainda mais o caminho dos pedestres.

8- Sempre na C.V., Dr. Assis, 198. Poste na calçada, calçada com inclinação para a rua, como rampa, para entrada nesse prédio. Como as pedras de lioz são lisas, em dia de chuva é impossível caminhar nessa nesga de calçada sem cair um tombo. Como há muitos idosos na Cidade Velha, vejam o risco. (tem outras ruinhas em piores condições quanto a postes.)

9- Dr. Assis, 199. Há calçada nesta rua? Está difícil.... em quase toda a área tombada.

10- Perebebuí, 1512. Esse caso é patético. A Travessa Perebebuí foi asfaltada por ocasião do Projeto Cura, 1988, prefeitura do Coutinho Jorge. Nossas casas (eu moro numa rua interna. São só duas, nesse conjunto que é somente uma quadra grande) eram simples, construídas pela Vivenda. Com o tempo todos nós melhoramos as casas. E, este vizinho, achou por bem personalizar sua calçada, fazendo uma rampa que exigiu rampas também ao longo da calçada. E não parou aí. O material do piso é argamassa e pedaços de lajotas, bem lisas. Com a inclinação e molhada é muito difícil caminhar sobre essa armadilha maldosa. Tem bom poder aquisitivo e titulação o vizinho, mas alguma coisa falta a ele.
11- 
Sete de Setembro, 178. Shopping popular. Calçada e rua não existem mais.... e o pedestre????
12- 
Treze de Maio, 51. Calçadas ocupadas por camelôs... como quase todas.
14- Calçada e rampa com ângulo forte e no sentido do lote e degrau.Cidade Velh Foto da Dulce, blog. As seguintes fotos também , da Dulce Rocque. https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2020/08/revival-das-calcadas.html
 


















15- Na Dr. Assis, calçada mais alta para evitar a entrada da água da chuva na casa.

16- Solar da Beira Calçada abaixo do nível do asfalto exagerado.


17- Av. Desemb. Ignacio Guilhon, Palácio Antônio Lemos. Calçada abaixo do nível do asfalto.

18. Zona de Pedestre, Centro de Belém. Uma rápida proposta. Para provocar mesmo. Ela suscita muitas dúvidas e atinge os mais diversos interesses. Mas, precisa ser feita a discussão.

19- 

Zona de Tráfego Limitado, Centro de Belém. No que toca à discussão, semelhante à proposta das calçadas. É só um lançamento a ser discutido em todos os aspectos que forem levantados. Uma coisa interessante, é que para ter uma zona de tráfego limitado são necessários grandes estacionamentos na periferia distante do centro da cidade. Pensemos em estacionamentos no Jurunas, Umarizal, Sacramenta, Pedreira, Marco, uns três ou mais, provavelmente verticais, onde quem venha de distâncias maiores possa estacionar. E para alcançar o centro é necessária a existência de linhas de ônibus circulares, de maneira que seja mais vantajoso deixar o carro no estacionamento e tomar um ônibus, que deve estar sempre disponível, do que procurar estacionamento nas ruas de Belém, com perda de tempo e tantos outros contratempos.

Quem se encorajar e quiser mandar sugestões e críticas, por favor:

josefframos@gmail.com

ESTE BLOG NASCEU PARA ESSE TIPO DE DISCUSSÃO.


¨* Dr. José Francisco Ramos é professor aposentado da UFPA, geólogo

sábado, 19 de setembro de 2020

AS MUDANÇAS NA PRAÇA DO CARMO

 

Quando iniciaram os trabalhos de “requalificação” da Praça do Carmo neste ano 2020, disseram que seria reaberta para o Círio, ou seja em Outubro. Lógico que  ninguem imaginava que a Pandemia chegasse por aqui e... fizesse o que está fazendo.

As quatro praças escolhidas pelo PAC DAS CIDADES HISTORICAS começaram a serem muradas nos primeiros dias de Março. Para a Praça do Carmo era mais uma modificação ao longo de pouco mais de cem anos.

Data de 1626 a concessão, por parte da esposa de Pedro Teixeira aos Carmelitas Calçados, do terreno onde foi construida a primtiva capelinha e o convento da ordem de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo.  Nascia assim o quarto largo da colonia.

Naquele descampado em frente a ele, em diagonal, existiu uma outra igreja, a de  Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, construída no século XVII .













Ja no inicio do século XX após a plantação da primeiras mangueiras no quadrilatero em frente a igreja do Carmo, o largo começa a se transformar numa  praça.





O aspecto da praça mudava. O movimento em Belém a causa do comércio da borracha,  tinha levado ao surgimento de tantas  lojas   e oficinas na rua do Norte, hoje Siqueira Mendes, a qual acabava em frente a Igreja do Carmo


Chegou a ter, até fins do século XX,  uma bica d’agua e um coreto, além do busto d D. Bosco o qual, a cada intervenção na praça, mudava de lugar.

















Várias modificações foram feitas na praça até que, nos anos 90,  no governo do Dr. Helio Gueiros, um novo projeto  apareceu assinado por Jussara Derenji.



Esta é a visão da praça no inicio dos anos 2000. Tinham recuperado a área onde de encontrava o basamento/assoalho da antiga igreja .

Duraram  poucos anos porém  as piramides que cobriam a parte arqueologica da Igeja dos Homens Brancos, que tinha sido demolida nos anos 30.

Contam que o caminhão que trazia os vidros para as piramides, foi roubado e passou um pouco de tempo até que encontraram um sucedaneo para a cobertura das tres areas arqueologicas.


Aquelas vetrines de acrilico colocadas nas "janelas arqueologicas" viraram motivo de atenção principalmente por parte das crianças do entorno.  Em breve  começaram a usar aquelas piramides como tobogã e em pouco tempo essa cobertura transparente caiu...e  nunca mais foi reposta.

O abandono da praça era evidente. Aquelas "janelas" se transformaram em buracos e a deterioração  geral da praça aumentou. Com a chegada dos moradores de rua no canto da praça com a Joaquim Tavora  começou o uso tais "buracos" como lixeira/banheiro/cozinha, e o degrado piorou mais ainda.

Os 400 anos de Belém se aproximavam. Nesse meio tempo, porém,  tinham apresentado um projeto ao PAC DAS CIDADES HISTÓRICAS para a recuperação erevitalização de quatro praças no Centro Histórico. http://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/12/as-nossas-pracas-pro-memoria.html.

Vários problemas com a documentação necessária para a aprovação de tais projetos, fizeram os anos irem passando e somente este ano iniciaram os trabalhos de requalificação das quatros praças escolhidas. 

Este é um dos  mapas dos trabalhos na Praça do Carmo em 2020.


O busto de D. Bosco em fase de recuperação ja tinha, mais uma vez, mudado de lugar.


 














A pavimentação da praça foi totalmente refeita e os degraus do anfiteatro diminuiram numa tenttiva de evitar que se transformasse em piscina após as chuvas, como estava acontecendo ja ha anos.

Dentro do muro da praça os trabalhos continuam. Agora estão fazendo o paisagismo e concluindo  a pavimentação e os bancos.

Aguardamos a reabertura de todas quatro...sem banheiros, sem balizadores nem rampas para carrocinhas/cadeira de rodas e dizque, até sem vigilância. 
Quem sabe se vai ter algo para evitar a poluição sonora...



sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Imoveis e ruidos do entorno...

Mais uma vez o amigo Antonio Lobo Soares nos traz uma reflexão sobre  um problema que afeta a realidade de muitos paraenses: o RUIDO.

Não sabemos se o Mapa Acústico de 2004 teve alguma serventia, concreta, para melhorar a nossa realidade, mas aqui vão suas observações a respeito do:

Ruído e desvalorização imobiliária II

Antonio Carlos Lobo Soares*

Na última crônica mencionei alguns estudos desenvolvidos na Alemanha, EUA, Canadá e Polônia que mostram que o mercado imobiliário é afetado de forma negativa pelo ruído. Destaquei a importância do mapeamento acústico para identificar as áreas das cidades mais afetadas pelo ruído, com o objetivo de propor medidas de mitigação.

Em 2004 o Mapa Acústico de Belém já mostrava que suas vias principais apresentam níveis sonoros acima dos limites legais, devido principalmente ao ruído de tráfego rodoviário. Durante muito tempo, residir em via principal de tráfego era sinal de status social, pois na cidade a mobilidade é - quase - tudo de bom.

Em Belém ou Lisboa, os imóveis próximos dos transportes coletivos/ônibus (aqui) ou "metro" (lá) são mais valorizados. Entretanto, o efeito do som embaixo da terra é um e ao ar livre é outro. Por isso, os imóveis em Portugal próximos ao "metro" continuam valorizados, enquanto em Belém ocorre o contrário. 

Em Belém observa-se a migração das construções de edifícios para as vias paralelas ou transversais às avenidas de grande tráfego, o que se verifica na Rua João Balbi (Nazaré) e nas transversais da Pedro Miranda e Marquês de Herval (Pedreira) e da A. Barroso (Marco). Lembrando sempre que a redução do ruído pode ser feita na fonte emissora, no meio e junto ao receptor (as pessoas, os residentes).

Tanto os agentes do mercado imobiliário como os belenenses deveriam cobrar a substituição da frota de ônibus ruidosos por modelos silenciosos e com ar refrigerado, prevista para março de 2020, bem como a fiscalização do uso de descarga livre pelos motoqueiros, pelo tanto que maltratam o ambiente sonoro urbano.

Para reduzir o ruído entre a fonte e o receptor, é necessário utilizar asfalto de melhor qualidade e manter a velocidade em 60 Km/h no perímetro urbano. Acima disso, o atrito dos pneus com o solo produz ruído extra ao gerado pelo motor e escapamento dos veículos. Ao motorista cabe adquirir pneus com emissão de ruído "A" pelo selo do INMETRO.

A NBR 15575 (07.07.2013) passou a exigir novos elementos visando melhorar o desempenho acústico das edificações, entre eles o isolamento de fachada, capaz de defender os receptores do ruído exterior. 

Na escolha do imóvel para morar ou alugar, recomendo que evitem zonas ruidosas de acesso a hospitais, de entroncamento de vias, de diversão noturna etc., e procurem espaços tranquilos junto a parques e praças com áreas verdes. Como morar perto de cemitério é controverso, deixo esta decisão ao critério de vocês.

* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,

Tecnologista Sênior do Museu Goeldi.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

MURUTUCÚ, UMA MEMÓRIA ABANDONADA



Em 2003, em Bolonha na Itália, organizei uma mostra sobre Antonio Giuseppe Landi. A maior parte das fotos eram do Engenho Murutucu. Sobre os moveis da sacristia da igreja de S. Bartolomeu e Gaetano coloquei os objetos indígenas e amazônicos que tinha em casa. Nos muros, as fotos do que sobrou das suas obras em Belém feitas pelos amigos Faustino Castro e Ronildo Matsuura.

Um belo dia, enquanto explicava a uns visitantes quem era Landi, chegou um senhor que, apressadamente olhou as fotos, virou-se em minha direção....e foi embora sem proferir palavra alguma. 

Meia hora depois este senhor, Conde Vincenzo Lucchese Salati (*), professor da faculdade de Arquitetura de Venezia que conhecia a historia de Landi, voltou. Me perguntou de onde vinham aquelas fotos e me levou até uma delas onde se via a janela do que restou da igreja que Landi tinha preparado para o casamento de sua filha, la no Engenho Murutucu, na segunda metade do século XVIII.



Explicou alguns detalhes e concluiu dizendo: “aqui temos uma prova que o neo classicismo é uma criação de Landi...na Amazonia, porque aqui não deixou nada mais que desenhos.”  

As  ruinas do Engenho Murutucú e da capela de N. Sra. da Conceição foram tombados pelo IPHAN em outubro de 1981, quando ainda tinha uma enorme chaminé envolvida pelo mato...

Hoje vi umas fotos no Grupo  Nostalgia  Belém, da situação em que se encontra esse Patrimônio, deveríamos dizer, da Humanidade. A floresta  cresceu entorno das ruinas nesses quase vinte anos desde quando meus amigos me mandaram as fotos para a mostra... 

Este é mais um exemplo de como se cuida do nosso patrimônio. Se ignoram o Palacete Pinho , o Bolonha, o Faciola, que estão bem em vista em Belém, imaginem se vão dar atenção a essas ruinas históricas, escondidas pelo mato, mesmo se invejadas pelos estudiosos estrangeiros...

Senhores candidatos a Prefeitura, olhem essa realidade. Com certeza nenhum dos “defensores do patrimônio” vai lembrar dele nas propostas de governo da cidade. Sua  importância para a história da arquitetura é, porém,  juntamente com a igrejinha de S.Joãozinho, maior de qualquer outro prédio construído em Belém.














A EMBRAPA que o comprou alguns anos atras, será ainda proprietária dessas ruinas? O que faz para salvaguarda-la?

                                                         

                                                         XXXXXXXXXXXX



(*) Conde Vincenzo Lucchese Salati, professor de Desenho e Relêvo para o Restauro Arquitetônico de edificios antigos/históricos e artísticos, na Universidade de Veneza, vive em Bolonha.

Docente di Disegno e Rilievo per il Restauro Architettonico ( di edifici antichi /storici ed artistici) presso la universita' di Architettura di Venezia...

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Poluição Sonora é Crime



 Estou Fora

Poluição Sonora é crime
Traz inimizade e dor
É constrangedor e deprime
Inclusive ao causador
Que revela a não Cultura
De nem cultivar Leitura
E o respeito a um morador

Mas que tal teu som baixinho
Só pra tu mesmo escutar
Sem incomodar vizinho
Na sala do aconchegar?
Que tal ser um bom garoto
E pensar também no outro
Que quer paz, se sossegar?

A Poluição Sonora
Tu podes até não achar
Cedo ou tarde, qualquer hora
Perturba um vizinho lar
Incomoda um são ou doente
Do teu lado ou da frente
Tira a paz do aconchegar

Incomoda o Estudante
Que carece entregar
Um trabalho importante
Nem dá pra raciocinar
Ninguém fica concentrado
Com barulho em frente ou lado
Impossível estudar

Embora não acredites
Sonora Poluição
Causa perda de apetite
Provoca Alta Pressão
Não dá pra dormir direito
Podes causar com este feito
Um ataque do coração

O teu som lá nas alturas
É desconsideração
Com quem ama uma leitura
Um jornal ou televisão
Pensa em tua vizinhança
Um idoso, uma criança
Plante paz, meu caro irmão

Quando longe dos parentes
Na mais alta precisão
Sabes quem socorre a gente ?
É o vizinho cidadão
Ninguém vive isolado
Todos somos precisados
De uma generosa mão

Seja vizinho bacana
Busque sempre se importar
Aqueles fins de semanas
São feitos pra descansar
Teu vizinho não reclama
Porque tu, cheio da cana
Vais partir para brigar

Que tal carro na garagem
Com aquele suave som?
Isso, sim, é bacanagem
Gentileza, lindo tom
Seja bacana pessoa
Se divirta, numa boa
Para todos será bom

Que tal fone de ouvido?
Faz um danado de bem!
É barato, é divertido
E não incomoda ninguém.
Que tal som com boa letra
E, de quebra, uma caneta?
Podes escrever também

É tão bom viver unido
Sem incomodar nem um
A vida tem mais sentido
No pensar do bem comum
O som alto barulhento
Nesses tempos violentos
Não traz benefício algum

Da Poluição Sonora
Quero aqui finalizar
Totalmente estou fora
Aprendi a respeitar
Como Cidadão Sujeito
Eu conheço meus direitos
Sei adonde reclamar

Ao indivíduo barulhento
Sonora Poluição
Dá multa e guinchamento
Do seu nocivo carrão
Se houver reincidência
Do Boletim de Ocorrência
Terá Pena de Prisão

Também vale para Bares
Igrejas e outros locais
Como barulhentos lares
Algazarras nos quintais
Abusar da má conduta
Pode doer com uma multa
E tantas dores a mais

Qualquer pessoal sujeito
Que sofrer perturbação
Pode procurar Direito
Legítimo do Cidadão
Denuncie a covardia
Na DEMA e Delegacia
Não se cale, meu irmão

Jetro Cabano Fagundes
Farinheiro do Marajó e de Ananin
Ganhador do Título Cidadão de Ananindeua, 2014
Também o Prêmio Homem Destaque Ananin, 2019
Recebeu o Mérito Marajoara, mais importante Título concedido pela AMAM, Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó
Jetro é Autor de mais de 10 Livros de Poesias
Membro da Academia Paraense de Literatura de Cordel