sábado, 19 de setembro de 2020

AS MUDANÇAS NA PRAÇA DO CARMO

 

Quando iniciaram os trabalhos de “requalificação” da Praça do Carmo neste ano 2020, disseram que seria reaberta para o Círio, ou seja em Outubro. Lógico que  ninguem imaginava que a Pandemia chegasse por aqui e... fizesse o que está fazendo.

As quatro praças escolhidas pelo PAC DAS CIDADES HISTORICAS começaram a serem muradas nos primeiros dias de Março. Para a Praça do Carmo era mais uma modificação ao longo de pouco mais de cem anos.

Data de 1626 a concessão, por parte da esposa de Pedro Teixeira aos Carmelitas Calçados, do terreno onde foi construida a primtiva capelinha e o convento da ordem de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo.  Nascia assim o quarto largo da colonia.

Naquele descampado em frente a ele, em diagonal, existiu uma outra igreja, a de  Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, construída no século XVII .













Ja no inicio do século XX após a plantação da primeiras mangueiras no quadrilatero em frente a igreja do Carmo, o largo começa a se transformar numa  praça.





O aspecto da praça mudava. O movimento em Belém a causa do comércio da borracha,  tinha levado ao surgimento de tantas  lojas   e oficinas na rua do Norte, hoje Siqueira Mendes, a qual acabava em frente a Igreja do Carmo


Chegou a ter, até fins do século XX,  uma bica d’agua e um coreto, além do busto d D. Bosco o qual, a cada intervenção na praça, mudava de lugar.

















Várias modificações foram feitas na praça até que, nos anos 90,  no governo do Dr. Helio Gueiros, um novo projeto  apareceu assinado por Jussara Derenji.



Esta é a visão da praça no inicio dos anos 2000. Tinham recuperado a área onde de encontrava o basamento/assoalho da antiga igreja .

Duraram  poucos anos porém  as piramides que cobriam a parte arqueologica da Igeja dos Homens Brancos, que tinha sido demolida nos anos 30.

Contam que o caminhão que trazia os vidros para as piramides, foi roubado e passou um pouco de tempo até que encontraram um sucedaneo para a cobertura das tres areas arqueologicas.


Aquelas vetrines de acrilico colocadas nas "janelas arqueologicas" viraram motivo de atenção principalmente por parte das crianças do entorno.  Em breve  começaram a usar aquelas piramides como tobogã e em pouco tempo essa cobertura transparente caiu...e  nunca mais foi reposta.

O abandono da praça era evidente. Aquelas "janelas" se transformaram em buracos e a deterioração  geral da praça aumentou. Com a chegada dos moradores de rua no canto da praça com a Joaquim Tavora  começou o uso tais "buracos" como lixeira/banheiro/cozinha, e o degrado piorou mais ainda.

Os 400 anos de Belém se aproximavam. Nesse meio tempo, porém,  tinham apresentado um projeto ao PAC DAS CIDADES HISTÓRICAS para a recuperação erevitalização de quatro praças no Centro Histórico. http://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/12/as-nossas-pracas-pro-memoria.html.

Vários problemas com a documentação necessária para a aprovação de tais projetos, fizeram os anos irem passando e somente este ano iniciaram os trabalhos de requalificação das quatros praças escolhidas. 

Este é um dos  mapas dos trabalhos na Praça do Carmo em 2020.


O busto de D. Bosco em fase de recuperação ja tinha, mais uma vez, mudado de lugar.


 














A pavimentação da praça foi totalmente refeita e os degraus do anfiteatro diminuiram numa tenttiva de evitar que se transformasse em piscina após as chuvas, como estava acontecendo ja ha anos.

Dentro do muro da praça os trabalhos continuam. Agora estão fazendo o paisagismo e concluindo  a pavimentação e os bancos.

Aguardamos a reabertura de todas quatro...sem banheiros, sem balizadores nem rampas para carrocinhas/cadeira de rodas e dizque, até sem vigilância. 
Quem sabe se vai ter algo para evitar a poluição sonora...



Nenhum comentário: