Quando iniciaram os trabalhos de “requalificação” da Praça
do Carmo neste ano 2020, disseram que seria reaberta para o Círio, ou seja em
Outubro. Lógico que ninguem imaginava
que a Pandemia chegasse por aqui e... fizesse o que está fazendo.
As quatro praças escolhidas pelo PAC DAS CIDADES
HISTORICAS começaram a serem muradas nos primeiros dias de Março. Para a Praça
do Carmo era mais uma modificação ao longo de pouco mais de cem anos.
Data de 1626 a concessão, por parte da esposa de Pedro Teixeira aos Carmelitas Calçados, do terreno onde foi construida a primtiva capelinha e o convento da ordem de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo. Nascia assim o quarto largo da colonia.
Naquele descampado em frente a ele, em diagonal,
existiu uma outra igreja, a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Brancos, construída no século XVII .
Ja no inicio do século XX após a plantação da primeiras mangueiras no quadrilatero em frente a igreja do Carmo, o largo começa a se transformar numa praça.
.
O
aspecto da praça mudava. O movimento em Belém a causa do comércio da
borracha, tinha levado ao surgimento de tantas lojas e oficinas na rua do Norte, hoje Siqueira
Mendes, a qual acabava em frente a Igreja do Carmo.
Chegou a ter,
até fins do século XX, uma bica d’agua e
um coreto, além do busto d D. Bosco o qual, a cada intervenção na praça, mudava
de lugar.
Várias modificações foram feitas na praça até que, nos anos 90, no governo do Dr. Helio Gueiros, um novo projeto apareceu assinado por Jussara Derenji.
Esta é a visão da praça no inicio dos anos 2000. Tinham recuperado a área onde de encontrava o basamento/assoalho da antiga igreja .
Duraram poucos anos porém as piramides que cobriam a parte arqueologica da Igeja dos Homens Brancos, que tinha sido demolida nos anos 30.
Contam que o caminhão que trazia os vidros para as piramides, foi roubado e passou um pouco de tempo até que encontraram um sucedaneo para a cobertura das tres areas arqueologicas.
Aquelas vetrines de acrilico colocadas nas "janelas arqueologicas" viraram motivo de atenção principalmente por parte das crianças do entorno. Em breve começaram a usar aquelas piramides como tobogã e em pouco tempo essa cobertura transparente caiu...e nunca mais foi reposta.
O abandono da praça era evidente. Aquelas "janelas" se transformaram em buracos e a deterioração geral da praça aumentou. Com a chegada dos moradores de rua no canto da praça com a Joaquim Tavora começou o uso tais "buracos" como lixeira/banheiro/cozinha, e o degrado piorou mais ainda.
Os 400 anos de Belém se aproximavam. Nesse meio tempo, porém, tinham apresentado um projeto ao PAC DAS CIDADES HISTÓRICAS para a recuperação erevitalização de quatro praças no Centro Histórico. http://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/12/as-nossas-pracas-pro-memoria.html.
Vários problemas com a documentação necessária para a aprovação de tais projetos, fizeram os anos irem passando e somente este ano iniciaram os trabalhos de requalificação das quatros praças escolhidas.
Este é um dos mapas dos trabalhos na Praça do Carmo em 2020.
O busto de D. Bosco em fase de recuperação ja tinha, mais uma vez, mudado de lugar.
A pavimentação da praça foi totalmente refeita e os degraus do anfiteatro diminuiram numa tenttiva de evitar que se transformasse em piscina após as chuvas, como estava acontecendo ja ha anos.
Dentro do muro da praça os trabalhos continuam. Agora estão fazendo o paisagismo e concluindo a pavimentação e os bancos.
Aguardamos a reabertura de todas quatro...sem banheiros, sem balizadores nem rampas para carrocinhas/cadeira de rodas e dizque, até sem vigilância.
Quem sabe se vai ter algo para evitar a poluição sonora...
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