segunda-feira, 30 de novembro de 2020

RAPIDAMENTE...

 

JA SABEMOS QUEM SERÁ O NOVO PREFEITO DE BELÉM, AGORA:

 GOSTARIAMOS DE SABER, CASO SEJA VERDADE,  A QUANTO AMONTA O EMPRÉSTIMO FEITO PARA A "REQUALIFICAÇÃO" DAS QUATROS PRAÇAS QUE ESTAVAM NO PAC DAS CIDADES HISTÓRICAS  QUE, DIZEM,  FORAM RETIRADAS PELO PREFEITO EM 2018 DE TAL PROJETO.

SÃO ELAS:

- PRAÇA DO CARMO;

- PRAÇA DO RELOGIO;

- PRAÇA D. PEDRO II

- PRAÇA DAS MERCÊS

...E SERÁ O NOVO PREFEITO A TER QUE PAGAR ESSE DÉBITO.

Aqui para nós: assim é comodo.


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

CANDIDATOS: A VOCAÇÃO DA CIDADE VELHA

 ... E DA ÁREA TOMBADA.


É hora de escolher o novo Prefeito de Belém e uma pergunta nos fazemos: qual deles sabe  qual é a VOCAÇÃO DA CIDADE VELHA?

Em julho de 2012 enfrentamos esse argumento pois se tentava mudar uma nossa realidade histórica. De fato, notava-se  uma particular atenção dos festeiros pelo uso indiscriminado de áreas tombadas como sede de locais ligados  ao setor do “divertimentificio”... sem ter nem estacionamento para os veiculos dos clientes.

Esta opção pelo Centro Histórico como base de ação, ignorava, já,  todas as intenções de defesa do nosso patrimônio histórico-cultural previstas nas leis em vigor, sejam elas produzidas pela União, Estado ou Município.

A causa do pouco interesse pela defesa do nosso patrimônio por parte dos nossos governantes, vimos que nada de substancial a respeito, aconteceu.  A falta de politicas públicas para esse setor, ao menos nos ultimos quinze anos, é a evidente e   clara consequência disso.

A quantidade de leis em vigor que são ignoradas pelos administradores da cidade deixa claro a superficialidade com a qual é tratado o argumento. Basta olhar a “orla” da Cidade Velha para descobrir a quantidade de locais voltados ao ‘divertimentifício’ , autorizados, muitos deles, ignorando as normas em vigor. De fato, vimos crescer o uso de calçadas e praças como estacionamentos  dessa clientela, por falta de interesse em resolver esse problema... sem falar do abuso relativamente a poluição sonora.

Quem insiste em transformar a área tombada da Cidade Velha em tal sentido ignora a sua verdadeira vocação. Tais pessoas, pensando talvez em ganhar dinheiro facilmente ou, pensando mais naqueles que precisam de locais para passar seu tempo livre, esquecem de olhar o entorno, não vendo assim o serviço que esse bairro presta aos ribeirinhos. Pretender o fechamento das lojas e sua substituição por locais de divertimento, é um verdadeiro absurdo na nossa área tombada pelo IPHAN.

Será que ninguem notou que o comércio da área tombada se desenvolveu levando em consideração as necessidades do ribeirinho? Não falo de sapatarias ou lojas de tecido,  me refiro a peças para barcos; remos, lemes, motores, rede de pesca;  maquinas de açaí;  roçadeiras, compressores, pulverizadores, motosserras,  material elétrico,  de construção e afins, além de  consertos de motores de vários tipos.  

Os clientes desse tipo de comércio da Cidade Velha, não são só os belemenses, mas são, principalmente, os ribeirinhos os quais, muitos deles, votam em Belém.

A história é, por si só, a ciência da memória. Quem quer acabar com ela o faz por ignorancia ou com outras  intenções? É o caso de lembrar que, os moradores da Cidade Velha são, a maior parte deles, oriundos das ilhas/cidades maiores ao nosso redor. Familias de  Ponta de Pedras, Igarapé Miri, Abaetetuba, constituem a maior parte da população desta área tombada. As ilhas menores, porém, ao menos cerca de quarenta delas, fazem parte do Municipio de Belém... e seus moradores, votam aqui. Como ignorar essa realidade, que nem é de pouco conto?

Quem conhece o desespero das Prefeituras de ilhas situadas no entorno de Belém para conseguir um lugar para estacionar suas barcas-transporte? Tem aqueles que tiveram que recorrer aos donos dos bares e locais noturnos situados na beira-rio. Será que, agora, esses “empreendedores” viraram “donos dos portos”. (Será que tem autorização para isso, também?) 

A precáriedade  ainda maior de quem mora nessas ilhas é  relativa a: escola para seus filhos; hospital, pronto socorro e, mais do que tudo, porém, para os que vem para Belém a procura do que lá não tem, é a falta de trapiches para “estacionar” seu pôpôpô. Quem se lembrou disso durante a campanha eleitoral?

A Cidade Velha,  por falta de atenção a essas ilhas, se transformou, por força, na principal fornecedora de bens e serviços aos ribeirinhos, que são cidadãos como nós, com deveres e direitos. Achamos portanto um absurdo que a atenção seja dada somente, ou principalmente ao “divertimentificio”, como se nossos concidadãos ribeirinhos fossem inexistentes e, pior, não tivessem necessidades mais urgentes que a de se divertir... até mesmo em tempo de eleições.

As lojas  da Castilhos França, assim como os laboratórios, faculdades, os dentistas, os hoteis e outros pequenos serviços ali situados devem agora dar lugar a bares e restaurantes esquecendo  que são, como os da Cidade Velha, um serviço aos ribeirinhos? (Até "prostibulos" diurnos, tem por la e até na Manuel Bsrata.)

Que turismo tem Belém para justificar tal absurdo? Os clientes vão chegar a pé ou de onibus nesse  Boulevard  de comilões? Vão estacionar aonde, se vierem de carro? Outras calçadas, além  daquelas da Cidade Velha, vão virar estacionamento? A experiência dos bares no Mercado Bolonha deu tão certo assim a ponto de servir de exemplo para destruir nossa memória histórica?

São as ilhas a possivel fonte de renda. O turista que vem para cá, quer ver a Amazonia e não ficar socado na calçada de um bar vendo os onibus poluiram o ar...

Depois, uma pergunta que não quer calar: mas toda essa mão de obra que seria criada,  teria suas carteiras de trabalho assinadas? Porque, segundo os trabalhadores da  Cidade Velha não é o que acontece nesse setor. 

Vocês sabiam disso?


   CANDIDATOS A PREFEITO: PENSEM NISSO... 


RIBEIRINHO TAMBÉM VOTA E... QUEM ESTUDOU GOSTARIA DE VER SALVAGUARDADA ESSA PARTE DA NOSSA HISTÓRIA.


sexta-feira, 13 de novembro de 2020

A ORLA “LIVRE" DA CIDADE VELHA

 

Desde quando começaram a usar as áreas de portos situados na orla da Siqueira Mendes, como locais noturnos, que reclamamos do que isso causa para o bairro.

Por um lado, a falta de estacionamento e a poluição sonora deveriam ser motivo de maiores atenções na área tombada, mas, por ocasião da "requalificação" das quatro praças dessa área tombada isso não foi levado em consideração, como, por outro lado, ignoraram a comunidade, contrariamente ao que prevêem as leis em vigor.

Tres coisas são interessantes salientar:

- QUE PARTE DO BAIRRO FOI TOMBADO EM 2012 PELO IPHAN ;

- QUE BOA PARTE DE SUA ORLA ERA USADA COMO PORTO;

- QUE O COMERCIO DAS PRIMEIRAS RUAS DE BELÉM FORNECEM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA  AS ATIVIDADES DOS RIBEIRINHOS.

De fato, andando pela Cidade Velha não vamos encontrar sapatarias, lojas de tecidos ou de óculos, mas quem vende: roçadeiras, maquinas de açaí, remos, motores de popa, material elétrico, de pesca, para construção (areia , tijolo, cimento e azulejos) e muito mais, além de oficinas para todo tipo de motores e instrumentos de trabalho elétricos.

Quando Belém foi fundada, não era de moda ir “para a praia”. Banho se tomava de cuia, dentro de uma tina ou na beira de um poço. Só os índios usavam os igarapés e os rios para se banharem . O pudor ainda estava de moda, lembrado e apoiado veementemente pelas igrejas, evitando assim que as praias fossem algo mais que portos de canoas, igarités e barcas a vela... Além do mais as casas da Cidade Velha eram construídas de costa para o rio, com seus trapiches.

Até o inicio de 1940 a orla de Belém ao longo do rio Guamá, partindo da praça do Arsenal era quase totalmente desabitada e ainda coberta por mata virgem.  A Tamandré era um lamaçal e a única rua que chegava até a beira do rio, era a atual Av. Alcindo Cacela, ainda feita de chão batido, onde se encontrava a companhia aérea alemã, Condor Lufthansa. Tem quem lembra que era costume as famílias levarem os filhos para assistirem, ao por do sol as aterrisagens dos hidroaviões.

Pouco a pouco, a partir da segunda Guerra mundial e dos acordos de Washington que estabeleceram o fornecimento de ipecacuanha, aniagem, babaçu, cera de carnaúba, cera de urucuri,  borracha manufaturada, café, cacau, castanha-do-pará, cristal de rocha, flores de piretro,  linters de algodão, timbó,  mamona mica, rutilo... para os Estados Unidos em troca, especialmente, do reequipamento das forças armadas com fornecimento de armas ao Brasil, aumentaram os portos em várias partes da orla.

Nessa época nasce o Canal da Estrada Nova, com uma área revestida de concreto, para as bandas do Guamá, que os americanos diziam ter feito para conter a malária que infestava Belém. A boca pequena em vez se falava que “aquela vala” era na verdade uma trincheira a ser usada pelos americanos, caso a guerra se prolongasse. Os americanos constroem a Rodovia Artur Bernardes unindo assim a recém construída Base de Val de Cães ao centro da cidade.

A CIDADE CRESCE. A área que vai da Praça da Sé até a atual sede da  UFPA  começou a ver aumentar o numero  de portos de todos os tipos e tamanhos, entremeados com alguma outra atividade mais antiga que podiam ser clubes de regata, fabrica de guaraná, serrarias, marcenarias, oficinas náuticas, e lojas de materiais que interessavam os ribeirinhos...além do bar da Condor.

Esse bar e os clubes nauticos eram os únicos pontos de recreação dos belemenses na orla de Belém, até que começaram a aterrar a área atrás do Palacete Pinho, do Porto do Sal até mais pra lá da Tamandaré e locais noturnos e motéis começaram a aparecer. Como muitos portos não trabalham a noite começaram a usar essas áreas como danceterias... e começou o cáos.

Esses locais noturnos sem estacionamento para seus clientes começaram a usar praças e calçadas de liós, como tal. Aparecem flanelinhas para endereçar os motoristas rumo a grama das praças, destruindo-as. A poluição sonora no entorno de igrejas tombadas, aumenta e  ninguém toma providências...também. O nível da educação desses clientes piorava...

Paralelamente é inaugurado o PORTAL DA AMAZONIA, fora da área tombada. Rápido o seu sucesso. A necessidade de áreas de lazer em Belém, ficou claro, mas, em vez de usar o resto da área em tal sentido, autorizaram um Atacadão na entrada do Portal. Foi embargado mas, próprio estes dias, foi suspenso pelo próprio Ministério Publico que tem como competência inclusive, defender  o meio ambiente...

Não satisfeitos com o cáos criado no bairro tombado, incluindo trios elétricos a torto e a  direito, um espirito de porco resolveu propor fazer um corredor de  bares que começava perto da Presidente Vargas, descia toda a Boulevard Castilho França, entrava pela Feira do Açaí, subia para a praça da Sé e acabava na praça do Carmo. Os clientes desses bares iam chegar a pé ou de carro? foi a primeira pergunta que fizemos. Iam continuar a infestar as calçadas de liós com seus veiculos? Iam usar skates ou patinete? E a poluição sonora ia ser permitida até nas 11 Janelas? Não tivemos resposta.

Sobrava ainda um bom pedaço de terra de marinha na área do Portal: quem sabe uma área de lazer com serviços para os ribeirinhos, incluindo uma marina para seus po-po-pós. Daí lemos no jornal que alugaram  a área da ex fábrica de aniagem CATA, na parte final do Portal da Amazonia para  construção de um...supermercado. 

Naquela área seria bem mais util algo mais para os moradores das ilhas do Municipio de Belém.   Médicos, dentistas, creches, documentos...esses serviços seriam bons também para os moradores da Cidade Velha, além de áreas de lazer, mas não pensaram nisso.



Continuam  de olho aberto na orla  "livre" de Belém... sem discutir com a comunidade.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

QUAL LEVEDO USARAM?

 

Vamos, de novo, examinar alguns dados da requalificação das quatro praças antigas que estavam no PAC das Cidades Históricas. Vamos voltar a uns anos atrás...  

Em agosto de 2013 tomamos conhecimento que o pedido apresentado pela Prefeitura de Belém para entrar no PAC era constituído de 19 itens por um total era 76.248.000 Reais. Estas porém foram as  propostas aprovados, por um total de pouco superior a metade do que foi pedido :

262 PA Belém Restauração do Palácio Antônio Lemos - Museu de Arte de Belém

263 PA Belém Revitalização da Feira Ver-o-Peso

264 PA Belém Restauração do Mercado de Peixe do Ver-o-Peso - Etapa final

265 PA Belém Requalificação da Praça Dom Pedro II

266 PA Belém Requalificação da Praça do Relógio

267 PA Belém Requalificação da Praça do Carmo

268 PA Belém Restauração do Casarão do Forum Landi

269 PA Belém Restauração do Palácio Velho - Teatro Municipal

270 PA Belém Requalificação da Praça Visconde do Rio Branco

271 PA Belém Requalificação do Cemitério da Soledad

272 PA Belém Restauração do Cinema Olímpia

273 PA Belém Restauração do Palacete Bolonha - Centro Cultural

274 PA Belém Restauração da Sede da Fundação Cultural do Município de Belém 

275 PA Belém Restauração Casarão do Arquivo Público do Pará

276 PA Belém Restauração da Capela Pombo

 Entre as propostas aprovadas pelo IPHAN estavam quatro praças da área tombada:

Requalificação da Praça Dom Pedro II ( R$ 1.600.000,00)

Requalificação da Praça do Relógio (R$ 350.000,00)

Requalificação da Praça do Carmo (R$ 585.000,00)

Requalificação da Praça Visconde do Rio Branco (R$ 980.000,00)

(https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2015/08/1-como-vai-o-pac-cidades-historicas.html)

Resulta porém que, em 2018, a Prefeitura renunciou a ajuda do PAC exatamente para as quatro praças acima citadas... sem nenhum encontro, debate ou informação a cidadania.

Em março de 2020 vimos  colocarem tapumes em tais praças para início dos trabalhos de “requalificação” das mesmas, sem nenhuma discussão/apresentação aos moradores do entorno. As placas colocadas nas praças indicavam apenas o novo preço/custo  de tal requalificação, e nada mais.

Qual levedo usaram nos projetos de requalificação das nossas praças para que o aumento desses projetos tivessem crescido tanto? Olhando as placas colocadas em cada praça, vemos o que custam hoje...  mas sobre o que seria feito, nelas, nada se soube.

Fazer as contas só do aumento do custo da Praça do Carmo foi um problema devido as várias discrepâncias entre os valores. De fato, o valor do projeto original da Praça do Carmo apresentado pela Prefeitura, resultava ser de  R$189.826,81  e o  valor da obra  R$  470.217,01.  Nos dados do IPHAN, em vez, víamos outro valor e decidimos usá-lo para o cálculo.

Resultado da Correção pelo IPCA (IBGE)

Dados básicos da correção pelo IPCA (IBGE)

Dados informados

Data inicial 01/2015  Data final 06/2020

Valor nominal R$ 585.000,00 ( REAL )

Dados calculados

Índice de correção no período 1,31173800

Valor percentual correspondente 31,173800 %

Valor corrigido na data final  R$ 767.366,73 ( REAL )

O último orçamento em mãos do IPHAN era em vez de R$ 818.894,64, mas em 

fevereiro de 2020 lemos  na placa o valor de R$1.364.588,43


A fermentação dos preços ao longo desses anos deu como resultado que: os bancos desapareceram em quase todas, mas em algumas, em vez, os postes decuplicaram... Uma guarita para quem as deveria “guardar”, ou WC para os necessitados, não vimos aparecer em nenhuma. O paisagismo, caso não tenha algum tipo de vigilância melhor do que as câmaras da CIOP,  não vai durar muito... Se o sol não matar antes, as plantinhas.

Não foi a colocação de balizadores que aumentou as despesas dessas requalificações, porque até poucos dias atrás ninguém dava certeza, nem verbalmente, nem por escrito, sobre a colocação desses objetos que impedirão mais uma demonstração de falta de educação do nosso povo endinheirado.

Perguntas que não querem calar são: o autor desses projetos vive em Belém?  Conhece o povo que mora aqui e que frequenta essas praças? Decidiu que ninguém deverá mais passear com os filhos ou namorados nas praças? Aqueles que ficam esperando os “aviõezinhos” trazerem o fumo, onde se sentarão? A "priori", decidiu que iriam roubar os bancos? Não pensou que, com “guaritas” para quem deveria vigiar as praças, alguém iria poder dormir ou roubar os bancos? Na nossa opinião, será mais fácil roubarem as lampadas "led" ou as plantinhas... De fato ja tem uma 'molecada" provando ha uma semana, subir no poste onde está o nome da Praça e que é da mesmo grossura dos que sustentam essas lampadas carissimas.

Devemos reconhecer que, limpas e bem tratadas, todas ficarão bonitas...para serem olhadas, mas não usufruídas. Aliás, usufruídas sim, pelos delinquentes, por conta da falta de vigilância, concretamente.

Não vamos falar de “defesa da nossa memória histórica”, por que isso virou um “opcional” não somente relativamente as praças, mas quanto às cores dos prédios do entorno, também.

PERGUNTAMOS, então: por que o valor nominal quase dobrou na placa exposta na Praça do Carmo??? Será por causa da poluição  visual causada por tantos postes ?