domingo, 26 de fevereiro de 2017


VÃO-SE OS ANTIGOS MORADORES DA CIDADE VELHA

Ha quase tres meses não damos noticias, nem fazemos reclamações. Não é que os motivos tenham acabado, muito pelo contrario... mas estavamos desligados da realidade da Cidade Velha, respirando outros ares.

Voltar, voltamos, enquanto outros foram-se embora, definitivamente, para outros cantos da cidade, nesses ultimos meses. Como antes de viajar, tivemos a mesma noticia...mas um@ morador antig@ se foi para outro bairro. Agora, quem se mudou morava na praça de S. Joaozinho, e também não aguentou a decadência do bairro. Em dezembro foi um@ vizinh@ da Pça do Carmo que se foi para longe daqui. Amb@s professor@s. Antes, outros ja tinham dado esse passo, mas distanciados, um dos outros.

Não vamos dar a culpa somente a insegurança, pois Belém é toda insegura, com whatzap ou  não. O barulho, a poluição sonora, é um dos outros leit motiv que está atrapalhando e piorando o nivel de vida das pessoas de bem. Nem ouse chamar o 190: as respostas são as mais absurdas, para não dizer petulantes, também. A DEMA nem te passa as senhoras que cuidam desse problema, caso as procures por telefone.  Se escrever, ninguem responde apesar da lei da transparência

Nenhuma lei mudou a respeito, ultimamente,  porém o nivel de debelação do problema "poluição sonora", independentemente de horario ou presença de igrejas e colegios, desapareceu. Todos conseguem fazer o que querem, onde querem...e nao adianta reclamar, é bem capaz de sair tiros. Sempre perde o morador do lado.

O transito ajuda, e muito, também, essa opção de saida do bairro. As vans e kombis aumentaram, juntamente com a mal educação de quem as guia. É normal ver fila de carros e onibus  parados na Dr. Assis porque uma van decidiu esperar que os alunos do Rui Barbosa, que ainda estão nas alturas da Dr.Malcher, cheguem.  Parece mentira, mas é a pura verdade. E quando param para comprar agua e picole, na segunda parada da Dr. Assis. Alias, a parada mudou de lugar, até.

As carretas sabem quando tem controle e quando a SEMOB nao está trabalhando e entram na Cidade Velha, com suas 80 toneladas ou mais, exatamente quando está tudo livre... para ajudar alguem a enriquecer vendendo cerveja a nossos filhos, ou aqueles que deverão consertar as falhas provocadas no asfalto das ruas...Sim, porque os buracos aparecem sempre nas ruas mais frequentadas.

Os moradores ainda tem que lidar, também, com gente muito mais culta, mas que usa as calçadas como estacionamento. Voces notaram a quantidade de orgãos públicos so no entorno das Praças Felipe Patroni e de S.João? Pois é, nem todos esses usuarios das calçadas são marreteiros/ambulantes, pois estes andam de onibus. Nos referimos a quem tem carro e aonde eles os estacionam. Alguem fez alguma coisa para defender as calçadas de lios...tombadas?

E a trepidação dos imoveis, para quem fica? Ja é dificil obter dinheiro dos orgãos publicos para consertar bens tombados, imaginem o pobre coitado que nem dinheiro teve para fazer a passagem de propriedade do bem que herdou... Esse pobre coitado, nem ajuda do IPHAN/Caixa Econômica vai ter, porque não é proprietário do imóvel onde mora.

O total desinteresse pelo bairro, está afastando os moradores que gostavam da Cidade Velha. Quem vem não demonstra nenhum interesse em salvaguardar nosso patrimônio histórico. O interesse é ganhar dinheiro em algum modo e assim, não somente muda a tipologia de moradores, mas os costumes do bairro também, como aconteceu na Campina.

Por falar em Campina nos vem em mente o caso do Monumenta.  Dos cinquenta moradores da Cidade Velha que apresentaram  pedido de financiamento para restaurar/consertar suas casas em 2009, somente um teve direito, pois proprietária do bem, Os outros 49 eram 'herdeiros" que ainda moravam aqui, ou seja, que não tinham ainda vendido seu bem (nem feito a voltura), como, em vez fizeram os da Campina. Assim sendo, aqueles, não tiveram direito ao financiamento..

Pois bem,  pelo que sabemos, sete pessoas tiveram acesso aquele financiamento: 6 da Campina e uma da Cidade Velha. Os da Campina, na sua maior parte eram novos proprietários... e os 'herdeiros ' e moradores antigos da Cidade Velha, sobraram. Uma pergunta não quer calar, porém: os herdeiros da pessoa que obteve o financiamento na Cidade Velha e faleceu, infelizmente, será que vão ter que pagar o resto das prestações que faltam????

Tem mais: será que foi  a crise que fechou, cerca de dez anos atras o supermercado do 'japones' aqui na Cidade Velha? Esta e outras atividades, que serviam aos ribeirinhos, estão fechando, também. Quem esta ocupando esses lugares? Não sabemos ainda, mas algumas casas que estavam desalugadas, agora passaram a usar incenso, e tanto, que os vizinhos nem podem mais respirar. Será para cobrir o cheiro da 'maniçoba" ????

Falando de um outro problema: o respeito das leis por parte dos orgãos públicos. Em todos os niveis, a legislação assegura e  rebate a necessidade de salvaguardar, conservar, proteger nossa memoria histórica. Mas quem é o culpado de tanto desleixo? Quem é que autoriza ou ignora o que acontece por aqui?  Quem autoriza a construção de estacionamentos onde existia um prédio antigo que esqueceram de tombar? Quem autorizou mudar as cores claras da Cidade Velha, por cores fortes? A Coral não fez nenhum favor a nós, quando conseguiu expor sua gama de cores através das nossas casas. Alias, em quase todo Brasil isso aconteceu e não vimos ninguém reclamar e/ou obter resultados. As ordens que vem do "alto", também devem estar dentro das normas em vigor.  Quando uma area é tombada, o ato não fala de embelezamento: as tres palavras bases, acima citadas em negrito, também valem, portanto, para eles. Quem é daqui sabe que as cores das casas em Belém eram bem tênues ...

Continuamos esperando a regulamentação da lei de tombamento da Cidade Velha... e a distancia de anos,também não sabemos se, depois do tombamento da Cidade Velha, o Plano Diretor foi adequado a essa novidade. Em ambos os casos o argumento deveria ser debatido publicamente.

Os Ministros que falam de patrimonio, ou que em algum modo tem a ver com estas áreas, era melhor que começassem a atualizar as leis nacionais e começassem a prever, ao menos para as áreas tombadas:
- minimo de decibeis;
- maximo de peso para  veiculos poderem entrar nessas áreas;
- quantidade de estacionamento para poder autorizar qualquer atividade;
- obrigatoriedade de fiscalização e de multas...
Demonstrariam um pouco de seriedade neste momento de caos.

Isso, so para começarem, pois, se a Segurança continua do jeito que está, os moradores de bem da Cidade Velha e que não gostam do cheiro do incenso, irão todos embora.


PS: O corredor de bares da Boulevard Castilhos França, vai prever estacionamentos???? Ou vai servir, somente para quem usa onibus?
Ao contrario, a SEMOB vai ter que triplicar horario e ordenado de seus funcionários.