sexta-feira, 24 de abril de 2020

DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM..




Cidade Velha, Rua Dr. Assis,  esta tarde, 24 de abril,  perto da  sede de um Batalhão da Policia Militar, uma mulher caiu desmaiada na calçada.  A noticia, com foto, correu imediatamente nas redes sociais. Se notava um ‘gari’, talvez colega de trabalho da mulher, e dois militares, talvez da PM....


Ela continuava no chão enquanto a noticia se espalhava e deu tempo de chegar para uma amiga que trabalha na Alepa. Ela chegou no local e viu colocarem a mulher na carroceria de um caminhão.

Ambulancia  a disposição não devia ter e...quem iria pagar o taxi para leva-la a algum hospital? Um camioneiro se prestou a ajudar. Uma hora já tinha passado, praticamente.

Os garis que trabalham para a Prefeitura são, na maior parte, surdo-mudos e/ou epilépticos. Cansei de ver da minha janela, eles cairem no chão da praça do  Carmo: me esgoelava pedindo socorro aos seus colegas e não entendia porque não corriam para ajudar. Depois descobri o porque.

Pode ser um desses o motivo da queda dessa trabalhadora. Com o Corona-virus em giro, tomara que cuidem dela. É' um seu direito.

Essa falta de ajuda para leva-la a algum Pronto Socorro, porém, é grave. Será que não tinha nehuma viatura da PM estacionada, como de costume, na calçada onde ela caiu?


quarta-feira, 15 de abril de 2020

Pandemia e agentes da destruição do patrimonio



Parece piada mas, ultimamente, ou seja, há pouco mais de um ano, correram vozes de que o “urubu é a causa da destruição do patrimonio histórico”. O argumento volta a tona a causa da pandemia e a 'descoberta' de novos agentes de destruição do patrimônio... e da saude dos cidadãos. quem sabe!!!

Enquanto a Civviva lutava contra a poluição sonora produzida durante o carnaval; durante  a saída das noivas das igrejas tombadas; durante os ensaios e desfile do Auto do Círio; durante as manifestações/protestos com trios elétricos em frente a Alepa e ao MEP, apareceu uma “voz” que acusava, em vez, os urubus de criarem problemas ao patrimônio histórico.

Não tivemos conhecimento de alguma proposta para evitar que esse ‘agente destruídor’ da nossa memoria histórica, continuasse a agir nos telhados das casas situadas na Praça do Relogio e da Sé.  O fato é que nas outras praças esse fato não acontecia. Por que generalizar, nos perguntamos? Qual proposta foi feita para evitar esse fato, caso fosse vero e preocupante?

Cremos que desde que foi feita a doca do Veropeso, na hoje chamada Praça do Relógio, e que as barcas começaram a descarregar peixe, teve inicio a chegada dos Urubús naquele entorno. Há mais de um século isso acontece, e aos urubus se juntaram algumas garças, ultimamente.

Nos anos cinquenta do século passado, os Urubus iam repousar nas palmeiras da Av. 16 de Novembro. Chegavam a partir das 16/17 horas e atrapalhavam as crianças que brincavam embaixo delas, defecando naquelas cabecinhas. Isso so sabe quem la morou.


Pouco a pouco as palmeiras foram morrendo e os Urubus foram acusados dessa mortandade.  Ninguem lembrou que as duas linhas de onibus que passavam por ali (Circular e Jurunas), depois da retirada dos bondes,  começaram a aumentar e quem sabe a poluição ajudou essas mortes.


Quando as primeiras três ou quatro palmeiras caíram, a distancia do Veropeso aumentou e, pouco a pouco, os Urubus mudaram de rumo. O certo é que os Urubus não chegaram nem perto daquelas palmeiras que estavam próximas a Tamandaré mas as palmeiras da 16, morreram todas: desde a parede do prédio dos Bombeiros, até a Pça Amazonas.


A essa ‘voz’  que acusa os Urubus de terem responsabilidades na destruição do nosso patrimonio histórico, precisamos avisar que pode ser que exista também outro animal que os ajuda nesse ‘trabalho’. Certo não fazem parte dos cartões postais do Veropeso, mas podem ser considerados bons ‘concorrentes’, se decidirmos que essa opinião é uma coisa séria.

Trata-se dos GATOS DE TELHADO da Cidade Velha, e não falamos dos ladrões que agem por essas vias, também, aqui pelo bairro. Falamos dos Gatos-animais,  que so os moradores tem conhecimento e que os estudiosos ainda não descobriram. De fato, não temos conhecimento de algum estudo feito a respeito por pesquisadores ou estudiosos de costumes animalescos...

Quem andou por ai espalhando vozes sobre a ação prejudicial de urubus nos telhados da Cidade Velha, não sabe o que fazem os Gatos de telhado. Não sabe a quantidade de casas que tem gatos, nem quantas pessoas  alimentam aqueles outros abandonados pelas ruas. Passam de um quintal para outro e de um teto para o do vizinho...E  ja teve até briga que foi parar na Delegacia, mas não se vê algum resultado.

Poderiamos considerar os Gatos de telhado da Cidade Velha, os maiores concorrentes dos Urubús, na arte de “destruir” o patrimônio histórico, arredando as telhas, mas não somente.. Os urubus agindo nas proximidades do Veropeso, e os Gatos na parte interna da área tombada.

O animal abandonado deixa de ser um problema de quem o abandonou e passa a ser da Administração Pública. Esta, porém, nunca se preocupou com a presença dos Urubus no Veropeso (mesmo se o lavam diariamente e se tem competencias sobre defesa do patrimônio), e, ultimamente, pouco se preocupa com cães e gatos de rua.

O Urubú é um animal silvestre, os Gatos em vez são domésticos, mas os que vivem pelos tetos da Cidade Velha não tem donos. Não existe posse responsável para muitos deles... mesmo se o abandono é uma prática considerada crime por lei. Colocar alimentos na rua, para eles, chama ratos, também. Ninguem nota o mal que isso pode fazer a saude das pessoas?

Em defesa dos animais temos a Lei 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) que prevê os maus-tratos como crime e o decreto 24645/34  (de Getúlio Vargas) que determina quais atitudes podem ser consideradas como maus-tratos. O Art. 164 do Código Penal, prevê o crime de abandono de animais  o que está previsto também no artigo 32 da lei9.605/98. A pena é de três meses a um ano de detenção e multa para maus-tratos...

Parece portanto que não se pode fazer nada, além de tentar manter as areas que eles frequentam, limpas, já que são animais protegidos pela Lei de Crimes Ambientais. Matar um urubu pode resultar em multa e até um ano de prisão. Nada muito diferente seria para um Gato... 

O que se propõe, então, para o caso dos danos causados por esses animais ao patrimônio e a saude de grandes e pequenos? A análise do sistema jurídico e a evolução da compreensão científica para o trato da fauna em geral, permitem concluir pela vedação de qualquer mau trato aos a animais, não importando se são silvestres, exóticos ou domésticos, e estamos de acordo com isso, mas....

Todavia, além de possiveis danos ao patrimônio, os riscos a saúde provocados pelas fezes, assim como a presença desses animais domesticos sem donos podem trazer uma séria de doenças como alergia respiratória, toxoplasmose e micoses.

Tem quem diga que essa pandemia que assola o mundo todo, foi provocada, também, pelo desrespeito aos animais; pela tipo de exploração dos animais promovida pelos seres humanos. Podemos acrescentar também que pode, inclusive, piorar visto aumento do abandono de muitos outros. Neste período de ‘reclusão’ de velhos e jovens em casa, o corre-corre de gatos por ruas e  telhados fica mais evidente. Com menos gente disposta a alimenta-los, o desespero os leva a invadir qualquer porta ou janela entreaberta. 

A defesa dos animais assegura a punição de quem mata um urubu ou um gato... mas esquece de tomar providências  quanto as  muitas doenças que eles podem causar aos seres humanos!!  . A lei   "cobre um santo e descobre outro."


Além dos problemas que podem causar ao patrimônio, a saúde das pessoas também pode estar em risco neste momento. Quantas pessoas idosas e crianças moram nessa area tombada? Quem controla essa realidade?

Alguem vai se preocupar com isso?


PS:   o Urubú, ao menos, ajuda a controlar uma epidemia comendo os animais mortos e agonizantes...,limpa o meio ambiente.