Parece piada mas, ultimamente, ou seja, há pouco mais de um ano,
correram vozes de que o “urubu é a causa da destruição do patrimonio histórico”.
O argumento volta a tona a causa da pandemia e a 'descoberta' de novos agentes de destruição do patrimônio... e da saude dos cidadãos. quem sabe!!!
Enquanto a Civviva lutava contra a poluição sonora produzida
durante o carnaval; durante a saída das
noivas das igrejas tombadas; durante os ensaios e desfile do Auto do Círio;
durante as manifestações/protestos com trios elétricos em frente a Alepa e ao MEP,
apareceu uma “voz” que acusava, em vez, os urubus de criarem problemas ao
patrimônio histórico.
Não tivemos conhecimento de alguma proposta para evitar que
esse ‘agente destruídor’ da nossa memoria histórica, continuasse a agir nos
telhados das casas situadas na Praça do Relogio e da Sé. O fato é que nas outras praças esse fato não
acontecia. Por que generalizar, nos perguntamos? Qual proposta foi feita para
evitar esse fato, caso fosse vero e preocupante?
Cremos que desde que foi feita a doca do Veropeso, na hoje chamada
Praça do Relógio, e que as barcas começaram a descarregar peixe, teve inicio a
chegada dos Urubús naquele entorno. Há mais de um século isso acontece, e aos
urubus se juntaram algumas garças, ultimamente.
Nos anos cinquenta do século passado, os Urubus iam repousar
nas palmeiras da Av. 16 de Novembro. Chegavam a partir das 16/17 horas e
atrapalhavam as crianças que brincavam embaixo delas, defecando naquelas
cabecinhas. Isso so sabe quem la morou.
Pouco a pouco as palmeiras foram morrendo e os Urubus foram
acusados dessa mortandade. Ninguem
lembrou que as duas linhas de onibus que passavam por ali (Circular e Jurunas),
depois da retirada dos bondes, começaram
a aumentar e quem sabe a poluição ajudou essas mortes.
Quando as primeiras três ou quatro palmeiras caíram, a
distancia do Veropeso aumentou e, pouco a pouco, os Urubus mudaram de rumo. O
certo é que os Urubus não chegaram nem perto daquelas palmeiras que estavam próximas
a Tamandaré mas as palmeiras da 16, morreram todas: desde a parede do prédio
dos Bombeiros, até a Pça Amazonas.
A essa ‘voz’ que acusa
os Urubus de terem responsabilidades na destruição do nosso patrimonio histórico,
precisamos avisar que pode ser que exista também outro animal que os ajuda nesse ‘trabalho’.
Certo não fazem parte dos cartões postais do Veropeso, mas podem ser
considerados bons ‘concorrentes’, se decidirmos que essa opinião é uma coisa
séria.
Trata-se dos GATOS DE TELHADO da Cidade Velha, e não falamos
dos ladrões que agem por essas vias, também, aqui pelo bairro. Falamos dos
Gatos-animais, que so os moradores tem
conhecimento e que os estudiosos ainda não descobriram. De fato, não temos conhecimento
de algum estudo feito a respeito por pesquisadores ou estudiosos de costumes
animalescos...
Quem andou por ai espalhando vozes sobre a ação prejudicial de
urubus nos telhados da Cidade Velha, não sabe o que fazem os Gatos de telhado.
Não sabe a quantidade de casas que tem gatos, nem quantas pessoas alimentam aqueles outros abandonados pelas ruas. Passam de um quintal para outro e de um teto para o do vizinho... E ja teve até briga que foi parar na Delegacia, mas não se vê algum resultado.
Poderiamos considerar os Gatos de telhado da Cidade Velha, os
maiores concorrentes dos Urubús, na arte de “destruir” o patrimônio histórico,
arredando as telhas, mas não somente.. Os urubus agindo nas proximidades do Veropeso, e os Gatos
na parte interna da área tombada.
O animal abandonado deixa
de ser um problema de quem o abandonou e passa a ser da Administração Pública.
Esta, porém, nunca se preocupou com a presença dos Urubus no Veropeso (mesmo se o
lavam diariamente e se tem competencias sobre defesa do patrimônio), e, ultimamente, pouco se preocupa com cães e gatos de rua.
O Urubú é um animal
silvestre, os Gatos em vez são domésticos, mas os que vivem pelos tetos da Cidade
Velha não tem donos. Não existe posse responsável para muitos deles... mesmo se
o abandono é uma prática considerada crime por lei. Colocar alimentos na rua, para eles, chama ratos, também. Ninguem nota o mal que isso pode fazer a saude das pessoas?
Em defesa dos
animais temos a Lei 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) que prevê os maus-tratos
como crime e o decreto 24645/34 (de
Getúlio Vargas) que determina quais atitudes podem ser consideradas como
maus-tratos. O Art. 164 do Código Penal, prevê
o crime de abandono de animais o que está previsto também no artigo 32 da lei9.605/98. A pena é
de três meses a um ano de detenção e multa para maus-tratos...
Parece portanto que não se pode fazer
nada, além de tentar manter as areas que eles frequentam, limpas, já que são
animais protegidos pela Lei de Crimes Ambientais. Matar um urubu pode resultar
em multa e até um ano de prisão. Nada muito diferente seria para um Gato...
O que se propõe, então, para o caso dos
danos causados por esses animais ao patrimônio e a saude de grandes e pequenos? A análise do sistema jurídico e a evolução da compreensão
científica para o trato da fauna em geral, permitem concluir pela
vedação de qualquer mau trato aos a animais, não importando
se são silvestres, exóticos ou domésticos, e estamos de acordo com isso, mas....
Todavia, além de possiveis
danos ao patrimônio, os riscos a saúde provocados pelas fezes, assim
como a presença desses animais domesticos sem donos podem trazer uma séria de doenças como
alergia respiratória, toxoplasmose e micoses.
Tem quem diga que essa pandemia que assola o mundo todo, foi provocada, também, pelo desrespeito aos animais; pela tipo de exploração dos animais promovida pelos seres humanos. Podemos acrescentar também que pode, inclusive, piorar visto aumento do abandono de muitos outros. Neste período de ‘reclusão’ de velhos e jovens em casa, o corre-corre de gatos por ruas e telhados fica mais evidente. Com menos gente disposta a alimenta-los, o desespero os leva a invadir qualquer porta ou janela entreaberta.
A defesa dos animais assegura a punição de quem mata um urubu ou um gato... mas esquece de tomar providências quanto as muitas doenças que eles podem causar aos seres humanos!! . A lei
Além dos problemas que podem causar ao patrimônio, a saúde das pessoas também pode estar em risco neste momento. Quantas pessoas idosas e crianças moram nessa area tombada? Quem controla essa realidade?
Alguem vai se preocupar com
isso?
PS: o Urubú, ao menos, ajuda a controlar uma epidemia comendo os animais mortos e agonizantes...,limpa o meio ambiente.
PS: o Urubú, ao menos, ajuda a controlar uma epidemia comendo os animais mortos e agonizantes...,limpa o meio ambiente.
2 comentários:
Só assim, saberia dos diferentes habitat, dos urubus com seu processo de sobrevivência. Os gatos, também com sua vida cigana e suas fugas, muito caracteristico, dessa raça. Nesse momento como fica alimentação desses animais? Eles e seus protetores dão seu jeito, esquecendo os riscos. Outra questão, como minimizar ou combater as doenças trazidas por esses animais fujões? Uma questão levantada pela Civviva muito importante. A quem cabe a iniciativa, entre outras as leis?
Eu , não sou moradora da Cidade Velha , mas imagino este problema ser de ordem universal, pois gatos sem donos de encontra até nos mais sofisticados condomínios dessa cidade, que para mim é um absurdo! Quem quiser alimentar o seu gato , cuide dele como doméstico, e não alimente os outros que não são seus , pois eles vão se multiplicando , ficando uma sociedade cheia de gatos abandonados , causando mais problemas pra todos.
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