sexta-feira, 26 de novembro de 2021

CADÊ AS ASSOCIAÇÕES DE CATEGORIA DOS CAPITALISTAS???

 

Vamos discorrer sobre Programação Econômica do Território, pois parece ser algo que não se conhece por aqui. As atividades são autorizadas onde o ‘futuro dono’ indicar sem a menor atenção a questão concorrencial e muito menos a ambiental. Ao menos, é isso que se nota em Belém.

Isso acontece em países onde o capitalismo foi imposto, porque descobertos há poucos séculos. Países esses que não seguiram a evolução econômica passando por vários estágios antes de chegar ao sistema capitalista.

A defesa do próprio mercado é algo que se desenvolveu lentamente, a medida que o capitalismo crescia. Quando a Espanha reivindicou as terras que o Tratado de Tordesilhas tinha lhe concedido, antes da descoberta do Brasil, seu motivo era somente... ambição.

Naquela época era a propriedade das terras que interessava. O feudalismo era o  sistema econômico vigente na Europa Ocidental da Idade Média, baseado na posse de terras... e a Igreja Católica era a  instituição mais poderosa da época a qual decidia as questões entre os países católicos de então.

Em fins de 1700 quando o Papa decidiu que aquela área, que pelo Tratado de Tordesilhas era espanhola, mas que estava ocupada por portugueses, era de quem chegou primeiro... não estava defendendo o  capitalismo, nem o mais forte...  mas o pequeno Portugal!!! Utilizou o principio do  uti possidetis, ita possideatis” invocado por  D. João V, anos antes, ou seja, em palavras pobres:  aquele que ocupa primeiro um território é seu proprietário.... e Portugal ganhou um Brasil bem maior do que tinha estabelecido o Tratado.

De nada adiantou a viagem de Pinzon e de Diego de Lepe até a foz do Amazonas, pois apenas passaram... ocuparam aquelas terras. Foi após a fundação de Belém quando Portugal ainda fazia parte da União Iberica (que ocorreu entre 1580 e 1640) que levou o curioso Pedro Teixeira a ir dar uma volta, subindo o Rio Amazonas ( que não tinha ainda esse nome)  até o Perú....e o Brasil acabou ficando desse tamanho que conhecemos.

O capitalismo da seu salto de qualidade com a revolução industrial que se iniciou na Inglaterra com a introdução da máquina a vapor na produção manufatureira, passando assim, pouco a pouco para uma produção industrial. De la para cá o desenvolvimento do capitalismo leva a defesa de territórios, de novos possíveis mercados, também . Não somente dos novos países que tinham sido descobertos, mas dentro do mercado inteiro, até em áreas pequenas, pouco a pouco começam as ações de defesa de quem chegou primeiro.

Hoje, nos países europeus se usa dividir o território das cidades em áreas onde cada atividade econômica nova que chega, deve respeitar uma distância em relação aquela, similar, que já existe no território.

Seja um bar, uma venda de flores, de tecidos, ou de gasolina, deve respeitar os parâmetros estabelecidos nas leis de programação econômica do território  em relação ao que ja existe naquela área..

Em Belém vamos  começar examinando a fúria com que vimos, ultimamente, nascerem em cada canto das ruas chics  (ou não) de Belém, uma farmácia... Não importa se a menos de 200m tinha já uma instalada: autorizavam outra, todas  com estacionamento, talvez para facilitar a vida dos clientes que não chegavam a pé... mas foi uma boa providência.

Depois de terem ocupado cantos importantes para as farmácias, começamos a notar a invasão de atacadistas... A defesa do empreendimento do comerciante local não foi levada em consideração em nenhum momento. Chegaram de fora e começaram a ocupar pontos importantes da cidade, onde qualquer bom programador econômico do território, não autorizaria... mas juizes, sim.

De fato, em países do primeiro mundo, as atividades que chamam muito movimento, principalmente de veículos,  são colocadas fora do centro habitado, onde estacionamentos são ainda possíveis de serem feitos. Onde meios pesados causam menos danos, pois trata-se de áreas em expansão e menos habitadas: nunca em área tmbada ou seu entorno.


Não somente Shopings, mas Atacadistas, também. Ambas essas formas de venda, aumentam o transito onde se encontram, porisso o bom programador das atividades econômicas de um  município, as levam para fora do centro habitado. De fato, atras desses locais de venda, as ruas ficam intransitáveis com a presença de caminhões e carretas estacionados ou atravessados nas calçadas, descarregando, diariamente.


Olhando pelo ângulo do “lucro”, pior é o que causam aos concorrentes bem menores. Na área da Cidade Velha e seu entorno, aos dois Supermercados já existentes, foram acrescentados dois atacadistas... de gente de fora, tanto para ser bairrista.  Um deles não vende a prestação numa área onde ao ver as casas do entorno se nota que não são ricos. Neste caso até as pequenas  vendas tem dificuldade em frequentar esse atacadista, mas o baque se sente. Quantos fecharão ???

Nenhuma distancia entre os comerciantes já ali situados foi levada em consideração, como fazem no primeiro mundo para salvar as atividade preexistentes.  A luta de classe entre os comerciantes, no capitalismo tupiniquim, não mede, nem respeita, NADA... nem a ética, nem o patrimônio histórico.

... e as suas associações de categoria também não ligam para isso.

 


terça-feira, 23 de novembro de 2021

A DOR DA NOSSA "CARMEN LUCIA"


"Para a mana MARIALVA CUNHA NOVAES COUTINHO
Partiste ontem para a eternidade, dragada por esse vírus que assola e inquieta a todos os viventes, destrói famílias inteiras, encerra amores, deixa filhos na orfandade, amigos e parentes desolados, traz miséria, enfim, que revira o mundo de cabeça para baixo.
Fazes parte agora dessa lastimável estatística mas quero te dizer que continuarás amada por mim até o fim dos meus dias.
Ultimamente, te tornaste o meu esteio, a minha companhia e alegria. Sei que fazias das tripas coração, não medindo esforços para me atender nos momentos difíceis da saúde debilitada. Eras parte inseparável do meu cotidiano e logo ao amanhecer eu já estava te apepinando. Quanta paciência, não?
“Marialva, faz isso”, “Marialva, faz aquilo”, “Passa aqui antes de ires p SECTET” e o resto do dia não era diferente. Me tornei tua filha, sem abdicar da autoridade de irmã mais velha.
Ontem, na hora em que chegamos todos ao crematório, os Céus te fizeram uma linda reverência. Tudo preparado e ensaiado com esmero.
Não pudemos descer logo do teu cortejo pois veio a repentina chuvarada, lavando nossa alma ressentida, seguida de muitíssimos raios que iluminavam tua nova caminhada.
Os ventos fizeram a sua parte, retorcendo árvores quase a arrancá-las do solo como que a revirar nosso coração dilacerado.
Fiquei olhando aquilo de dentro do carro, mas sabia que iria passar, imaginei serem as trombetas dos Anjos a saudar tua chegada. Não poderia ser diferente. Tu sempre me dizias “...eu rezo..”
Depois que te deixamos, o Tempo se aquietou e o Infinito se revelou em todos os seus matizes, um por do sol incrível a te acolher.
Descansa em Paz, Marialva, e até breve, pois a vida vai ficar muito chata sem a tua irreverência e alegria.
Dá lembranças ao "velho" Cunha, à mamãe, ao Marinho e ao Àlvaro Augusto, ficamos por aqui eu e a Aninha com muitas saudades.
- Agradeço do fundo do meu coração a todos os parentes e amigos que nos apoiaram durante esse atroz sofrimento, e que agora nos consolaram amenizando a dolorosa separação.

-.-.-.-.-.-.-.-.

Carmen Lucia Cunha, era uma ilustre desconhecida residente na Cidade Velha que tornou-se uma cara amiga quando nos procurou para apoiar as lutas da CIVVIVA. Sempre disponível a ajudar nos momentos de dificuldade da Associação, acabou conquistando todas nós. A festa de confraternização feita na sua casa, ficou na nossa lembrança. Este ano ia ser la, novamente.  Durante o período em que não esteve bem de saúde, todos se preocuparam  e  rezaram por ela... e continuaram a rezar quando souberam da gravidade da saúde de sua irmã Marialva, que veio a óbito.

Essa partida nos confirma a gravidade do momento. Não sabemos como diminuir a dor dessa perda, nem melhorar seu “coração dilacerado”, portanto, decidimos copiar sua amiga Dolores Coelho quando escreve “Por uma questão de respeito à dor dos que perderam e continuam perdendo seus familiares, o reforço da vacina deve acontecer em todos os braços, as aglomerações, evitadas, e a MÁSCARA voltar aser usada na forma correta.

A CIVVIVA, está contigo Carmen, neste momento de dor e tristeza.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

CONVITE

RECEBEMOS VIA WHATZAPP  ESTE CONVITE...

" A Prefeitura vai revitalizar aqueles espaços no canteiro central da Tamandaré.

Amanhã às 9h haverá um ato de assinatura da Ordem de serviço.

 A concentração será na Av. Tamandaré, esquina com a Rua Monte Alegre.

 O Secretário Claudio Puty pediu pra convidar a Civviva."


Nos perguntamos: será que é resultado dessa nossa nota?  

https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2021/11/quadra-de-esportes-na-tamandare.html

Fomos avisados pelo secretario ... 

"O @taseladooficial aprovou e iremos realizar, querida Dulce. "

ENTENDEMOS ser o nosso projeto a base de tal decisão, visto que propusemos ao Prefeito em junho. Perguntamos quando seria feito e logo após recebemos esta resposta:

Em resposta a
Ainda em novembro.

Não somente a CIVVIVA, REGOZIJOU-SE com a confirmação da construção de uma área de esportes incluindo o "skate", mas a cidadania também. Para isso servem as Associações de bairro que cuidam do patrimônio e de seus moradores, e o "skate"não é o unico esporte que interessa o nosso povo. De fato a nossa proposta inclui o futebol, o volei e os patins, visto que a área é grande.

Agora a Prefeitura e o Ta Selado devem fazer publicidade relativamente ao uso adequado das praças da Cidade Velha, depois dessa futura inauguração. A Praça do Carmo é a principal interessada e deveria ser interditada a usos indevidos. A Policia Militar deve preocupar-se com isso e a Guarda Municipal também. Cada uma na sua área de competência.

Alias à Fumbel caberiam também funções a respeito, organizando algo efetivo relativamente à Educação Patrimonial para, inclusive, evitar o uso indevido do patrimônio da cidade. Vale lembrar que ações esporádicas, adotadas em gestões anteriores, já se mostraram ineficazes, porquanto não provocaram mudanças expressivas no comportamento da maioria da população.

Aproveitamos para lembrar o art. 108 da LOMB quando determina que : O MUNICÍPIO PROMOVERÁ O DESENVOLVIMENTO FUNDADO NO...
II- ESTIMULO À PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ATRAVÉS DE SUAS ORGANIZAÇÕES REPRESENTATIVAS.

As Secretarias Municipais deveriam lembrar-se dos outros artigos de leis em vigor que insistem em sugerir a participação de associações regularmente registradas, pois somente assim "O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro... (Constituição art. 216.V.I).

As leis são bem claras: nenhuma fala de "embelezamento" ou outras transformações, mas defesa da nossa memória histórica, que é o que fazemos. A área em questão é "entorno' da área tombada.

Quem sabe até o reconhecimento da CIVVIVA como de Utilidade Pública para o Município de Belém (LEI Nº 9368 DE 23 DE ABRIL DE 2018.)  seja resultado das leis acima citadas que, porém, continuam sendo ignoradas por quem tem dever de aplica-las, diariamente.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

QUADRA DE ESPORTES NA TAMANDARÉ

 

A Praça do Carmo, requalificada ano passado e inaugurada dia 26 de novembro 2020, continua sendo usada por desportistas, como campo de futebol e de skates.

A despesa de requalificação, com os consertos feitos ja este ano a causa de danos na alvenaria e na escadaria e o roubo de lampadas e balizadores, é capaz de estar perto do milhão e meio.

Na Tamandaré tem uma área abandonada ha anos e propusemos ao Prefeito, no mes de junho passado, de modo informal, o uso dos campos para alguns esportes, pensando em transferir os desportistas para la e salvar o patrimônio da Praça do Carmo.

Estes os desenho enviados com a sugestão de acrescentar uma garita para a Guarda Municipal, e tivemos como resposta: bom projeto.

                                                                               Aqui a area









Sucessivamente enviamos também para a direção do Ta Selado em data 27 agosto via whatzapp, e mais tarde via email  sinalizamos a SEGEP e TA SELADO, novamente. 
 Não conseguimos entrar no  https://decide.belem.pa.gov.br/processes/espacos-participacao-cidada e voltamos a escrever ao whatzapp do Ta Selado.


Pensamos sejam necessárias em todos os bairros da cidade, areas poli esportivas.
Será que não vale a pena usar essa área abandonada para dar espaço aos skatistas e patinadores da Cidade Velha e seu entorno??? 



domingo, 7 de novembro de 2021

"Requiem da Amazônia "

 

"A Amazônia precisa ser repensada."
Requiem da Amazônia

Nunca o ser humano teve tantos meios de destruir-se.

Em apenas três anos de governo de FHC, ocorreram cerca de 10% de todos os desmatamentos da Amazônia desde o descobrimento do Brasil. De acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) aproximadamente 80% da extração de toras na Amazônia é ilegal.

Em fins de 1952, criou-se a SPVEA, Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia. Em 27 de outubro de 1966, transformou-se a SPVEA em Sudam. Em 1955 a mineradora Icomi, no Amapá, começou a mandar manganês para a América, cuja concessão primeira era para 50 anos. Hoje jaz no local a pobreza, o cadavérico buraco .

Mais uma vez Sudam e Basa, modernos promotores da comercialização da madeira em bruto, inteligentes incentivadores da invasão das pastagens e da agricultura na floresta, atentos vigilantes do uso do mercúrio nos garimpos e da expulsão dos índios de suas terras, verdadeiros fiscais da corrupção na distribuição dos incentivos fiscais, brilhantes financiadores da exportação do subsolo amazônico e de gigantescas sepulturas (talvez quem sabe, pensando usá-las para enterrar um dia os resíduos radioativos do mundo), visionários observadores das pistas de pouso para os aviões do narcotráfico, voltam às manchetes.

O blablablá , vazio e repetitivo, volta a ser cantado. Tenta-se, mais uma vez, (en)cantar nosso sofrido e despreparado povo. Chora-se a desordem social e econômica que Sudam e Basa produzem há 35 anos.

É o Requiem da Amazônia ? O uirapuru está morrendo ?
Chega de blablablá. Chega de choro.

É hora de chamar ao palco novos personagens. Onde andam nossos professores universitários ? E os pesquisadores ? E o autêntico cidadão ?

O eminente advogado Eduardo Grandi, rara luz no meio de tanta escuridão, nos alerta da necessidade de ampliar-se o debate deixando-se de lado os argumentos cosméticos e a especulação passional. Seixas Lourenço, ex-secretário para a Amazônia Legal do Ministério do Meio Ambiente, ex-reitor, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas do Pará (INPA), disse existirem dificuldades de interlocução com o setor empresarial . O brilhante jornalista e estudioso da Amazônia, Lúcio Flávio , conclama nossas elites locais a encararem o risco da mudança e largarem as migalhas do banquete federal com que se acostumaram a vegetar.

É hora de questionar. É hora de ousar na Amazônia.

Não mais é permitido pensar o desenvolvimento da Amazônia, via desmatamento. A estrada, a pecuária, a mineração, o garimpo, as madeireiras, não mais podem ser o motor principal do planejamento da região, como certamente não o deverá ser a agricultura.

A Amazônia necessita de ser repensada. Não mais com a presença exclusiva do político e do empresário, mas também com a presença do cientista e do cidadão. O sistema climático do planeta, o funcionamento biológico, enfim, a vida na Terra, está dependente do futuro da Amazônia. Não adianta dizer que não fomos nós, amazônidas, que conduzimos a Gaia para a beira do abismo. Não adianta pegar no arco e flexa para defendermos nossa capacidade de gerenciar a Amazônia, mesmo porque fracassamos até os dias de hoje. O que devemos fazer, agora, já, é ousarmos enveredar em novas estratégias, que necessitarão incluir a discussão nas áreas de ciência e tecnologia. Há que se incentivar nossas Universidades e centros de pesquisas, se quisermos participar das decisões futuras sobre nossa Amazônia. Lembro que, em 1998, em seminário com presença dos sete países representantes amazônicos e mais Portugal e Espanha, e com aval da Unesco, sugeriram, em Manaus, que a bacia do Amazonas passasse a ser patrimônio da humanidade .

O governo brasileiro deve acordar, sentir, ver a importância estratégica da Amazônia . Há que se pensar num grande Projeto Amazônico, priorizando a aquisição de conhecimentos e produção de saber.
Publicado em 06.02.2000 por Valdemiro Gomes

O republicamos porque ainda muito atual. Nem SPVEA, nem SUDAM, resolveram o problema.
A historia ensina...vamos mudar de rumo, então. Sabemos que somos, na verdaade, um Patrimônio da Humanidade ... mal aproveitado, mal governado, porém.