quarta-feira, 25 de novembro de 2020

CANDIDATOS: A VOCAÇÃO DA CIDADE VELHA

 ... E DA ÁREA TOMBADA.


É hora de escolher o novo Prefeito de Belém e uma pergunta nos fazemos: qual deles sabe  qual é a VOCAÇÃO DA CIDADE VELHA?

Em julho de 2012 enfrentamos esse argumento pois se tentava mudar uma nossa realidade histórica. De fato, notava-se  uma particular atenção dos festeiros pelo uso indiscriminado de áreas tombadas como sede de locais ligados  ao setor do “divertimentificio”... sem ter nem estacionamento para os veiculos dos clientes.

Esta opção pelo Centro Histórico como base de ação, ignorava, já,  todas as intenções de defesa do nosso patrimônio histórico-cultural previstas nas leis em vigor, sejam elas produzidas pela União, Estado ou Município.

A causa do pouco interesse pela defesa do nosso patrimônio por parte dos nossos governantes, vimos que nada de substancial a respeito, aconteceu.  A falta de politicas públicas para esse setor, ao menos nos ultimos quinze anos, é a evidente e   clara consequência disso.

A quantidade de leis em vigor que são ignoradas pelos administradores da cidade deixa claro a superficialidade com a qual é tratado o argumento. Basta olhar a “orla” da Cidade Velha para descobrir a quantidade de locais voltados ao ‘divertimentifício’ , autorizados, muitos deles, ignorando as normas em vigor. De fato, vimos crescer o uso de calçadas e praças como estacionamentos  dessa clientela, por falta de interesse em resolver esse problema... sem falar do abuso relativamente a poluição sonora.

Quem insiste em transformar a área tombada da Cidade Velha em tal sentido ignora a sua verdadeira vocação. Tais pessoas, pensando talvez em ganhar dinheiro facilmente ou, pensando mais naqueles que precisam de locais para passar seu tempo livre, esquecem de olhar o entorno, não vendo assim o serviço que esse bairro presta aos ribeirinhos. Pretender o fechamento das lojas e sua substituição por locais de divertimento, é um verdadeiro absurdo na nossa área tombada pelo IPHAN.

Será que ninguem notou que o comércio da área tombada se desenvolveu levando em consideração as necessidades do ribeirinho? Não falo de sapatarias ou lojas de tecido,  me refiro a peças para barcos; remos, lemes, motores, rede de pesca;  maquinas de açaí;  roçadeiras, compressores, pulverizadores, motosserras,  material elétrico,  de construção e afins, além de  consertos de motores de vários tipos.  

Os clientes desse tipo de comércio da Cidade Velha, não são só os belemenses, mas são, principalmente, os ribeirinhos os quais, muitos deles, votam em Belém.

A história é, por si só, a ciência da memória. Quem quer acabar com ela o faz por ignorancia ou com outras  intenções? É o caso de lembrar que, os moradores da Cidade Velha são, a maior parte deles, oriundos das ilhas/cidades maiores ao nosso redor. Familias de  Ponta de Pedras, Igarapé Miri, Abaetetuba, constituem a maior parte da população desta área tombada. As ilhas menores, porém, ao menos cerca de quarenta delas, fazem parte do Municipio de Belém... e seus moradores, votam aqui. Como ignorar essa realidade, que nem é de pouco conto?

Quem conhece o desespero das Prefeituras de ilhas situadas no entorno de Belém para conseguir um lugar para estacionar suas barcas-transporte? Tem aqueles que tiveram que recorrer aos donos dos bares e locais noturnos situados na beira-rio. Será que, agora, esses “empreendedores” viraram “donos dos portos”. (Será que tem autorização para isso, também?) 

A precáriedade  ainda maior de quem mora nessas ilhas é  relativa a: escola para seus filhos; hospital, pronto socorro e, mais do que tudo, porém, para os que vem para Belém a procura do que lá não tem, é a falta de trapiches para “estacionar” seu pôpôpô. Quem se lembrou disso durante a campanha eleitoral?

A Cidade Velha,  por falta de atenção a essas ilhas, se transformou, por força, na principal fornecedora de bens e serviços aos ribeirinhos, que são cidadãos como nós, com deveres e direitos. Achamos portanto um absurdo que a atenção seja dada somente, ou principalmente ao “divertimentificio”, como se nossos concidadãos ribeirinhos fossem inexistentes e, pior, não tivessem necessidades mais urgentes que a de se divertir... até mesmo em tempo de eleições.

As lojas  da Castilhos França, assim como os laboratórios, faculdades, os dentistas, os hoteis e outros pequenos serviços ali situados devem agora dar lugar a bares e restaurantes esquecendo  que são, como os da Cidade Velha, um serviço aos ribeirinhos? (Até "prostibulos" diurnos, tem por la e até na Manuel Bsrata.)

Que turismo tem Belém para justificar tal absurdo? Os clientes vão chegar a pé ou de onibus nesse  Boulevard  de comilões? Vão estacionar aonde, se vierem de carro? Outras calçadas, além  daquelas da Cidade Velha, vão virar estacionamento? A experiência dos bares no Mercado Bolonha deu tão certo assim a ponto de servir de exemplo para destruir nossa memória histórica?

São as ilhas a possivel fonte de renda. O turista que vem para cá, quer ver a Amazonia e não ficar socado na calçada de um bar vendo os onibus poluiram o ar...

Depois, uma pergunta que não quer calar: mas toda essa mão de obra que seria criada,  teria suas carteiras de trabalho assinadas? Porque, segundo os trabalhadores da  Cidade Velha não é o que acontece nesse setor. 

Vocês sabiam disso?


   CANDIDATOS A PREFEITO: PENSEM NISSO... 


RIBEIRINHO TAMBÉM VOTA E... QUEM ESTUDOU GOSTARIA DE VER SALVAGUARDADA ESSA PARTE DA NOSSA HISTÓRIA.


2 comentários:

José Ramos disse...

Excelente texto. Ed50. O delegado nao compreende Belem. Nao tem cultura para isso, nao pode ser prefeito.

José Ramos disse...

Vamos divulgar esse texto e Blog. Sao de utilidade pública.