Seja em Moscow que na Italia, ha anos não existem mais catracas nem cobrador nos onibus. Quando cheguei em Moscow em 1969 me admirei de não ter cobrador, mas uma maquina onde colocavas o dinheiro e ela te dava um "recibo" marcando a hora e o numero do onibus...
O mesmo ja acontecia na Italia, em 1971. Compravas o bihete antes de entrar, porém, se chegava o "controllore" e não tinhas a tua passagem marcando a hora da tua entrada no onibus, pegavas uma multa e tinhas que descer. Isso, em ambos os países.
Na Itália, o teu endereço e o teu CPF aparecem na carteira de identidade, portanto te encontrariam, caso não a pagasses dentro de um mes... Assim funciona lá:
- voce compra seu bihete para uma ou dez viagens, em bares ou nas vendas de jornais e revistas;
- se voce trabalha ou é estudante pode comprar aquele que dura um mes;
- marca-o na hora da entrada no onibus e dura 90 minutos, assim podes passar de uma linha para outra, dentro daquele horário.
- Nas paradas tem a indicação, eletronica da hora/minutos que o onibus vai chegar.
- Os veículos possuem elevadores para cadeirantes e os assentos são confortáveis e alguns bem largos para os mais gordinhos;
- tem uma área reservada para as carrocinhas de bebês, ou cadeiras de rodas.
- O terminal de ônibus intermunicipais e interestaduais ficam sempre na proximidade das estações de trem, assim como muitas linhas internas tem seu fim de linha naquele entorno.
Existe uma via de acesso as cidades, chamada "circunvalação" que evita o atravessamento de carros pelo centro. Ela contorna a cidade e tem vários acessos em determinados bairros, que te permitem evitar a área central, principalmente quando deves ir de um bairro para outro do lado oposto.
Ah! no Centro Historico de Bolonha so entra de carro o morador, que é regularmente cadastrado e tem uma sinalização no proprio carro confirmando que mora ali. Nos fins de semana o transito de onibus é proibido nas principais do centro histórico.
Uma diferença fundamental notei, porém: ninguem da "bom dia" para o motorista, como aqui... e quando eu dei, ele pensou que eu era doida. Esbugalhou os olhos me deixando sem jeito..
Utopias para o transporte público em Belém
Antonio Carlos Lobo Soares*
Vivo numa Belém que possui um sistema de transporte público racional, seguro e silencioso. Nele há linhas tronco que atendem a região metropolitana (Ananindeua, Marituba e Benevides) e se conectam ao terminal de ônibus intermunicipais e interestaduais. Estas linhas são alimentadas por outras vindas dos bairros que, por sua vez, são servidos por transporte circular de qualidade e veículos menores.
Com o novo sistema de transporte, os ônibus ruidosos foram substituídos por modelos modernos e veículos leves sobre trilhos, que emitem menos poluentes no ambiente e, por isso, são mais silenciosos, confortáveis, refrigerados e seguros. No centro histórico e comercial há ruas pedonais, trens de superfície, bondes, "jardineiras", bicicletas, patinetes elétricas e veículos dos moradores. Os comerciantes e prestadores de serviço os acessam em veículos, e horários pré-determinados.
Nos transportes públicos a emissão sonora é proibida, uma vez que já são tocados os clássicos universais e de autores paraenses em forma instrumental. Os veículos possuem elevadores para cadeirantes e acentos confortáveis e resistentes. O pagamento é todo automatizado por sistema de cartão e biometria, supervisionado por câmeras de segurança. As catracas e os cobradores foram extintos anos atrás!
Os terminais e paradas são cobertos por material resistente termo/acústico e possuem beirais avantajados para proteção da chuva e do sol tropicais intensos. A acessibilidade é total. Há painéis digitais interativos que permitem ao cidadão conhecer os circuitos, tempos de viagem, conexões, a aproximação dos veículos etc..
O credenciamento dos passageiros tem validade mensal, sem limite de viagens, permitindo o seu uso em trabalho e lazer, movimentando a economia da cidade durante os sete dias da semana. Com ar refrigerado os motoristas trabalham uniformizados e não limpam mais o volante e o suor com a mesma flanela, que hoje se encontra aposentada. As mercadorias dos passageiros, destinadas às feiras e mercados, são transportadas em compartimentos específicos embaixo dos veículos.
O que faz a Belém dos meus sonhos diferente de outras capitais é a integração entre os transportes terrestres e fluviais. Hoje a conexão da cidade continental com a insular é possível e muito agradável. Em cinco minutos saímos do ambiente urbano para o natural, em transportes de todos os gostos e bolsos, em portos limpos e com acessibilidade de primeiro mundo. As viagens aos furos do Combu e aos distritos de Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro, então, são as mais procuradas e belas. Sonhe comigo!
* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,
EM ALGUNS LUGARES DO MUNDO, ISSO JA DEIXOU DE SER UMA UTOPIA .
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