domingo, 3 de julho de 2022

OMISSÃO QUE AGRIDE


Ainda não saímos totalmente da Pandemia e, como se nada estivesse acontecendo nos hospitais, vemos autoridades, intelectuais, funcionários públicos de alto grau, deputados e vereadores, se juntarem ao povo nos vários festejos da quadra junina. 

As notícias veiculadas na mídia tradicional mostram que aumentou o número de decessos e de doentes nos hospitais ... E parece que todos ficaram surdos a essa realidade. Será que pensam que é "fake"?

Chamar atenção dos problemas, poderia resultar em uma ajuda a quem nos governa,... mas isso não é o que acontece. Claro que muitas vezes nos sentimos desconfortáveis por falar sobre aquilo que, os omissos,  com certeza  não querem ouvir. Por outro lado, se não falamos nos sentimos pior. A omissão nos agride!

Os motivos para reclamações variam, e depende de cada um de nós, ser omissos (e então,... coniventes) ou não. Um exemplo: aumenta o desprazer entre todos aqueles, poucos, cidadãos que ainda se preocupam com o patrimônio, hoje em dia. Não morre  ninguém por esse desinteresse na defesa do nosso patrimônio, mas vem sendo destruído junto com nossa memória histórica coletiva, a olhos vistos, apesar das leis que pretendem defendê-lo.

Engraçado, ou, absurdo, é que uma parte daquele povo que participa de manifestações ruidosas e perigosas para a salvaguarda do patrimônio construído, se considera um defensor dele. O desconhecimento ou a ignorância das normas em vigor, vale por etapas !!! Vemos as chamadas “viúvas do patrimônio” saírem de seus bairros para virem participar da agressão sonora na área tombada, ou, virem sentar nas calçadas que a lei determina que são dos pedestres... 

A deseducação patrimonial é evidente, e cresce constantemente, inclusive entre quem governa. Quem "pisa nos calo" de quem não cumpre o seu dever, até se sente mal por ter que insistir em tanta incoerência... E não estamos falando com crianças mas com gente que, inclusive,  se vangloria de ter títulos acadêmicos de Mestre  ou PHD, títulos esses que servem mais para obter um DAS e nem sempre para defender o patrimônio, ... ou a nossa saúde.

Vemos então crescer a campanha para denegrir  as pessoas que, como cidadãos, ousam defender o respeito das leis. Essas pessoas são condenadas ao isolamento. O problema, por trás disso, não são os condenados, mas os interesses escusos de quem os condenou. Desenvolvem, também, a pequenez, ou seja: apropriam-se de propostas alheias como sendo suas...mas os autores são ignorados e ESQUECIDOS. 

Quem perde em tudo isso é a nossa saúde, é a nossa memória histórica, é a cidade e sua cultura, é o cidadão. Ser tenaz, procurar ser ético, ativar sua cidadania virou um defeito para quem escolheu ... a  omissão."


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