Claudelice Macêdo - 21 de dezembro de 2016 em 04:49 - Permalink
"Amei
tudo, se quiser acrescentar algo, ele deixou um neto, que era o meu avô, fico
feliz em ler um pouco mais sobre ele.
Obrigada! Parabéns pela pesquisa, lindo demais ler tudo isso.
Ass: tataraneta rssrssrrs"
http://brasilianafotografica.bn.br/?p=4274
Este artigo, ao qual ela se refere, não encontrei mais, porém, como o tinha
salvado, reproduzo porque é muito intressante.
"O Jornal do Brasil de 31 de janeiro de 1903 noticiou o suicídio do português Felipe Augusto Fidanza (c. 1847 – 1903), um dos mais importantes fotógrafos que atuaram no norte do Brasil no século XIX e no início do século XX: “Atirou-se ao mar, de bordo do vapor Christiannia, em viagem de Lisboa para esta capital (Belém), o conhecido photographo Felippe Fidanza” ( Jornal do Brasil, 31 de janeiro de 1903, na primeira coluna ). Ele havia se jogado ao mar na altura da ilha da Madeira quando retornava de Portugal com a mulher e os filhos. Havia viajado para cuidar de uma encomenda dos governos do Pará e do Amazonas de 10 mil álbuns de vistas destes estados. Parece que foi mal sucedido e já havia, inclusive, tentado se matar em Lisboa ( O Pharol, 6 de março de 1903, na quinta coluna).
Filho de Fernando Gabriel Fidanza e Maria de
Jesus Fidanza, nasceu por volta de 1847, em Lisboa. Até hoje pouco se sabe
de sua vida antes de sua chegada ao Brasil, em fins da década de 1860. Em 1º de
janeiro de 1867, o Diario do Gram-Pará publicou o anúncio : “PHOTOGRAPHIA, ao
largo das Mercez , nº. 5, Fidanza & Com”, o que prova que nessa época ele
já estava estabelecido no Pará. Ainda em 1867, Fidanza realizou seu
primeiro trabalho de importância nacional: o registro dos preparativos para a
recepção da comitiva de dom Pedro II. O imperador foi ao Pará para participar
das solenidades da abertura dos portos da Amazônia ao comércio exterior.
Segundo Pedro Vasquez, com esse trabalho, Fidanza “documentou de
forma inovadora e antecipatória o espírito jornalístico”. No Diário de Belém, de
29 de agosto de 1868, há uma propaganda do ateliê Photographia Fidanza.
Destacou-se por sua produção de retratos e
também pelo registro das paisagens e documentações do início do
desenvolvimento urbano de Belém e de Manaus, ocasionado pela riqueza do ciclo
da borracha. Essas imagens de paisagens urbanas foram divulgadas por
álbuns fotográficos encomendados pelos governos do Pará e do Amazonas. A
modernização de Belém e do Pará foram registradas nas coleções Álbum do Pará (1899) e Álbum de Belém (Correio da Manhã, de 22 de outubro de 1903, na quarta coluna
sob o título “Intendência Municipal de Belém). O Álbum do Amazonas (1902), cujo contrato
havia sido assinado por Fidanza para o fornecimento de 6 mil álbuns ilustrados
destinados à propaganda para o desenvolvimento daquele estado (Diário Oficial, de
16 de março de 1900, na segunda coluna sob o título “Indústria”), foi impresso em Paris
sem a supervisão do fotógrafo e continha várias imperfeições, o que
gerou uma série de comentários negativos sobre seu caráter.
Aparentemente este fato pode ter sido uma das causas de seu suicídio,
em janeiro de 1903.
Em seu estúdio, Fidanza fotografou tipos
sociais diversos. Retratou no formato carte de visitenegros, mulatos e índios.
Para tornar essas fotografias, que vendia, exóticas, utilizava adereços e
construía cenários. Representou na capital paraense a firma Huebner
& Amaral, sediada em Manaus, e foi um dos pioneiros do cartão-postal
fotográfico no Brasil. Seu estúdio era também palco de exposições de
pintores que passavam por Belém para mostrar seus trabalhos.
Enquanto morou no Brasil, viajou várias vezes
para a Europa, tendo sempre se mantido ligado às tendências internacionais da
fotografia. Viveu a febre dos cartes de visite e dos cartescabinet. Participou da IV Exposição Nacional de 1875, com
fotografias de orquídeas da região amazônica, e das Exposições Universais de
Paris, em 1889, quando foi premiado com uma medalha de bronze, e de
Chicago, em 1893.
Em sua produção fotográfica, Fidanza usou vários
processos e sistemas de apresentação disponíveis em sua época, demonstrando conhecimento
técnico e estético na escolha dos temas e dos enquadramentos, ângulos e
composição do cenário, segundo as historiadoras Rosa Pereira e Maria de Nazaré
Sarges. O trabalho de Fidanza reúne um acervo documental
significativo para a história de Belém e de seus tipos sociais na
segunda metade do século XIX e início do XX.
Cinco meses após sua morte, seu estúdio foi
leiloado por sua viúva. Teve diversos proprietários, dentre eles os sócios
Georges Huebner (1862 – 1935) e Libânio do Amaral (?-1920). Segundo
o jornalista Cláudio de La Rocque Leal, o estabelecimento fotográfico sob o
nome “Fidanza” fez parte da história até 1969. Fidanza tornou-se uma
marca da fotografia visto que, mesmo após a morte, seu nome permaneceu no
cenário da produção fotográfica e na memória paraense, tanto que outros
profissionais, ao adquirirem o seu ateliê, mantiveram o mesmo nome."
Perto do seu atelier... a direita onde foi a sapataria Carrapatoso.
Em 2018 tinhamos escrito a respeito, ACONSELHANDO A LEITURA DO ARTIGO QUE HOJE NAO SE ENCONTRA MAIS.
https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2018/10/o-suicidio-do-fotografo-felipe-augusto.html
Nesse tem algumas de suas fotos, também.
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