segunda-feira, 3 de julho de 2023

A MEMÓRIA DE UM PAÍS EXTINTO

 

Logo que fundamos a CIVVIVA, tivemos o prazer de conhecer o Prof. Dr. Oswaldo Coimbra, que tinha um sonho...e nos contou.  Aderimos a seu sonho, condiviso também por um italiano, e assim nasceu a Oficina Escola de Escritores.

Ele e o italiano foram os primeiros intelectuais a acreditarem na Associação  e no blog que tinhamos acabado de fundar: Laboratório de Democracia Urbana. De fato, o livro de seus sonhos sairia daquela oficina de escritores e serviria para iniciar a salvar  a  memória histórica da Cidade Velha, entrevistando seus moradores antigos. https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2023/06/o-hacker-e-o-livro-da-civvviva.html

Achamos justo publicar o artigo abaixo porque é a continuação de seus pensamentos, de suas idéias. A MEMÓRIA DE UM PAÍS EXTINTO continuará a ser um monte de documentos miúdos se alguem não se decidir a salvaguarda-los, publicando-os.

Vamos ajudar os...bempensantes a tomarem decisões úteis a posteridade..

A MEMÓRIA DE UM PAÍS EXTINTO

Oswaldo Coimbra

Como se fosse a memória de um país extinto, o Arquivo Público do Pará, em Belém, guarda 4 milhões de documentos sobre o gigantesco Vice-Reino Unido de Portugal, o Maranhão/Grão-Pará, dos quais 3,5 milhões jamais foram consultados.
Este grande estado se manteve independente do Brasil, durante cerca de 200 anos, dentro do império lusitano.
Inclusive, logo depois que o Brasil se separou de Portugal, em 1822.
Se, naquele momento, também tivesse se tornado independente de Portugal, ele disporia, hoje, da metade de todo o território nacional em sua extensão.
Dentro dele estariam contidos Pará, Maranhão, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Roraima, e, por algum tempo, ainda Ceará e Piaui.
Só, em 1823, o Maranhão/Grão-Pará aderiu ao Brasil.
Os documentos do Arquivo reconstituem o longo período de autonomia deste estado, em relação ao Brasil.
A sua primeira fase, iniciada com a fundação de Belém, em 1616.
Nela, sua economia extrativista enriqueceu as ordens religiosas instaladas nas suas aldeias, através do monopólio da mão-de-obra indígena.
E a fase posterior, quando a administração portuguesa recuperou o controle da sua economia.
O estado, depois de 1750, atingiu seu apogeu.
Belém alçou o status de “a mais moderna cidade da América portuguesa”, com uma aristocracia que apreciava música barroca, poesia arcádica e oratória civil.
Até 1894, todos estes documentos permaneceram nas salas do Palácio dos Governadores, hoje, Palácio Lauro Sodré, um dos monumentos arquitetônicos - entre igrejas, quartéis e casarões - construídos pelo genial arquiteto italiano Giuseppe Antônio Landi, em Belém.
Em 1901, foi criada a Biblioteca e Arquivo Público.
O historiador Arthur Vianna, diretor daquele órgão público, deu início ao processo de encadernação deles.
Foram, então, descobertos 800 códices com alvarás, cartas régias, decisões, e, correspondências trocadas entre a corte, em Lisboa e o governador do Maranhão/Grão-Pará.
Estes documentos tinham cópias.
Mas não apenas eles.
Também as cartas enviadas pelos cidadãos comuns aos representantes de Portugal.
Chamadas de “documentos miúdos”, elas são de grande valor porque delas não há nenhuma reprodução em outro arquivo, nem mesmo em Portugal.
E sua leitura permite observar como transcorria a vida nas vilas da Amazônia naquele período.
Em 1904, a documentação foi mais enriquecida com duas imagens de suas costas, produzidas em 1640, por João Albernaz, cosmógrafo do rei de Portugal.
Finalizam um atlas de toda a costa brasileira da época.
Deste atlas, a cópia pertencente ao Arquivo é uma das quatro únicas existentes no mundo, segundo o Serviço de Documentação do Itamaraty.
Porém, a parte mais surpreendente do acervo do Arquivo são mapas, plantas e manuscritos da segunda metade dos anos de 1700 produzidos pelos 7 técnicos alemães e italianos - um deles, Landi - contratados para demarcarem os limites daquelas possessões portuguesas
(Os milhões de documentos jamais consultados)
Nenhuma descrição de foto disponível.

https: https://www.blogger.com/blog/post/edit/7571012789569409204/2879735726169629376   ArwTodas as reaçõe
1//www.facebook.https://com/photo/?fbid=6761917180486075&set=a.771915312819655

https://www.blogger.com/blog/post/edit/7571012789569409204/2879735726169629376

3 comentários:

valdemiro disse...

Parabéns pela iniciativa. O Brasil, em meu pensar, além de manter, abrir, suas bibliotecas, precisa encontrar um caminho para que o livro possa chegar ao povo. Bibliotecas, em contentores, espalhadas pelos bairros, que possam receber livros doados é uma solução que eu proponho ser estudada. O Brasil precisa ler.

Anônimo disse...

Existe um Grupo de Livro e Leitura do qual eu faço parte que objetiva fazer de Belém uma Cidade Leitora. Por ele passam ricas experiência de bibliotecas Comunitárias, gelotecas e muita coisa boa que se produz nesta cidade, principalmente nas periferias da Regiao Metropolitana de Belém.

LABORATORIO DE DEMOCRACIA URBANA “Cidade Velha-Cidade Viva” disse...


eSSE Anonimo sem se identificar, naõ quer concretizar ....ajudas.