Em fevereiro de 2020, escrevemos que...
“O MUNICÍPIO DE BELÉM tem
dois terços de seu território formado por ilhas. O nome delas todas, com
certeza bem poucos sabem. Até quantas são, é difícil de saber. Na
internet tem quem diga que são 39, outros, 42... mas falando em turismo dizem
18. Nós nem encontramos todas, mas nem os geógrafos: eles também estão
por fora.
Não sabemos nem seus nomes, imagina os seus problemas... A parte aquelas
três ou quatro mais perto de Belém, nada sabemos das outras. Até os problemas
de Mosqueiro, Cotijuba e Caratateua custam a ser resolvidos e muitas
vezes ainda são totalmente ignorados... principalmente pelos administradores.”
(https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2020/02/a-quadragesima-ilha.html)
Em Mosqueiro e Cotijuba se chega com cerca de uma hora de carro ou de barco; para a praia de Outeiro, basta atravessar uma ponte, consertada recentemente... Não deveria ser, portanto, a distancia a dificultar a resolução de, ao menos, alguns de seus problemas.... Mas os de todas as outras ilhas: quem tem conhecimento de suas necessidades?
Belém é candidata a sediar a COP 30 em 2025, ou seja, a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Tal Conferencia é realizada anualmente pela ONU, e debaterá as mudanças climáticas, tentando encontrar soluções para os problemas ambientais que afetam o planeta, além de negociar acordos.
É importante para a Amazônia pois o nosso mecanismo hidrologico "desempenha um papel primordial na manutenção do clima mundial e regional."
Estado e Município estão se mexendo a esse fim. Caso Belém seja a sede, terão que apresentar projetos para “consertar”
ruas, calçadas, praças... quem sabe até prédios históricos abandonados, e sabe la mais o que...
É um momento impar para obter financiamentos e melhorar o aspecto da cidade de vários pontos de vista, mas... Belém é composta de cerca 42 ilhas. Elas, com seus "mecanismos hidrológicos" entrarão desde ja nesses projetos? O que ganharão elas caso BELÉM, através do Estado ou Municipio tenha essa entrada de dinheiro para preparar o evento?
O
governador Helder, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF)
ação em que questiona o domínio da União sobre ilhas com influência das marés. Tomara
que o resultado desse questionamento saia antes da COP30.
Caso alguém decidisse levar os visitantes da
COP30 a visitar o território de Belém, por seriedade, deveria incluir o caminho
de suas ilhas. Elas estariam porém preparadas para serem vistas, mesmo de longe?
PS: Ilhas de Belém...tão longe da civilização e tão perto da urbanização...que lembra até o filme de Win Wenders...
3 comentários:
Oi, Dulce. Lembro que em uma de nossas inúmeras mensagens de sugestões à PMB, chegamos a apresentar algumas específicas para a parte insular do município de Belém, notadamente para a adoção de formas alternativas de saneamento básico, e incremento de atividades econômicas sustentáveis, como agricultura orgânica familiar, cuja produção ajudaria a abastecer Belém; e empreendimentos de pequeno e médio porte no segmento de lazer, alimentação e hospedagem (balneários, restaurantes, pousadas). Lembramos também da necessidade de transporte regular, confortável e seguro, interligando as ilhas ao continente, inclusive com integração ao sistema de transporte público municipal.
Não é conseguido nem proporcionar vida digna aos habitantes da área urbana com os serviços básicos em atenção à todos os sistemas saúde, educação, segurança, saneamento etc, vamos deixar que as ilhas fiquem intactas , com seus poucos ribeirinhos , sua subsistência básica, assim estão livres e nós da agressão em todos os níveis ao meio ambiente ! Por enquanto deixa quieto, 2 anos,tempo exíguo para planejamento, projetos, obras e uma legislação rigorosa de proteção!!!
Arq e urbanista Aurea Ramos
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