Em dezembro de 2019 fizemos um pro-memória das tentativas de "requalificação"das praças da Cidade Velha, aquelas previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
Cidades Históricas, e que deveria acontecer até 2015.
(https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2019/12/as-nossas-pracas-pro-memoria.html)
Sem algum pre aviso ou encontro com esta Associação, no inicio de março de 2020 vimos alguns operários quebrando
o pavimento marmóreo das calçadas da Praça do Carmo, algo que, aliás, estava ainda bem
conservado. A parte mais maltratada da calçada era aquela em frente a igreja do
Carmo, não somente pela dificuldade que as carretas encontravam ao querer
dobrar a esquerda... mas também pela subida de veículos para estacionarem na
área do anfiteatro.
Perguntamos aos operários se aqueles “buracos” eram para colocar os balizadores pedidos ano passado pelo IPHAN, afim de evitar que os clientes dos locais noturnos da Siqueira Mendes subissem a calçada para estacionar seus veículos no anfiteatro ou na área histórica da Praça do Carmo.
A resposta foi “não senhora, estamos atrasados para iniciar
os trabalhos...” . Trabalhos esses que não sabíamos quais eram, e, antes de completar um lado da praça, mudaram de ideia e começaram
a furar o asfalto e seguiram colocando o tapume.
Terminada a ‘muratura’, colocaram uma placa com pouquissimas informações mas onde liamos qunto ia custar a obra, e nada mais.
A cifra relativa ao custo do projeto nos chamou a atenção: era quase três vezes maior de quanto tinha sido decidido em 2015 e cuja informação nos foi dada pela SEURB em data 15 de fevereiro de 2016, por ocasião da entrega a Caixa Econômica Federal dos 04 (quatro) projetos das praças inseridas no PAC-CH, três dos quais na Cidade Velha.
Estas eram as
cifras relativas as obras, comunicadas na ocasião:
- Requalificação
da Praça Dom Pedro II (R$1.600.000,00)
- Requalificação
da Praça do Relógio (R$350.000,00)
- Requalificação da Praça do Carmo (R$585.000,00)
Em fevereiro de 2016, o IPHAN também nos tinha informado sobre o pagamento, por parte da Prefeitura dos projetos contratados para as praças da
Cidade Velha: (*)
- Praça do
Relógio, pago dia 05/01/2016 -
R$ 83.318,89
- Praça D.
Pedro II, pago dia 29/02/2016 -
R$ 501.305,32
Começaram os trabalhos na praça murada. De um lado quebravam a pavimentação, do outro cuidavam da área arqueológica que deveria ser fechada. No dia em que uma série de técnicos visitou as obras, fomos convidados pelo IPHAN a comparecer e um engenheiro nos informou que tinham mudado algumas coisas após aquela reunião com
a SEMMA em março de 2015 (ver nota do nosso blog citada no inicio desta nota). Por exemplo: os brinquedos para crianças não seriam
mais colocados onde se encontravam as ruinas e também acrescentaram paisagismo
com palmeiras.
Para resolver o problema das águas pluviais que não escoando depois das chuvas transformavam o anfiteatro numa piscina, iriam levantar o pavimento reduzindo o numero de degraus da escadaria ali existente, de oito para quatro degraus. Nada souberam informar sobre os balizadores solicitados pelo IPHAN e baseados nas denuncias feitas desde 2016, pela Civviva.
Um comentário:
Muito boa informação, de quem tem muito conhecimento de causa e um camarote de observação invejável. Quem pode ver a obra com os tapumes? Só a Dulce. kkkkkk
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