Uma das reações, nossas, ou seja, daqueles que tiveram que ficar em casa, obrigatoriamente, a causa do Coronavirus, foi se aboletarem em frente do computador, para passar o tempo.
Passados os primeiros dias em que se apropriavam dessa experiência descobrindo que não iam poder ficar 'batendo pernas', dirigiram ao computer sua principal atenção. Não me refiro aos habitues, mas aqueles que, o computer, o usam saltuariamente.
Notei o aumento progressivo de visitas as paginas do nosso patrimônio. Pouco a pouco começaram a mandar fotos de familia, de ruas, de casas, de festas, de bares, etc. Outros mandavam fotos de estrangeiros que por aqui passaram; abriam albuns da familia expondo tesouros da memoria, até então guardados.
Fotos saiam também de uma pagina para outras como a Memoria de Belém Antiga; Fragmentos de Belém; Guia Grande Belém do Grão Pará; Fotos e Videos Antigos; Memória da Industria Paraense. No Grupo Nostalgia de Belém que recebeu muitissimas colaborações e visitantes, até o coreto da pracinha em frente a Igreja de Santana foi relembrado.
O que notamos, principalmente, foi que, o que fizeram com o Grande Hotel e com a Fábrica Palmeira não foi apreciado por nenhum dos visitantes. Todos, absolutamente todos, lamentaram a destruição desses prédios, como aliás começamos a notar o mesmo reltivamente a Phebo, hoje.
A retirada da Linha ferroviaria Belém Bragança, durante a ditadura, é também uma das ações que muitos reclamam até hoje. O transporte coletivo substituido por veiculos de menor porte, como incentivo as fabricas de automoveis que começaram a surgir atras de grandes facilitações para que se instalassem no Brasil.
Muitos visitantes dessas paginas, as quais mostravam, além do que sobrou, o que tinha desaparecido da nossa visão e dos nossos costumes, abriram os olhos a essa realidade e começaram a comentar...e reclamar. Muitos paraense que não moram em Belém ha anos, tomaram conhecimento daquilo que se passa com nosso patrimonio histórico e comentavam contrariados.
Até a falta que faria o perfume da Phebo foi lembrado quando uma manhã publicaram uma foto da área onde ficava a fábrica que perfumava todo o entorno da Doca. Acontece que, enquanto estavamos respeitando o 'lockdown' aproveitaram para começar a derrubar o prédio da Perfumaria... E NINGUEM REPAROU A QUANTIDADE DE DETRITOS QUE SAIAM DAQUELE ENDEREÇO...
Alguem porém tomou a liberdade de "avisar" o inicio da demolição... ja em estado bem avançado. De fato, depois da denúncia anônima sobre a ocorrência de demolição interna do referido imóvel, a Prefeitura descobriu o fato e comunicou que: “Após vistoria no local, foi aplicado auto de infração, uma vez constatada a obra de demolição iniciada sem o alvará que deve ser solicitado a secretaria. Também foi aplicado o embargo para paralisação da obra até o seu devido licenciamento”... o que quer dizer que depois do licenciamento...o que vai acontecer????
VAI EMBARGAR O QUE, AGORA?
Assim se repete mais uma ação de destruição da nossa memória histórica... e não vai ficar nem o cheiro.
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