quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
O ANO NOVO E A POLUIÇÃO NO PARÁ
FELIZ ANO NOVO PARA TODOS...
...APESAR DA POLUIÇÃO SONORA QUE VEMOS ACONTECER, NÃO SOMENTE NA CIDADE VELHA, MAS EM BELÉM INTEIRA, NÃO ESQUECENDO OS OUTROS MUNICIPOS DO ESTADO.
Esta Associação ha anos se bate pelo respeito das leis, esquecidas nas gavetas de todos os orgãos públicos que deveriam combater a poluição sonora.
O problema começa com o total desconhecimento e aplicação das Normas da CONAMA A RESPEITO DOS DECIBEIS A SEREM AUTORIZADOS NAS VÁRIAS ÁREAS DAS CIDADES.
Outro problema gravissimo, que leva a piorar a situação, é não saber que "qualquer ruido" pode causar poluição. Essa constatação não é feita, nem admitida e parece até desconhecida pelos orgãos que devem cuidar do problema.
Na reunião com a SEGUP realizada nesta segunda feira 30/12/19 para tomar conhecimento das decisões sobre o pre-carnaval vimos um exemplo. Ao falar de decibeis fomos interrompidos para um esclarecimento: 'vozes e instrumentos eletricos eram isentos'... Desde quando? perguntamos. Em que lei isso era previsto? Citamos as normas da CONAMA que usa o termo 'ruidos', para definir qualquer tipo de barulho e os representantes do DPA nos deram razão. Assim descobrimos que não foi decidido o respeito de nenhum decibel... ESSE É O NIVEL DE CONHECIMETO E APLICAÇÃO DAS NORMAS.
Nessa reunião conclusiva de apresentação de decisões sobre o pre-carnaval, as quais foram decididas a priori sem a presença do IPHAN, nem da FUMBEL e nem da CIVVIVA, pois não foram convidadas a participar, descobrimos essa superficilidade... Reclamamos mas nada foi modificado... então as leis para que servem? A defesa da área tombada se resumiu a que? Afastar o desrespeito para as margens da área tombada? Os clientes dos locais da Siqueira Mendes vão se dirigir silenciosmante para o local das festas? A presença de banheiros quimicos no entorno da Praça do Carmo é para os passantes ou para incentivar os 'ficantes'??? Por que serão colocados somente nos dias 11 e 19/01/2020? Não é que vão acabar se concentrando ali... Nenhum carnavalesco, nesses dias vai chegar pela Praça da Sé? Tomara que a PM e a GM e outros orgãos da Prefeitura cuidem de evitar que isso aconteça.
Muito incomodados principalmente com a desatenção quanto as normas da CONAMA, que consideramos um fato gravissimo, aproveitamos para levar a conhecimento de quem nos lê, reclamações que vem de outras bandas.
Sons em ambientes turísticos no Pará
Antonio Carlos Lobo Soares*
Esta semana encontrei o amigo Luiz que reside na ilha do Mosqueiro, a 74Km de Belém. Ele me reclamou de um vizinho que escuta música alta, ao anoitecer. “Precisas ver quando o time dele ganha! Ele aumenta o som e canta um bando de músicas de dor de cotovelo.” Disse-me que o que lhe incomoda é o vizinho querer impor o seu gosto para todo o bairro. Respondi que no Pará isto já se tornou um hábito cultural.
Contei-lhe a frustração vivida na Vigia, cidade hoje com 403 anos, a 102Km de Belém. Emocionados com o carnaval irreverente do ano anterior, onde homens se vestiam de mulher e mulheres de homem, voltei com a família a Vigia. Os blocos são alegres, criativos e sem confusão, um raro exemplo de diversão, multidão e segurança.
Um diferencial turístico no Pará!
Ao chegarmos em Vigia, fomos recebidos com carros “tunados”, com caixas de som no bagageiro, músicas de vários ritmos em nível sonoro estrondoso, a ignorar residentes e turistas como nós. Retornamos na mesma hora, sem deixar uma só divisa naquela cidade histórica. Nos frustramos ao ver Vigia com sua bela Igreja Matriz, pessoas simples e peixes saborosos, toda infestada de poluição sonora.
A propósito do tema, o amigo Alex relatou-me sofrer do mesmo mal quando vai à praia de mar no Atalaia, em Salinópolis, a 220 Km de Belém. Sua indignação se deve a desarmonia entre os sons agradáveis do mar e os que os veranistas levam à praia. “Eles não se satisfazem em ouvir música só pra si, têm que se mostrar pros demais!”
Iago, outro amigo, também reclamou que a música alta está infestando os belos igarapés de Santa Bárbara do Pará, a 50 Km de Belém, e exclamou: “Como é possível um indivíduo prejudicar o lazer de toda uma coletividade de turistas!”
O primo Robert reclamou do som automotivo na Doca de Souza Franco, reduto das grandes conquistas e concentração de vencedores, que também padece da insensatez dos que pra lá se dirigem na madrugada. “Se eu tivesse uma arma disparava naqueles autofalantes que não me deixavam dormir às 4 horas da manhã.”
A amiga Simony reclamou de uma “rave” em um clube dentro do Parque Estadual do Utinga. “As autoridades sabem e não fazem absolutamente nada! São mais de 48 horas de barulho intenso e intermitente!”
E assim, os sons indesejados destroem os ambientes turísticos, a recreação e o lazer dos paraenses. Embora soe como exagero, tenho certeza que tão logo esta crônica seja publicada, receberei novos relatos, ainda mais escabrosos e inusitados que os apresentados aqui. Quem se habilita a ser o próximo?
* Arquiteto PhD, Museólogo e Artista Plástico,
Tecnologista Sênior do Museu Goeldi.
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