Está chegando ao fim o tempo dado à população, para enviar propostas para atualização do Plano Diretor de Belém.
Entre os problemas em estudo, é preciso, sim, pensar em
outros caminhos para o uso do nosso Patrimonio Histórico e da área onde se
encontram. Sim, pensar em outros caminhos
que não aqueles propostos, sempre, de bares e restaurantes,ou edificios ... na Cidade Velha,
por exemplo.
O conhecimento bem de perto
da área onde se encontram esses bens tombados é um ato necessário aos programadores que estes dias devem atualizar o Plano Diretor de Belém.
Nós da Civviva há tempos
reclamamos da passagem de carretas pelas estreitas ruas da Cidade Velha.
Sabemos quais são os produtos que descarregam...e não é somente cerveja ou
refrigerante. Quantos programadores, porém, sabem disso?
Alguem sabe que os materiais de construção que os ribeirinhos precisam são comprados na Rua Dr. Assis? Dos azulejos as pias e privadas para os banheiros; tijolo, telha, cimento, assim como, ferragens várias, maquinas de açaí, redes de pesca, bussola, coletes salva vidas, boias, ancoras, etc, e é onde também consertam bicicletas e motores dos barcos...nas calçadas.
Na Siqueira Mendes até a D. Bosco, além de oficinas, encontram motores de popa, barcos, remos, rede de pesca, caixa d’agua, motosserras, motogeradores, GPS e tantos produtos para cuidar da terra, além da água. As lojas do lado da orla dividem espaços com portos e locais noturnos... sem estacionamento para clientes.
É importante lembrar que
Belém é formada, inclusive, por trinta e
nove ilhas. Nos ouvimos falar, porém, sempre de Mosqueiro, Outeiro, Cotijuba e
Combú. As outras trinta e cinco, quantos de nós conhece os nomes? E os problemas que tem quem nelas
moram? Onde compram seus bens de primeira, segunda e terceira necessidade? Como
são os portos onde muitos atracam, ou
tentam atracar, seus ‘pó-pó-pós’? O PD se lembra deles?
Precisamos lembrar também que a Fábrica de Guaraná situada em um belo prédio azulejado, fechou,
mas as velas de cera, de todas as formas e cores, continuam a ser produzidas
pelas duas fábricas ali existentes, visto que no raio de uns cem metros, ou
pouco mais, encontramos bem três igrejas das mais antigas de Belém.
Hoteis, somente dois ou três,
que sobrevivem apesar dos ruídos e odores que os clientes tem que suportar... e
quando fecham a área tombada a causa de, por exemplo, manifestações tipo o pre
carnaval, como chegar ou sair desses hoteis? Nenhum veiculo pode entrar ou sair
em tais ocasiões independentemente da idade ou do porque precisam deles.
Outras atividades que estão
desaparecendo ainda se encontram nessa área onde ainda existem muitas casas. Tirar
goteiras é so uma delas. Quem faz grades de ferro também ainda encontra muito
trabalho a causa da insegurança.
Autorizar locais noturnos sem
estacionamento é ignorar o uso que fazem das calçadas e grama das praças
tombadas. É não conhecer a nossa
realidade e o nível de educação da população que frequenta tais locais.
Insistir em ignorar as leis, de vários pontos
de vista, e aprovar planos ignorando a realidade da área tombada e das ilhas do
nosso entorno, demonstra não somente falta de informação e superficialidade, mas muita
insensibilidade, também.
Neste momento que se encerra o
tempo dado aos cidadãos para ajudarem a compor um novo Plano Diretor so
desejamos que levem em consideração a aptidão da Cidade Velha lembrando, inclusive,
de seus portos em situação penosa que, além do mais, ainda são usados como
locais noturnos.
Não queremos confundir o Plano
Diretor com o Código de Posturas, mas ao menos uma sinalização da necessidade
de fazer algo contra a poluição sonora e ambiental é necessária... para toda a cidade.
2 comentários:
Dona Dulce, a consulta pública ainda nem foi aberta. Entretanto, alguns setores da sociedade estão se antecipando em discutir as políticas e diretrizes do Plano Diretor.
Alice Rosas, sei disso e até pariticipo de um grupo propositivo, como te anticipei, por isso achei necessario escrever isso.
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