Em toda
Belém, depois da isenção do imposto para compra de carros, vimos aumentar o nosso parque automobilístico. Não
aconteceu uma renovação, porque os velhos carros não foram substituídos pelos
novos: deu-se uma adição de novos, aos velhos.
A esse
puro e simples aumento, também não vimos o surgimento de ruas e estradas ou
travessas, novas. O aumento do transito se deu em cima das estradas, ruas e
travessas já existentes...parcas e muitas, malcuidadas. O mesmo diga-se relativamente a vagas para estacionamento: não vimos um paralelo e côngruo aumento de garagens e estacionamentos. Resultado, mais dificil ficou andar pelas calçadas.
Aí, começamos
a presenciar algo de estranho na Cidade
Velha a respeito de transito. Nestes últimos
quinze dias, principalmente, notamos um aumento maciço do
transito de carretas e caminhões pelas ruinhas da Cidade Velha...passando pela
frente da Catedral (tombada).
Um
vai-e-vem de carretas, bem superiores a 10 ton., passam desesperadas, a procura
de estacionamento para poderem entregar suas mercadorias às lojas. A Praça do
Carmo é a zona mais procurada, pois mais próxima da Siqueira Mendes, com suas lojas
de motores, e da Dr. Assis, onde desde material de construção, redes de pesca,
barcos de madeira, maquinas de açaí, anzóis, lâmpadas e várias outras minuterías
são vendidas. A Tv. D. Bosco é a sede principal dessa procura de espaço.
Logicamente,
esses comerciantes tem todo o direito de terem refornecimento de mercadoria, o
problema é: como? Os meios usados são de
todos os tipos, mas o problema é a trepidação causada, principalmente, mas não
somente, por aqueles maiores, ajudados pelos ônibus que já trafegavam por aqui.
Não são
de hoje os problemas criados pelo excesso de transito na Cidade Velha. É
incontável o número de casas que tiveram sua estrutura abalada nesses últimos anos.
As rachaduras a causa da trepidação são evidentes na maioria das casas da Dr.
Assis e entorno. O problema é que ninguem
reclamou, e ficou por isso mesmo.
Talvez se
tivéssemos alguma autoridade morando em casa própria na Cidade Velha, numa
dessas ruas em que se sente o aumento do transito, algo já teria sido feito. As reclamações feitas pelos ilustres desconhecidos residentes no
bairro à CTBel/AMUB, não deram nenhum resultado.
Outras
cidades já tomaram providências, mesmo se intimadas pela Justiça. O juiz da 1ª Vara Cível da comarca de Santa Luzia, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, concedeu liminar, em ação da promotoria de
Justiça, proibindo o trânsito de caminhões, carretas, ônibus e outros veículos
pesados no Centro Histórico, que é tombado pelo Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) e município, igual
aqui. Isso feito para dar mais proteção para o conjunto arquitetônico,
monumentos e demais bens culturais de Santa Luzia.
A
Câmara Municipal de São João deI Rei proibiu
o trânsito de caminhões, carretas e congêneres, transportando cargas que venham
colocar em risco o patrimônio imobiliário de nossa cidade. Para resolver
o problema dos comerciantes foram estabelecidas regras: “Os comerciantes ou particulares interessados no transporte
de mercadorias, quando estas forem transportadas em um só veículo deverão
providenciar para que não ultrapasse a tonelagem especificada...”
O avanço
da degradação do patrimônio cultural provocou a reação de sete cidades mineiras
que, com ações independentes, mas com foco na preservação, estão sendo adotadas
medidas importantes para evitar danos aos casario dos séculos 18 e 19 e a
destruição de monumentos que encantam moradores e atraem turistas.
No sul,
também providencias estão sendo tomadas:
“A partir de julho, os caminhões de carga passam
a ter o acesso restrito na área central de Cuiabá,...” e assim por
diante. Por que em Belém isso não acontece? Em que língua devemos pedir socorro
para sermos ouvidos? Será que vamos ter que recorrer, nós também, para que sejam
tomadas providências?
Hoje tinham cerca de dez motocicletas da ROTAM
paradas aqui na Praça do Carmo a espera de um veiculo maior que chegou lá pelas
15 horas. Eles podem servir de prova e confirmar o movimento de carretas que
aconteceu enquanto estavam ali...de fronte de uma igreja tombada, que está sendo
restaurada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário