O turismo de massa está na
base do resultado que estamos vendo acontecer no Combú, no seu entorno e quem
sabe, nas outras ilhas que formam a área de Belém. O que sabemos do que
acontece nessas outras?
O resto do mundo que
escolheu essa forma de enriquecer rapidamente nos ensina que precisa ter
regras. A falta de preparo de uns, juntando-se a ambição e incivilidade de
outros, leva a esse resultado. O turismo se torna predatório!
Na Europa e em outros
países com história antiga, o turista ia ver o que existia e como tinham
defendido a própria memória. Depois que nasceram os shoppings centers a corrida
era para fazer compras. A situação econômica dos cidadãos tinha melhorado e a
estrutura das cidades não estava preparada para a invasão do turismo de massa
dos anos 80 em diante.
Novas áreas tiveram de ser
programadas, depois que o aumento da circulação de veículos grandes e pequenos
começou a criar problemas. Tiveram que
tomar providências para não piorar o modo de viver de quem estava no entorno.
Essa preocupação não houve aqui
e os shoppings no centro habitado vieram também para dificultar o trânsito, vejam
o exemplo das carretas, que aumentam em
muito a trepidação, estragam o asfalto, as calçadas e enchem as ruas de lixo.
No caso das nossas ilhas
esse turismo é predatório em vários outros sentidos. As casas dos ribeirinhos
mudaram de padrão com a chegada de gente da cidade, para aproveitar o turismo
nascente. Começamos a ver, sem dar muita atenção:
- as casas de alvenaria ou
vidro serem construídas sem qualquer identificação com a realidade existente ou
histórica e até sem usar a mão de obra local;
- o número de jet skis, lanchas,
etc. aumentarem, não respeitando os moradores, com uma velocidade exagerada e
sem respeitar horário nenhum;
- a aceleração do processo de
erosão das encostas, devido as ondas que estes jet skis provocavam.
- a poluição sonora afetou
a fauna marinha, e os camarões e peixes que já escasseiam ao redor das casas.
O que estamos vendo agora,
não somente no Combú e seu entorno, mas em Outeiro, Mosqueiro e quem sabe nas outras
40 ilhas que fazem parte de Belém, é fruto desse desinteresse pela realidade de
nossos tantos ribeirinhos.
É evidente a distância
entre os cidadãos e a administração pública. De nada serve que as leis insistam
em falar de “gestão democrática por meio da participação da população... na
formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos...”
quando quem nos governa não as conhecem.
O Prefeito será que conhece
ao menos os nomes dessas ilhas? O representante da prefeitura nessas ilhas,
onde mora? É do local? Conhece os
problemas? Este é outro argumento a ser verificado, se quisermos realmente
evitar que isso piore.
Nenhum comentário:
Postar um comentário