terça-feira, 16 de abril de 2024

PASSEANDO PELO CENTRO HISTÒRICO...

 

Aliás, vamos passear pela área tombada da Cidade Velha...

Não seremos acompanhados por um profissional do setor, ou seja, não será um professor de historia /geografia, nem por um  turismologo, ou acompanhador de turista, mas por um morador da área: EU

O primeiro problema que enfrentaremos é : por qual rua entrar.

A Dr. Malcher, entrando pela praça da Sé, apresenta o problema de calçadas estreitas que foram rebaixadas para o uso do porão da casa, como garagem.  Resultado, deveremos fazer o passeio pelo meio da rua, pois tem também os postes a ocupar a calçada... senão va ser um tal de sobe-e-desce...



Caso a escolha seja a Dr. Assis, trata-se de uma rua de 7 metro de largura, de casa a casa, com cerca de um metro de calçada, incluída, de cada lado  da rua. Em data 02/07/1982, acontece o tombamento  das cantarias, os meio fios, e outras pedras da ruas, praças e demais logradouros públicos  de Belém,  pelo DPHAC/Secult. Naquela época as ruas tinham paralelepípedos cobertos com asfalto, mais tarde.

Aqui nasce outro problema: apesar de serem tombadas começaram  a aparecer uns degraus  nessas calçadas. Isso começou a acontecer depois que asfaltaram as ruas, cobrindo os paralelepípedos do meio da rua.  Cada vez que consertavam os buracos no asfalto, aumentavam a  altura dele... e um belo dia o leito da rua ficou mais alto do que as calçadas de liós.

Pouco a pouco os proprietários, para defender as lojas da entrada da água da chuva,  cobriram as calçadas de liós com cimento, criando, desse jeito, degraus de quase meio metro de altura ao longo da Dr. Assis... Quem usava cadeira de rodas ficou, assim, impossibilitado de andar por essas ruas... e ninguem fez  nada para impedir isso.

Outra possibilidade de entrar na Cidade Velha era pela Siqueira Mendes, a chamada primeira rua de Belém. Na beira do rio  encontramos  ainda as sedes náuticas do Remo, Tuna e Payssandú entremeadas por portos. Do lado oposto da rua, porém, as calçadas são totalmente ocupadas por vendedores de alimentos, merendas e bugigangas, além de servir de estacionamento de moto taxis. De nada serve a sinalização de uma rota de bicicleta... Para os turistas andarem, mal e porcamente, o meio da rua...


Entrando por uma dessas três ruas, não vamos ver a situação das outras ruas. Vamos ver igrejas tombadas, as mais antigas de Belém, feitas por um italiano, de Bolonha, o Landi. Deixaremos  de lado porém  a situação de outras calçadas intransitáveis como a da antiga ex travessa da Vigia, ocupada por postes, úteis a Assembleia Legislativa... principalmente. Do outro lado casas periclitantes  cujo andar térreo serve de deposito para carroças usadas no Ver o peso e, la em cima, uma floresta cobre os telhados. 



Não ouviremos a poluição sonora em frente a Alepa, provocada por trios elétricos que acompanham os trabalhadores que ali vão protestar ou defender/pretender seus direitos. A trepidação provocada por  tais meios, prejudicam os prédios tombados do entorno, sem a ajuda de nenhum urubú, como dizem aconteça por outras ruas, mas quem se preocupa?













Quando fazer esse passeio, então?  Nessas alturas, vendo a 
impossibilidade de usar as calçadas de qualquer uma dessas 
ruas, e de termos que andar pelo meio da rua, dividindo com todo tipo de veiculo o trajeto escolhido, temos que optar em fazer esse passeio, ou sábado a tarde ou domingo de manhã... quando os órgãos públicos e as lojas fecham.





Aqui pra nós, só essas informações já servem para os nossos “turistas” conhecerem o outro lado da moeda. É uma noção do que o passeio na área tombada esconde, durante o dia, porque ... de noite,  entra em ação a poluição sonora, e é outra triste história, para completar a situação de abandono e de abusos, na área tombada.


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