Aliás, vamos passear pela área tombada da Cidade Velha...
Não seremos acompanhados por um profissional do setor, ou
seja, não será um professor de historia /geografia, nem por um turismologo, ou acompanhador de turista, mas
por um morador da área: EU
O primeiro problema que enfrentaremos é : por qual rua entrar.
A Dr. Malcher, entrando pela praça da Sé, apresenta o problema de calçadas estreitas que foram rebaixadas para o uso do porão da casa, como garagem. Resultado, deveremos fazer o passeio pelo meio da rua, pois tem também os postes a ocupar a calçada... senão va ser um tal de sobe-e-desce...
Caso a escolha seja a Dr. Assis, trata-se de uma rua de 7 metro de largura, de casa a casa, com cerca de um metro de calçada, incluída, de cada lado da rua. Em data 02/07/1982, acontece o tombamento das cantarias, os meio fios, e outras pedras da ruas, praças e demais logradouros públicos de Belém, pelo DPHAC/Secult. Naquela época as ruas tinham paralelepípedos cobertos com asfalto, mais tarde.
Aqui nasce outro problema: apesar de serem tombadas começaram a aparecer uns degraus nessas calçadas. Isso começou a acontecer depois que asfaltaram as ruas, cobrindo os paralelepípedos do meio da rua. Cada vez que consertavam os buracos no asfalto, aumentavam a altura dele... e um belo dia o leito da rua ficou mais alto do que as calçadas de liós.
Pouco a pouco os proprietários, para defender as lojas da entrada da água da chuva, cobriram as calçadas de liós com cimento, criando, desse jeito, degraus de quase meio metro de altura ao longo da Dr. Assis... Quem usava cadeira de rodas ficou, assim, impossibilitado de andar por essas ruas... e ninguem fez nada para impedir isso.
Outra possibilidade de entrar na Cidade Velha era pela Siqueira Mendes, a chamada primeira rua de Belém. Na beira do rio encontramos ainda as sedes náuticas do Remo, Tuna e Payssandú entremeadas por portos. Do lado oposto da rua, porém, as calçadas são totalmente ocupadas por vendedores de alimentos, merendas e bugigangas, além de servir de estacionamento de moto taxis. De nada serve a sinalização de uma rota de bicicleta... Para os turistas andarem, mal e porcamente, o meio da rua...
Entrando por uma dessas três ruas, não vamos ver a situação das outras ruas. Vamos ver igrejas tombadas, as mais antigas de Belém, feitas por um italiano, de Bolonha, o Landi. Deixaremos de lado porém a situação de outras calçadas intransitáveis como a da antiga ex travessa da Vigia, ocupada por postes, úteis a Assembleia Legislativa... principalmente. Do outro lado casas periclitantes cujo andar térreo serve de deposito para carroças usadas no Ver o peso e, la em cima, uma floresta cobre os telhados.
Aqui pra nós, só essas informações já servem para os nossos “turistas” conhecerem o outro lado da moeda.
É uma noção do que o passeio na área tombada esconde, durante o dia, porque ... de noite, entra em ação a poluição sonora, e é outra
triste história, para completar a situação de abandono e de abusos, na área tombada.
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