QUALIDADE DE VIDA EM BOLONHA (ITALIA)
Quando eu cheguei em Bolonha, em 1975, ela já era conhecida
na Europa como a melhor cidade para se viver, porque “A MISURA DELL’UOMO”.
Agora, é a quinta vitória em poucos anos que a capital da Região Emilia Romanha,
excelsa em riqueza e demografia, tenta agora se transformar num asset estratégico
nas ciências, através das pesquisas cientificas.
BOLOGNA PRIMA IN ITALIA PER QUALITÀ DI VITA pela 5° vez em 33 edições.
POR QUE FALAR DESSA CIDADE QUE NASCE COMO FELSINA, BONONIA E É MAIS ANTGA DO QUE ROMA, UMA CIDADE QUE ATRAVESSOU A IDADE DO FERRO, A CIVILIZAÇÃO ETRUSCA, A ERA ROMANA... E SEJA PARA OS TURISTAS E ATÉ PARA OS ITALIANOS É QUASE UMA DESCONHECIDA. EM VEZ...
“É a receita secular sintetizada nos
três apelativos “dotta, grassa e rossa” que explicam o por que Bolonha
conquista, pela quinta vez em 33 edições o primeiro lugar na classificação
geral das províncias italianas pela melhor qualidade de vida.” Tal primazia já
tinha acontecido nos anos 2000, 2004, 2011 e 2020.
Em novembro foi inaugurado o Leonardo, o quarto computador
mais potente do mundo, mas “o segredo de Bolonha é a certeza de um alto nível
de bem-estar social e cultural, garantido por uma pequena cidade, se medida pelos
seus 400 mil habitantes, mas aberta para o mundo porque encruzilhada” desde seu inicio, aumentando com o nascimento da religião católica...
“Bolonha é “dotta” (culta): de fato, ocupa muitas vezes o primeiro lugar nas classificações relativas a Demografia, saúde e sociedade, em virtude do record de diplomas e láureas entre pessoas de idade de 25 a 39 anos, e o terceiro lugar (depois de Roma e Trieste) quanto a duração dos cursos. Uma tradição que iniciou na mais antiga universidade do mundo ocidental, a chamada AlmaMater (fundada em 1088) que alimenta, há quase um milenio, a economia do conhecimento.”
“Bolonha é “grassa” (gorda) segundo um epiteto de Pellegrino Artusi, chef culinário do século XIX, pela opulência de seus pratos onde se lê prosperidade da economia: a cidade cercada de torres é segunda somente depois de Belluno pela “riqueza e consumos”, é sexta pelo número de aposentados por idade e nona pelos investimentos em requalificação energética”.
Bolonha é “rossa” (vermelha) por causa da cor dos seus 63 km
de pórticos declarados patrimônio da
Unesco e pela quantidade de gente de esquerda ... Hoje é a primeira pela participação
eleitoral (73,9%), já que na Italia o voto não é obrigatório; segunda pela alta
taxa de ocupação (74,8%); terceira pela expansão da banda larga.
A segurança é o problema. No meio de dezenas de indicadores como o reconhecimento pela Unesco com cidade da música, pelo bien vivre, temos a nota destoante relativa a “Justiça e segurança” pois é a categoria em que Bolonha está no 95° lugar e no 104° relativamente ao índice de criminalidade.
A universidade continua a aumentar o número de estudantes estrangeiros. Este ano amentou de +4% enquanto outros institutos perderam estudantes. É também o refúgio dos “sem tetos” do sul da Italia e para quem precisa de tratamento médico. Desde 2016 parece ser a locomotiva, não somente relativamente a ocupação, salários e riqueza, mas pela contratação sindical e a redistribuição graças ao trabalho de antecipação das mudanças nas fábricas quanto a gestão e distribuição da cadeia de aprovisionamento. Em Bolonha o numero de trabalhadores com contrato de segundo nível, supera 61% contra os 20% da media italiana.
Desde o inicio do século que
Bolonha se coloca entre as primeiras dez províncias quanto ao crescimento do
PIB. Sua indústria de transformação vale um quarto do PIB bolonhês, a força
mais importante do tecido econômico e social está na diversificação setorial
e na capacidade de criar filas que
deixam a tradição e hibridam atividades manufatureiras e terciárias, o saber
artesão e os valores da cooperação. Ali, quase 1/3 das empresas são artesãs e
cerca de 16% dos trabalhadores de Bolonha, são do mundo das cooperativas.
Um outro problema se prospeta porém: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO. Na província de Bolonha temos 200 idosos para cada 100
crianças. Na Bolonha capital, em vez esse numero sobe para 210. Como será a demanda
e oferta de trabalho, daqui a alguns
anos? Nisso se baseia a ideia de transformação da “ilha feliz” bolonhesa no
asset estratégico para o desenvolvimento tecnológico e cientifico da Itália: existem
todos os ingredientes.
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