quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

E se me acontecer alguma coisa?



O carnaval é cheio de histórias, nem sempre conhecidas. A falta de memória, ou de conhecimento nos leva muitas vezes a formar opiniões sem conhecer o outro lado da moeda.

Estamos em tempo de carnaval o qual tem seu enredo  musical, suas marchinhas; blocos; mascarados... Afinal foi  assim que nasceu e se desenvolveu no Brasil inteiro... até a chegada da Fumbel na Pça do Carmo: ai o negocio desandou.....e não estávamos preparados para essa invasão caótica e deturpante do nosso carnaval.

Na Praça do Carmo principalmente, mas no resto da área tombada da Cidade Velha, a população é de velhos, mesmo, e todos lembram dos carnavais do passado. Nada mais facil pensar que tendo tombado a casa deles, possam pretender que sua memoria também seja tombada. Daí chega o carnaval da Fumbel e parece o circo dos horrores para esses anciães e para aqueles que gostam das tradições.

Vimos nestes dias, absurdos serem combinados com a cobertura de autoridades que não aceitam o que tantos falam sobre o poder destruidor da poluição sonora e autorizam trios elétricos/pranchinhas ou seja la o nome que tiverem, em área tombada.

Em nenhum momento essa pessoa pensou em defender o patrimonio historico apesar da quantidades de leis que falam nisso. Ganhar dinheiro é mais importante, mesmo se isso podia ser feito em outros bairros ...não tombados.

Dai aproveitando o caos aparecem outras propostas.... Ao menos outras duas, mas uma em especial parece até provocação: com carimbó e boi bumbá... no Centro Histórico (não riam, mas é verdade) para fazer 'carnaval'. A escolhida foi a abandonadissima Praça das Mercês. Para ela, porém disseram logo de não,porém.

E por falar de carnaval com carimbó e boi bumba, vou contar um fato. Por um período o Arraial do Pavulagem fez, na praça do Carmo um Arrastão no periodo carnavalesco. Traziam um monte de gente e os ambulantes aumentavam o cortejo para a Cidade Velha, próprio nos dias que os dois blocos que faziam o nosso carnaval tradicional se apresentavam  financiados pelas cervejarias mas não cuidavam da limpeza da praça tão bem como fazia o Arraial...
 https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2011/03/cenas-do-dia-seguinte_616.html

Numa dessas apresentações, quando o Arrastão chegou na praça, e tinha inicio as musicas de boi, faltou luz e  um carnavalesco famoso chegou num caminhão com sua bandinha e um microfone e disse, mais ou menos isso: Gente, é tempo de carnaval, e nos temos que ficar ouvindo essas lamurias? Seja o boi que essa musica que parece de funeral, nada tem a ver com a alegria do carnaval. Voces não se mancam que estão atrapalhando a festa dos outros prevista para este periodo? E continuou falando e impedindo a manifestação do Arraial, inclusive porque sem luz não podiam tocar.

Pois bem, o Arrastão do Pavulagem recebeu a mensagem e entendeu pois nos anos a seguir não fez mais arrastão em tempo de carnval, mesmo se deixava tudo limpinho, contrariamento ao que se via depois dos blocos passarem.
 https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2011/03/cenas-do-dia-seguinte_1628.html

Continuamos a pretender organização e limpesz das áreas usadas até que algo se mexeu. https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2011/02/carnaval-organizado.html 

No meio disso tinha crescido, porém, um outro bloco, que ‘respeitava’ a nossa memoria carnavalesca. Todos mascarados e com bandinha. Familias inteiras o  acompanhavam e se preocupavam com o patrimônio... Defendiam os prédios do assedio dos mijões. A Civviva acabou dando um reconhecimento ao Xibé da Galera.

Uma surpresa cai, porém,  sobre nossas cabeças 'idosas' como um raio destruidor. A chegada da Fumbel para sacralizar a descarnavalização do período momesco foi atroz. Inventou uma tal de “concentração” nas três praças tombadas da Cidade Velha e se esqueceu de falar dos decibéis. Tinha inicio o cáos protocolado proprio pelo orgão que tinha a obrigação de defender o patrimônio histórico.

Enquanto o Xibe se concentrava perto da casa dos organizadores,  os blocos da Fumbel se concentravam no meio das praças tombadas e nos cantos se instalavam carros com o bagageiro aberto e soltavam o som...axé, mas não so. De tudo, menos musica de carnaval... No ar as musicas se juntavam e o cáos era total....sob as igrejas tombadas da Cidade Velha e com os vizinhos abismados a ter que suportar a poluição sonora.]
Esta nota conta o que aconteceu, e, algum hacker mudou até o nome do artigo...   https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2012/02/normal-0-21-false-false-false.html

As reclamações de nada serviram e para se fortificarem os blocos criaram uma Liga. Em 2014  o resultado foi o que escrevemos aqui: 
 https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2014/02/balanco-de-um-sabado-de-carnaval-em.html  

A Democracia começou a ser substituída por atos de prepotência. As reuniões com a PM, em presença dos representantes dos cidadãos, começaram a ser feitas, cada ano, com menos cidadãos organizados, mas amigos,  conhecidos e apoiadores. O interesse por ganhar dinheiro superou aquele do divertimento. Os abadás chegaram para substituir as fantasias... e os trios elétricos  para aumentar a poluição sonora.


Os dois blocos que há anos animavam a Cidade Velha começaram a ser controlados e afastados/impedidos de usar as praças da Cidade Velha. Vários novos blocos foram declarados de interesse para consolidação da expressão cultural do Município de Belém" e se concentrariam na Praça do Carmo...Entramos em panico. Mas proprio sob uma igreja tombada devem se concentrar fazendo barullho sem nenhm controle? a meia duzia de anciães da praça do Carmo ficou horrorizada e alguns começaram a passar  fim de semana noutro canto, bem longe da 'desgraça' que a Fumbel permitia.
https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2014/02/promocao-da-poluicao-sonora-em-praca.html 

Em 2015 nos vimos obrigados a publicar um esclarecimento pois as ilações sobre nossa atividade eram mais que difamatórias: https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2015/02/carnaval-2015-esclarecimentos-da-civviva.html

Apesar das reuniões continuarem, o interesse principal delas tinha mudado de direção. Não era mais a defesa da area tombada, mas os "direitos" dos blocos. E as intimidações com quem dá fastídio a esse tipo de interesse, começaram a ser um metodo usado para tentar  amedrontar e afastar quem lutava apoiando-se nas leis. 
https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2018/09/intimidacoes.html

Agora, as ameaças via instagram  começaram a ser usadas.  Quem for contra e comentar, recebe ameaças...Esses são os métodos usados para abrir espaço para a vitoria da prepotência.

A incivilidade tomou conta da razão. Os banheiros de nada servem pois os foliões, depois de dois copos de cerveja, so encontram os muros e portas de casas e igrejas para satisfazer suas exigencias. A poluição sonora é reconhecida como inexistente...

O nivel baixou em todas as direções. A ética é algo desconhecido. Querem instalar uma censura de qualquer jeito. É o interesse de poucos prevalecendo sobre os direitos dos cidadãos. É a nossa democracia  perdendo pedaços até por motivos fúteis, mas que rendem dinheiro. E o resultado obtido vemos por  estes dias.

E se me acontecer alguma coisa, pior do que as intimidações...???


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