sexta-feira, 2 de julho de 2021

Os 180 anos do Colegio Estadual Paes de Carvalho

 Para os ex alunos do CEPC

No último dia 28 de junho, o Colégio Estadual Paes de Carvalho completou 180 anos de sua fundação. Foi criado com o nome de Liceu Paraense, em 1841, através da lei 97 de 28 de junho,    no governo de Bernardo de Souza Franco, presidente da Provincia do Pará. Mudou de nome, anos, mais tarde, depois da revolução de 30, e passou a se chamar Ginásio Paraense. Mais un anos e, uma lei federal transformou os ginásios em colégios, e a instituição passou a se chamar assim como o conhecemos hoje: Colégio Estadual Paes de Carvalho, ou simplesmente C.E.P.C.

Eu entrei depois de um exame de admissão feito em 1956. No  salão onde faziamos recreação tinha uma escada de madeira, em "caracol", pela qual me apaixonei e a admirava pensando em um dia usa-la. Isso não aconteceu pois nunca a consertaram. Do lado de la, no salão que dava a frente para a praça, faziamos aula de "canto".  As outras aulas eram nas salas do andar de cima.

Sai em 1963 para fazer vestibular para a faculdade de Economia, em fevereiro de 1964. Entrei menina e sai, já mocinha e perdi de vista as colegas pois cda uma foi para uma faculdade diferente: ainda não existia o “campus universitário”.

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Cabe, neste momento, uma correção, em relação a um equívoco, que tem propiciado as mais variadas discussões, que é sua verdadeira data de fundação. Uma informação errada repetida na mídia, diz que é 28 de Julho. Para isso, evocamos Geraldo Mártires Coelho, historiador, que ratifica sua fundação, a 28 de junho, sendo, sua efetiva instalação (ou funcionamento), trinta dias, depois, a 27 de julho. Razão pela qual, talvez, haja o conflito, que é relativamente recente, e teve início, segundo documentos do próprio CEPC, por volta do final da década de 70.

 Para esta data, porém, em face da pandemia e dos decretos de afastamento, a instituição fez realizar, com apoio de um grupo antigos alunos, uma singela cerimônia, em seu Salão Nobre, onde, na ocasião, lançou-se o livro “Como foi salvo o CEPC”, que registra o cotidiano da última reforma pela qual passou a instituição, onde o referido grupo desempenhou papel fundamental, que culminou com uma solenidade de reinauguração pomposa e emocionante.

Em seguida, os presentes assistiram a um vídeo de pouco mais de uma hora, de um sarau virtual, dedicado a sua ilustre ex-professora, saudosa, Maria Luzia Vela Alves, sob direção-geral do professor Edmar Holanda, seu atual diretor, e do Professor Raymundo Roberto Neves, ex-diretor do vetusto educandário-mor dos paraenses.

 Sarau virtual das obras poéticas da ilustre professora de canto orfeônico do Colégio Estadual Paes de Carvalho, Maria Luzia Vela Alves, falecida no início da década de oitenta, tendo deixado um legado memorável, no velho casarão e na vida de seus ex-alunos, que guardam, vivas, as suas lembranças.



 Austera e exigente, Vela Alves escondia, dentro de si, outra face da mesma mulher, que era sua doçura e paixão a vida, que a levaram a escrever quarenta e duas poesias que falam de amor, saudade, amizade, além de algumas pitadas de protesto, no que tange à reforma realizada no prédio do CEPC, por ocasião da posse do então Governador Alacid Nunes. Algumas das poesias, ela dedicou a seu grande amigo e colega, de quem foi Vice-Diretora, Raymundo Roberto Gonçalves Neves.

 Neves, quarenta anos após a morte da homenageada, decidiu tornar públicas, suas composições, que estavam em sua posse, como forma de honrar sua memória, aproveitando o âmbito das comemorações dos cento e oitenta anos do CEPC. E, pensando numa produção que preservasse o distanciamento social, convidou os ex-alunos de épocas muito remotas, Camilo Delduque e Sandro Destro Lima, para produzirem os vídeos, onde ex-alunas de Vela Alves declamam suas poesias, emprestando suas próprias experiências, vividas ao lado da professora-artista, como catalizadoras da saudade.

https://youtu.be/sgG3CmqCb78

 Delduque e Destro, decididos a dar a mais ampla visibilidade à data, incluíram, no projeto, falas de professores atuais, como de seu diretor, além de seus próprios testemunhos. E o resultado, singelo, porem cheio de amor, culminou com uma sublime catarse poética, em que se celebra a memória de Vela Alves, tendo o CEPC, como pano de fundo, onde o tempo, inafastável senhor de tudo, "corre, veloz".

 Roberto Neves

Camilo Delduque

Sandro Destro Lima


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