O Ano Velho nos deixou levando consigo uma das pessoas que “fez”
a Cidade Velha aparecer no cenário cultural paraense, através de seu Bar na Praça
do Carmo. Falo de Salomão Casseb o dono do
“Nosso Recanto”.
O silencio da praça foi substituído por boa musica, quando
ele decidiu dividir com seus clientes o som dos seus ‘vinis” de MPB. Os fins de
semana na Cidade Velha começaram a mudar quando , em frente a seu Bar, ele
começou a colocar mesas na praça. Dois eram os motivos que levavam os clientes a fazer publicidade do local:
os quitutes da D. Ione, onde sobressaia o seu ‘camarão empanado’, e a musica
boa que podiamos ouvir, conversando sem sermos atrapalhados por uma possível ‘poluição
sonora’.
A partir de 2006, esse costume se consolidou e toda
sexta-feira aquela área da praça se enchia de pessoas que iam pegar vento e
conversar ouvindo nossas melhores musicas que S.Salomão disponibilizava e
comendo o que D. Ione oferecia. Ao fechar as três horas da manhã, lavava e
limpava a área usada, sem deixar vestígios de algum tipo.
Apareceram outros locais no entorno e o movimento começou a
dar problemas para quem morava naquela área. A falta de estacionamento
provocada pela presença de clientes automunidos que estacionavam de qualquer
jeito, incluindo sobre as calçadas de liós, começou a ser questionada.
Pouco a pouco, a poluição sonora também começou a disturbar
a vida de quem por ali morava, e nos controles feitos, o bar do S. Salomão também
acabava caindo na ‘malha’ desses leões que usavam ‘metros’ de vários tipos.
A violência começou a aumentar e muitos clientes começaram a
abandonar o local. Outros bares chegaram na praça e a balburdia, para os
moradores, ficou insuportavel. Abusos de todos os tipos passaram a ser
cometidos ao ponto dos moradores terem que mudar seus costumes nos fins de
semana. A ‘droga’ veio aumentar os problemas, vistosamente.
Os controles aumentavam e o bar do S. Salomão não era
ignorado. Por um período lhe impediram de tocar musica, depois proibiram de
colocar mesas na praça, mesmo se o Código de Postura falava somente que ’calçadas, são para pedestres’.
A sua doença piorou e D. Ione sempre mais só na condução
daquela atividade. Um dos filhos começou a ajudar mas, impotentes, viam a praça
se transformar em estacionamento nos fins de semana. Os clientes respiravam o
ar poluído, produzido agora também pelos carros que, abusivamente e descaradamente,
subiam na praça, estacionando os veículos ao redor das mesas do bar.
A isso devemos acrescentar a chegada dos 'moradores de rua', na Praça, do lado oposto do Bar, o que, certo, não ajudava a melhorar a situação geral da Praça. Os tambores começaram a ser utilizados, aumentando a poluição sonora. Enfim uma decadência generalizada se apossou da área. So quem mora na praça sabe do que acontecia.
Em tempos de corrupção o S. Salomão remava contra maré, e esse seu bom costume não lhe ajudou.
Um outro morador famoso da Praça do Carmo também nos deixou. O S. Elias, jogador de futebol do Clube do Remo dos anos 70.
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