402 ANOS FAZ NOSSA CIDADE VELHA. PARABÉNS A ELA.
Hoje, a Praça da Sé, bem cedo, viu chegar as
autoridades para a missa de aniversário da cidade. Fora vimos a Guarda Municipal, a
Semob, os Bombeiros, ambulancias...mas o Prefeito, não: nem fora nem dentro da
igreja.
Mais adiante,
perto da Praça do Carmo, uma carreta com vários pneus, descarregava material de
construção. Com todos os agentes da Semob que impediam a entrada de
veiculos na área, como fez para passar essa carreta, tão vistosa, sem ser impedida? Há quantos anos sabemos que a passagem de veículos pesados causa trepidações que levam a fissuras nas paredes dos imóveis antigos? A constância deste crime é um verdadeiro pesadelo.
Essa desatenção é recorrente em todas as esferas. Sai ano, entra ano e os problemas da Cidade Velha so fazem aumentar. A quantidade de veiculos, além das carretas, que percorrem as ruinhas da Cidade Velha, aumentou com a presença das 'vans' que com seu comportamento prepotente, ajudam a piorar a situação do transito. O fato das 'paradas de onibus' não serem sinalizadas na Cidade Velha, permitem que qualquer lugar seja bom para parar o veiculo, aumentando o caos.
Ao entrar na Cidade Velha não encontramos alguma sinalização que se está em área tombada; nem as toneladas que um veiculo pode ter para ter acesso a tal área; nem que a poluição sonora deve ser evitada... Vemos em vez uma quantidade enorme de postes com indicações varias, ajudando a poluição visiva.
Que sentido tem um tombamento se a esfera
pública ignora os modos de defender esse patrimônio tombado; se autoriza
eventos barulhentos incentivando a poluição sonora; se autoriza atividades
barulhentas ao lado de igrejas tombadas; se autoriza feirinhas nas calçadas dessas
igrejas; se permite trios elétricos ensurdecedores nas ruinhas tombadas; se não
se preocupa com os carro-som que passam fazendo publicidade a ‘alta voz’; se ignora batidas de tambores a qualquer hora do dia ou da noite...
enfim, ignora tudo o que possa servir para salvaguardar nosso patrimônio
histórico.
Esses são alguns dos problemas que o bairro mais antigo de Belém sofre, apesar das leis que falam de 'salvaguarda, defesa, preservação proteção...' A desatenção para com o patrimônio histórico começa próprio na área de governo. Baste pensar na poluição sonora produzida pelos blocos que se dizem carnavalescos e que são autorizados a se concentrarem em frente a igrejas setecentescas, e tombadas pelas várias esferas de governo.
Paralelamente, vemos prédios abandonados há
anos e outros, como o Palacete Pinho, que é da Prefeitura, e que foi restaurado pelos governos precedentes, nunca reaberto permanentemente ao publico, já com vidraças
quebradas, azulejos caindo, como algum teto também.
A propriedade privada, em vez, depois de restaurar
aquele prédio da Siqueira Mendes denominado Casa Rosada, deu dois exemplos de atenção a nossa historia, ultimamente.
Na Siqueira Mendes, considerada a primeira rua de Belém, dois casarões bonitos
chamam atenção, estes dias:
A antiga casa Bastos, hoje de propriedade da Sociedade Praticagem da Barra, situada no canto da trav, Felix Rocque, em fase de conclusão de trabalhos, é um deles.
A antiga Fabrica de Guaraná Soberano, que nos assustou recentemente, quando a vimos sem vidraças nas janelas: estavam consertando. Os trabalhos foram concluidos e a placa 'aluga-se' ja está la, mesmo se as águias que suportavam as luminarias na frente do prédio, levantaram vôo e não voltaram mais...
Restauros com dinheiro público não vemos.
O dinheiro devolvido pelos proprietários de casas que tiveram acesso ao Plano
Monumenta, em 2009, continua parado pois o Conselho Curador de tal fundo nunca
aprovou seu regimento interno, assim não pode funcionar e determinar o que
fazer com esse dinheiro.
A lei determina que o dinheiro do Fundo
seja usado em área e prédios tombados... mas depois de duas reuniões, ao
notarem que não podia ser usado onde bem entendessem, nunca mais se reuniram. Aliás, é capaz até de ja ter decaido sua direção, e ninguém se move para renova-la...
A falta de fiscalização, em todos os sentidos, é mais um fato a ser enfrentado.
Em suma, passou mais um
ano e a Cidade Velha continua com seus problemas...
FESTEJAR O QUÊ?
FESTEJAR O QUÊ?
Um comentário:
Vou reproduzir o teu artigo em minha fanpage
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