Estamos cada dia mais indignados, vendo o que está acontecendo, a menos de um ano na Praça do Carmo e seu entorno. Os moradores da área reclamam diariamente dos furtos e abusos... e aqui vai mais uma demonstração...
De nada adiantam as denúncias e reclamações relativamente a defesa do nosso patrimônio histórico que fazemos quase que diariamente.. Ficamos mal vistos por aqueles que pegam a carapuça e por aqueles que fazem o que não devem e que ainda crêem ser cidadãos...
Como nem todos os politicos e cidadãos tem o costume de andar pela Cidade Velha, é lógico que pouco sabem da situação do bairro, e nós, que vemos, tentamos ajudar levantando os problemas desta área tombada...que continuam ignorados
Depois, morando em frente a Praça do Carmo, é lógico que noto o que acontece por aqui relativamente a destruição do nosso patrimônio. Vejo quanto é enorme a quantidade de gente culta que frequenta o Auto do Cirio, quando esbanjam poluição sonora superando cem decibéis, e que vem nos dizer “é só uma vez por ano”... Isso demonstra quanto não sabem nada de empatia e civilidade, pois os ensaios também são feitos, por um mes ao menos, aqui ou na Praça da Bandeira, que também está em área tombada, e se juntam a outras ações barulhentas que acontecem...
Não sabem, também quantos casamentos acontecem nas igrejas mais antigas de Belém, que estão em área tombada e que também esbanjam poluição sonora com os fogos de artifício que estouram na saída dos noivos...
Ignoram a quantidade de trios elétricos que defendem os trabalhadores em frente a ALEPA, do lado do Museu de Arte do Estado..., prédio construído por Landi em meados de 1700. A trepidação já causou queda de quadros das paredes e do gesso dos tetos das salas... E quem me avisava era o diretor do museu.
E os locais noturnos da orla da área tombada? Os ”ruídos” que fazem à noite vão além da rua Dr. Malcher. E as carretas com dezenas de pneus que estacionam na rua D. Bosco sob o antigo prédio da Prefeitura? E as calçadas de liós, tombadas e intransitáveis por diferentes motivos, e usadas, inclusive, sempre por gente culta, como estacionamento?
E por falar em estacionamento, cabisbaixos de vergonha, descobrimos que, apesar do dinheirão gasto na recuperação de quatro praças com dinheiro do Programa Monumenta, os furtos e depredações continuaram, apesar de dezenas de denúncias e reclamações feitas por esta Associação.
Com muita fadiga e ajuda do IPHAN, conseguimos que colocassem balizadores no entorno de algumas praças a fim de evitar que incivis as usassem como estacionamento não somente nos fins de semana... Em pouco mais de um ano, foram roubados quase todos os balizadores, e a praça do Carmo, por exemplo, está voltando a ser usadas como estacionamento de clientes de locais noturnos.
“Casbisbaixos e envergonhados”, ficamos porque não vemos retorno, qualquer que seja o partido do administrador da cidade. “Cabisbaixos e envergonhados” por vermos pessoas cultas serem as primeiras a ignorar as leis...democráticas que tanto nos custaram ter. “Cabisbaixos e envergonhados” por vermos amigos que dizem apoiar nossas lutas, serem os primeiros a não respeitar a Constituição, o Estatuto da Cidade, o Código de Posturas, a Lei Orgânica do Município... enfim, todo o arcabouço legislativo que rege uma sociedade que precisava aprender a ser civilizada.
Lutamos tanto e nos expomos para ter esses resultado???
Nos envergonhamos por não conseguir sucesso nas nossas lutas; por ver o dinheiro do Monumenta ir pelo ralo; pela ausência de vigilância...e de ver o desrespeito das leis em vigor, inclusive por orgãos de defesa do patrimônio.
Quem são os incivis? Aliás: quantos incivis temos pela cidade ???
PS: me pediram para lembrar os belemenses que "os sumérios e os acádios criaram a civilização há já algum tempo."
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