INCÊNDIOS em Belém - Sugestão
de requalificação de usos desses imóveis ociosos.
1999 – agosto, Loja Bechara
Mattar, Praça D. Pedro II
2010 – agosto, INSS, av.
Nazaré, esquina com trav. Dr. Moraes
2012 - agosto, Ministério da Fazenda, rua Gaspar
Viana, esquina com av. Pres. Vargas
2015 – julho, Rua Santo
Antonio, esquina com trav. Leão XIII
2020 – agosto, Casa Grisólia,
av. 16 de novembro, esquina com trav. Joaquim Távora
Passeando pelo Centro Histórico de Belém, e olhando com atenção suas ruas e prédios, vemos com pesar, ha tempos, o desinteresse, ao menos aparente, do poder público pela boa gestão da cidade.
Não
somente calçadas mal tratadas ou ruas esburacadas, mas também, a quantidade de
prédios dos três poderes, abandonados
em Belém. As origens da degradação, e as motivações do abandono são várias:
acidentes, interdições, incêndios ou simplesmente negligência. Os anos passam,
e a ação do tempo, aumenta a deterioração, principalmente pela falta de
manutenção, o que, além de desvalorizar o prédio, torna cada vez mais difícil e
oneroso a sua recuperação e o seu aproveitamento.
O mesmo se nota em muitos
prédios de propriedade privada. De fato, se formos a uma missa ou casamento na
Igreja da Sé ou na de Santo Alexandre, na Cidade Velha, nos deparamos, logo
entrando no bairro, com os escombros do prédio da antiga Loja Bechara Mattar, incendiado em agosto de 1999.
Fechamos o século XX com essa desgraça que causou a morte de quatro pessoas que ali trabalhavam. O TST ressaltou que “as circunstâncias do incêndio demonstraram a ausência de cuidado da loja na manutenção da segurança de suas instalações e saúde dos trabalhadores.” Sabe-se que o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região confirmou a decisão da 8ª Vara do Trabalho de Belém relativamente ao valor atribuído para reparação de danos materiais e morais, fixado em R$ 163 mil, de um dos mortos, responsabilizando a empresa por tal morte.
Sobre o destino dos
escombros, nada encontramos, e até hoje estão ali para os turistas
apreciarem... Suas calçadas cercadas por um tapume, negam aos
pedestres o pleno usufruto correto da mesma.
Corria o ano 2010, quando
fomos surpreendidos por outro incêndio:
o edifício do INSS, em plena avenida Nazaré. Cinco
dos seus 17 andares foram destruídos. Até hoje o espaço também está sem
utilidade, e se interrogados, nenhum dos prepostos das entidades públicas se pronuncia
sobre a situação do prédio. Começavam os incendios em prédios públicos. Em quanto onera o poder público essa...inutilização?
Mais uma vez, sempre no mês de agosto de 2012, vimos acontecer o incêndio no prédio do Ministério da Fazenda, situado no início da Av. Presidente Vargas. Na madrugada de uma segunda-feira o fogo atingiu 7 dos 14 andares do edifício: sem mortos, nem feridos. Os escombros continuam lá, para a visão, também, dos turistas.....Já houve muita especulação sobre o uso a ser dado ao imóvel, mas, aparentemente, nada foi decidido ou divulgado oficialmente sobre sua reutilização.
Vamos passear pelo comércio, e não nos deparamos mais com os escombros de outro incêndio. Corria o ano de 2015, o mês era julho, dessa vez e não agosto como todos os outros. Os prédios ficavam na rua Sto Antonio e na trav. Leão XIII. Pela rua Santo Antonio, uma das farmácias mais antigas de Belém, foi destruída também, restando apenas a fachada frontal. O outro prédio na esquina das duas vias citadas (onde funcionou a antiga Casa Carvalhaes), mais abalado, os azulejos remanescentes foram motivo de atenção, também, de colecionadores. De repente apareceu um opróbio em tal endereço, chocando-se com seu entorno, pois, inclusive se trova bem de frente ao belo prédio do Paris n’América, intacto, ainda bem. Um péssimo exemplo de salvaguarda da NOSSA MEMÓRIA que é melhor não copiar.
Esses são os incêndios mais vistosos no Centro Histórico de Belém, nos últimos 21 anos. Outros de menor porte, nos arrabaldes da cidade, não chamam tanta atenção como esses, em área histórica, com seus escombros abandonados, monumentos que são a negligência... de quem?
Quanto custa ao poder público o desperdício desses prédios (públicos)
abandonados?
Engenheiros,
arquitetos, e outros cidadãos de bem de Belém, são convidados a pensar o que
fazer... e proporem soluções viáveis para o aproveitamento desses edifícios
incendiados, que há anos enfeiam algumas das principais ruas de Belém.
Alguns deles, devidamente reconstituídos em sua volumetria, quando possível, poderiam até ser adaptados e transformados em estacionamentos, tendo em vista a necessidade desse uso nas áreas onde se encontram...
O Bechara Mattar e a Grisolia, transformados em estacionamentos, ajudariam em muito a liberação das calçadas de liós da Cidade Velha, usadas como estacionamento pelos clientes dos vários órgãos públicos ali situados.
É UMA SUGESTÃO AOS GOVERNOS: SEJA MUNICIPAL QUE O ESTADUAL.
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Fotos da Civviva e da internet.