sexta-feira, 25 de julho de 2014
A defesa do patrimônio na America Latina...e a nossa
Alguns países nossos vizinhos tem uma relação com a própria história de fazer inveja. Infelizmente, porém, eles não estão na lista de prioridade das opções de viagens da maior parte de nós, o que é uma pena.
O modo como tratam suas cidades, seu patrimônio, seu passado nos faria notar o nosso atraso e o desinteresse da nossa classe politica por tal setor.
O Perú vive, praticamente, de turismo, e são organizadissimos. O México, nem se fala. Seus "indios" tem dignidade de cidadãos e sua cultura é respeitada e valorizada. E a Colombia, Equador, Costa Rica, o que sabemos deles? Quantos de nós ja foram visita-los? O que sabemos da história desses povos?
A Colombia, é nossa vizinha, mas para visita-la, temos que rodar um bocado pois o que nos propoem as agencias de turismo é um tour de troca de aviões. De fato temos que ir para S.Paulo e depois para o Panamá e dali para Bogotá. Será este o motivo que nos impede de conhece-la? Em vez é util e até vergonhoso para nós, descobrir como cuidam do patrimônio histórico deles.
Em 2010, através da Direção do Patrimônio do Ministério da Cultura colombiano, resolveram "construir e implementar ferramentas pedagógicas dirigidas aos setores relacionados com o patrimônio e a comunidade em geral, a fim de fomentar o exercício do direito a memória, o sentido de pertencimento, a convivência e o respeito pelo patrimônio cultural e pela diferença, aspectos indispensáveis para a implementação de uma politica responsável a favor do patrimônio cultural".
Recentemente eles apresentaram a terceira edição do "manual educativo para docentes "Introdução dos jovens na proteção do patrimônio cultural e dos centros históricos". O interesse principal era "gerar ferramentas para o ensino e a aprendizagem de temas relativos ao patrimônio cultural, e facilitar metodologias que contribuam a apropriação social do mesmo, com a intenção de gerar processos sustentáveis de salvaguarda do patrimônio baseados nos conhecimento da memória e identidade da sociedade".
Eles começaram, porém em 2002, participando de um curso de quatro dias organizado pela representação da UNESCO em Aman, com a colaboração da Rede de Planos de Escolas Associadas da UNESCO e do ICCROM.. O curso foi em Petra, na Jordania, e o objetivo era "estabelecer um modelo de cooperação entre quem dirige as escolas e aqueles que dirigem os sitos historicos e assim desenvolver ferramentas e métodos a serem incorporados ao patrimônio cultural e nos programas de estudos dos centros educativos"
Será que alguém do IPHAN participou desse curso?
Nota-se que o objetivo principal desse opúsculo é incentivar a colaboração, a solidariedade entre quem trabalha com patrimônio e quem deve aprender, ou seja, os colégios, através da criação de vínculos entre os professores e as pessoas responsáveis pela cura do patrimônio. Os argumentos tratados são vários e servem de ajuda, não proporcionando métodos definitivos. E os resultados ja podem ser vistosr em várias cidades de lá.
Agora, falando de nós, de Belém: bem que nós propusemos na sub comissão dos 400 anos que aulas de educação patrimonial e ambiental fossem previstas nas escolas municipais, do primeiro ao ultimo ano, mas não foi aprovada. O que será que estão fazendo, ou programando, as Secretarias Municipais a respeito? quais ferramentas pedagógicas vão fomentar o direito a memória dos nossos estudantes? Que exemplo podemos tomar da Colômbia ou de outros nossos vizinhos?
Nossos estudantes vão crescer pensando que antigamente as casas eram coloridas como se as ruas fossem um cenário de carnaval; vão pensar que o vidro fumê ja existia no tempo colonial; que o paralelepípedo era somente uma forma geométrica; que na Cidade Velha tinha um monte de bares e restaurantes. Enfim, uma verdadeira ficção, pois nada disso tem a ver com o que dizem as leis ou com o que lembramos.
Quando será que notaremos um pouco de "vontade politica de defender nossa memória"? quando é que veremos respeitar a noemativa vigente (e devidamente regulamentada)? Por enquanto, o que notamos é o aumento de uma poluição de ações, esparsas, abusivs e contraditórias, que nada tem a ver com a prevista "salvaguarda" do que ainda temos.
PS: para quem quiser maiores informações:
http://www.iccrom.org/ifrcdn/pdf/ICCROMGuiaparaense%C3%B1arpatrimonio_COL_sp.pdf
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