segunda-feira, 6 de maio de 2013

COITADA DA CIDADE VELHA....



     Mais se fala de defesa do nosso patrimônio histórico e cultural, mais vemos avançar a ignorância das leis em vigor e o aumento de abusos de todo tipo no bairro mais antigo de Belém.

     A total falta de vigilância na maior parte do Centro Histórico leva os ‘vivos’, ou amigos de alguém que conta, a tomar posse de áreas abertas ou fechadas, de modo irregular... e ninguém vê e, consequentemente, não toma providências.

     Esse ‘ninguém’  a que me refiro, é aquele  Poder Público Municipal que tem por competência  promover , garantir e incentivar a preservação, conservação, proteção, tombamento, fiscalização, execução de obras ou serviços visando a valorização do Patrimônio Cultural do Município de Belém.

    Lembramos que quando aconteceu aquela desgraça em Santa Maria e vimos que uns orgãos públicos, aqui,  se mexeram e fecharam alguns locais que não estavam dentro das normas, pensamos que a coisa fosse melhorar, em vez, piorou.

     Os moradores da Cidade Velha notaram, depois daquele fato, a proliferação de clubes e bares clandestinos (fundo de quintal) em várias ruas.  Cadê a fiscalização da prefeitura em relação aos ALVARÁS de funcionamento???? Será que a DEMA tem conhecimento disso? Será que são atividades regularmente autorizadas?

     Este fim de semana até o Colégio do Carmo ajudou a piorar a situação. Alugou  a algumas pessoas uma área do colégio e  quem mora na Dr. Assis, na Pedro de Albuquerque e na Praça do Carmo, ficaram com o ônus dessa decisão. O barulho que eles faziam, no domingo, se juntou aquele dos outros três locais da praça...e o inferno foi total.

     Todos os moradores pediram ajuda a Policia Militar.  Notei, porém  que o viatura da PM descia a baixada do Carmo, em vez de ir para a Dr. Assis ou para a entrada do Colégio do Carmo, assim a bem pouco serviu sua passagem. Somente as 21 horas conseguimos alerta-los a respeito.

     Na arena da Praça do Carmo, skatistas,  patinadores e jogadores de cricket, completavam o panorama.  Carros com  som alto de vez em quando davam ares de vida, caso fosse necessário. As calçadas de liós, servindo de estacionamento,  suportavam o peso dos carros dos clientes desses locais que obtiveram seu alvará mesmo sem ter o previsto estacionamento exigido pela lei...

     É necessário lembrar que, durante a semana, já temos que suportar o transito exagerado além do abuso de instrumentos sonoros, quando alguns esquizofrênicos saem por aí exibindo suas  preferências culturais. Isso sem falar dos ‘educadíssimos pais de família’, que, quando vem buscar seus filhos nas escolas, abusam dos sinais acústicos, buzinando sem parar.  Daí, chega o fim de semana, e, em vez de tranquilidade, temos que aguentar os outros usuários desta área tombada.

     O ruído que ouvimos, ou seja, o som puro ou a mistura de sons com dois ou mais tons, é capaz de prejudicar a saúde, a segurança e o sossego públicos: alguém se preocupa com isso? E a trepidação que provocam nas casas antigas que o tombamento não permite mudanças?

     Além de sermos ‘guardiões’ do patrimônio histórico sem direito nem a ter garagem, ainda temos que suportar essa gente de fora que vem para abusar da nossa paciência e dos nossos direitos. É justo isso? Aquele direito que atende ao interesse público, que garante vários direitos fundamentais, dentre eles a paz social, pra quem fica?

     E hoje ainda nos  acordaram com a notícia do fechamento de mais uma ‘janela para o rio’,  aquela da Trav. Felix Rocque... Tem cabimento isso?

     Se existe um  Conselho do Patrimônio Cultural, para que serve? Como é que nem se lembram que aqui moram pessoas, que além de serem eleitores, são cidadãos que, segundo as leis vigentes, devem ser ouvidos pra assim auxiliar os governantes a fazerem seu dever.

                   PARA ONDE DEVEMOS CORRER PARA

                      CONSEGUIR  NOSSOS DIREITOS?

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