No dia 4 de maio de 2009 nos reuniremos no Colégio D. Mário (na Dr. Malcher) as 18 horas para examinar os resultados do trabalho que a CiVViva está fazendo, neste caso com a ajuda da Policia Militar, para evitar que a insegurança aumente no nosso bairro e assim melhorar a situação da Cidade Velha.
É hora de examinarmos o que tem acontecido em nossa sociedade desde há algumas décadas. Notaremos que sofremos uma lenta mudança no nosso modo de viver. O pior é
que nós acostumamos a viver em condições de insegurança, esperando que caísse do céu alguma providência. Colocamos grades em portas e janelas e sentamos a espera que algo, ou alguém, mudasse essa realidade. Nos fechamos atrás dessas grades e assim deixamos as ruas para os delinqüentes... e ficamos esperando.
Esse comportamento nada mais é que omissão, que acaba se transformando em conivência. Sem querer, desse modo ajudamos os delinqüentes, desde quando:
- depois de votar, não vamos cobrar dos nossos eleitos, providencias para o que acontece de injusto ao nosso redor;
- não denunciamos, fazendo o “boletim de ocorrência”, quando somos assaltados ou roubados, por menor que seja o valor do objeto perdido. Sem esse B.O., não aparecerá nas estatísticas e em nenhum lugar, que a violência está aumentando no bairro, consequentemente, providencias não podem ser tomadas.
Sabemos que “delinqüir”, quer dizer: cometer falta, crime ou delito. Para a lei, pequena ou grande que seja essa falta, quem a comete se torna um ”delinquente”. Palavra pesada, forte, ofensiva, mas que nos designa cada vez que, nós também, não respeitamos as leis. Seja quando, andando de bicicleta ou de carro, ignoramos o Código do Transito; seja quando compramos produtos falsificados; seja quando usufruímos de “gatos”; seja quando abrimos uma atividade sem o “alvará”; etc., etc.
Todos esses “pequenos” deslizes que nos acostumamos a fazer, ou a sofrer, não foram corrigidos pelas autoridades. Pouco a pouco isso cresceu a tal ponto que se tornou normal. Por exemplo, faz parte do nosso dia-a-dia, nos últimos anos, ouvir buzinarem nas portas dos colégios – em fila dupla ou tripla-, na hora da saída dos alunos, sem que nenhum fiscal da Ctbel tome providências; ouvir musica altíssima e não ver quem cuida da poluição sonora aparecer para tomar providencias; andar pelo meio da rua porque as calçadas estão ocupadas; e assim por diante. E isso não é justo.
Aos nossos “pequenos deslizes” devemos acrescentar aqueles ENORMES feitos por outras pessoas e que também não foram reprimidos. Porém, seja quem provoca essas situações, seja quem não toma providencias, estão, ambos, desrespeitando as leis em vigor e desse desleixo, nós também somos culpados. Sim, porque também não cobramos a quem de direito, seus deveres, suas obrigações.
Quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, reação alguma, oposição alguma, ou, alguma revolta. Mas quando abrimos os olhos e reconhecemos que a realidade mudou, e mudou para pior, algo precisamos fazer, ou ajudar a fazer.
As previsões para nosso futuro, em vez de despertar reações e medidas preventivas, não fizeram outra coisa a não ser a de preparar psicologicamente as pessoas a aceitarem algumas condições de vida decadentes, aliás, dramáticas. E isso aconteceu conosco. A maior parte de nós, quando é vitima de uma qualquer forma de violência, suporta, reclamando somente na porta de casa ou nas mesas de bar. Normalmente, não faz absolutamente nada para mudar essa realidade e, por um motivo ou por outro, também não dá nenhum apoio a quem tenta fazer algo.
Muitos de nós achamos que segurança é termos viaturas da polícia passando de cima para baixo em nosso bairro. Não dá, porém, para ter um policial em cada esquina, mas podemos ter patrulhamento ostensivo com qualidade. Então devemos encarar a questão: o efetivo policial de Belém deve pelo menos triplicar, mas, o salário deles também. Agora, quanto custa isso? É preciso apresentar a conta para a sociedade, para que possamos discutir: o que vamos ter que abrir mão pra tal? Algumas obras? Escola? Hospital? Saneamento? Porque o cobertor é curto e não adianta ficar cobrando do governo, sem sabermos do que estamos falando. A compra das bicicletas, com a ajuda de poucos moradores e de somente quatro comerciantes, nos serviu de exemplo. Todos pediam segurança, mas ajudar....!!! bem poucos se dispuseram.
O que quero dizer com isso? Que temos que aprender a ser cidadãos. De nada serve somente pretender resultados pois, nós também temos obrigações. Elas não são somente do Estado, do Município ou de uma Associação. Todos fazemos parte da Sociedade, no bem e no mal, então por que somente os outros tem obrigações? Não podemos somente pretender dos outros, quando, em muitos casos, não somos capazes ou não temos vontade de fazer nada. É necessário parar de transferir responsabilidades que são nossas também e, em vez, arregaçar as mangas e lutar, juntos, para melhorar a nossa realidade, a realidade de todos.
Qualquer política de combate à criminalidade deve levar em conta: educação, oportunidade e repressão. E a educação não é somente para os “outros”, mas para nós também. Temos, nós também, que aprender a respeitar as leis e fazer de tudo para que sejam respeitadas. É hora de deixarmos de ser sujeito (súdito) para ser cidadão (participativo). É hora de participar, agir, ajudar e aprender também. É do nosso interesse que estamos falando, e das nossas vidas que estamos cuidando.
COMPAREÇAM: O NOSSO FUTURO PODERÁ SER DIFERENTE E MUITO MELHOR
SE TODOS AJUDARMOS A CONSTRUÍ-LO
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2 comentários:
Adorei a surpresa de saber da Associação. Amo minha cidade, mesmo morando em Brasília há quase 5 anos. Acompanho os projetos do Forum Landi e fiquei ainda mais entusiasmado com a existência duma ação dos próprios moradores, pois mostra o comprometimento da sociedade com a revitalização da área. Aí as coisas tendem a acontecer mais facilmente, porque o poder público sentirá a pressão popular. Gostataria muito de partilhar algumas impressões e sugestões com vocês, além de ser informado das novidades.
Grande abraço e sucesso.
Allan
Allan, nosso email é:
civviva@gmail.com
Que bom q somos lidos até fora daqui
abs
DR
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