sexta-feira, 10 de outubro de 2025

A GRATIDÃO DA NAZICA


Contei estes dias, como nasceu a ideia de fazer um Círio em Bolonha, cidade italiana governada por comunistas, desde o  fim da Segunda Guerra Mundial. (https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2025/10/21-anos-do-cirio-em-bolonha.html)

Uma manhã em 2004, fui convidada pela consul Honorária do Brasil em Bolonha, a participar de um evento sobre o Brasil, num município situado no entorno de Bolonha. Aceitei, e após o evento, durante o almoço, sentou-se ao meu lado um senhor,  que depois descobri ser um Senador do partido de governo, Democracia Cristã.

Conversa vai, conversa vem, ele  me pergunta de onde eu era: de Belém do  Pará, respondi e ele me olhou e disse: ah! que coincidência pois estou mandando um container com ajuda para as obras da igreja de Nazaré...

Desta vez fui eu quem se admirou pois, depois da minha aposentadoria em dezembro de 2003, há meses estava a procura  de um modo de mandar minhas coisas para Belém. Aproveitei imediatamente para perguntar se tinha espaço no seu container para colocar algo da minha mudança lá dentro...

Fui tão direta ao assunto que ele riu e disse: a senhora pode ir ver o container, até agora mesmo... e chamou seu motorista entregando-lhe as chaves. Não consegui nem mais mastigar o almoço, de tanta pressa que tinha em ir olhar o interno do container...mas esperei servirem o café para depois ir ver o que me interessava.

O  container era enorme e tinha dentro um automóvel, algumas caixas e nas paredes tudo o ocorrente para uma oficina mecânica. No baú do carro, várias impressoras de  computer. Ia dar coisa a beça em cima desse carro.

Voltei, alegre da vida e perguntei ao Senador se podia fazer um patamar em cima do veículo. Ele sorriu e disse: sim, está ao seu dispor.

Não podem imaginar a minha alegria. Telefonei imediatamente a uma brasileira cujo marido sabia fazer tudo e o contratei para fazer o que precisava para concluir essa minha mudança para o Brasil.

O patamar foi feito e ali colocamos os moveis da sala, da cozinha, minhas cadeiras Thonet, austriacas, e um daqueles baús antigos, cheios de coisas para a casa, como quadros, lençoes , cortinas, enfim, deu coisa a beça e ainda sobrou lugar.

Feito isso, fechei a casa onde morava de aluguel, entreguei as chaves e voltei para Belém, toda feliz e satisfeita para esperar a chegada do navio que traria minhas coisas... o que durou uns três meses.

Tudo o que coloquei dentro, chegou na santa paz, mas as coisas que iam para a igreja, não. As impressoras, desapareceram todas, assim como algumas ferramentas que estavam na parede do container. Também não me devolveram o material usado para fazer o patamar.

Eu tinha feito uma relação de tudo que estava trazendo, desde guarda-chuvas, combinações, talheres, cristais, tudo, enfim, e fui no consulado brasileiro de Milão para que carimbassem... Avisei o pessoal do Senador que era bom fazerem o mesmo, mas não  fizeram. Como provar que faltava algo, então?

Os anos se passaram e um dia, contando para alguém como consegui trazer minhas coisas para cá,  falei que tinha feito um Círio e mostrei as fotos. Nessa ocasião  vejo a foto do Senador com a Consul seguindo a procissão.


                                                                                2004 Cirio procissão

Somente nesse momento entendi que a N. Sra. de Nazaré estava por trás dessa coincidência. Ele, o Senador, foi o  intermediário do seu agradecimento e eu nem sabia.


Ao anoitecer do dia do Círio em Bolonha, o Conde Vincenzo Amedeo Lucchese Salati,  presidente da Confraternita di San Rocco me homenageou com uma Indulgencia por ter apresentado a Nazica aos bolonheses.









Desde que descobri esse agradecimento da padroeira do Pará, todas as vezes que vou a Bolonha, lhe levo um manto novo, para a felicidade do Monsignor Stefano Ottani, vicario generale della diocesi di Bologna e parroco della Basilica que sempre me ajudou a difundir a cultura paraense.  


Passaram-se 21 anos desde que fiz esse Círio. 


Foto de 2023 com D.Stefano e Rose, a paraense que carregou a Nazica durante o Cirio. Este manto que se vê ao fundo, foi doado pela amiga Iris Rodrigues.


terça-feira, 7 de outubro de 2025

RELEMBRANDO OUTROS CÍRIOS....

   

NO TEMPO DO MEU PAI, nos anos 40/50... a festa acabava depois de quinze dias da procissão do Cirio.
Falo da animação que Felix Rocque promovia na Quinzena Nazarena, dos anos 40/50 do século XX. Ele trazia artistas de todo tipo e para todos os gostos e distribuía pelos teatros que abria nos quatros cantos do Largo de Nazaré.

1870 Largo de Nazaré





















Largo de Nazaré

Anos depois dessas fotos,  no período do Cirio, o Largo de Nazaré se enchia de barraquinhas vendendo nossas comidas típicas. Essas barracas eram dirigidas pelas famílias ricas da cidade e se misturavam com os brinquedos - cavalinhos, roda gigante, sputnik, etc- que ficavam no centro do largo.















Do lado da igreja de Nazaré tinha a Barraca da Santa, que mudava de dono diariamente. As familias ricas que não tinham ficado com uma das barracas do Largo, se revesavam durante os quinze dias naquela maior. Todos os responsáveis pelas barracas faziam convite as familias amigas, as quais, primeiro iam ao teatro (um deles) e após dar uma volta no Largo, jantavam numa das citadas barraquinhas, incluindo a chamada "barraca da santa", aquela do lado da igreja. Depois, os homens podiam, inclusive, ir provocar a sorte no Casino que ficava no Grande Hotel... também dirigido  pelo  meu pai.

Com todos os teatros que  meu pai conseguia abrir nesse período de festas, programas diferentes para sair de casa e ir ao Largo jantar,  tinha a vontade. Saindo do teatro a volta que davam no Largo, não era somente para saudar os amigos que estavam nas barracas, mas também para mostrar as roupas novas... Nessa época tinha quem fazia o enxoval do Cirio, de modo que não  tivesse que repetir seus  vestidos durante a quinzena. Lógico que isso era para uma determinada classe.


Meu pai morreu em 1958. Meu irmão Carlos Rocque ainda tentou, por uns dois anos, levar em frente essa atividade, mas preferiu continuar a ser jornalista e escritor, assim essa usança acabou.

Hoje, a semana que antecede a procissão é plena de atividades culturais. Se somam aos lançamentos de livros, peças teatrais, o Auto do Círio e o Arraial do Pavulagem.  Estes dois últimos eventos que acontecem sexta a noite e sábado depois da Romaria Fluvial -criada por Carlos Rocque - e chamam uma quantidade enorme de pessoas para a Cidade Velha e entorno. Infelizmente, sem respeitar o Código de Postura, assim a poluição corre solta. 

Infelizmente esse frenesi é ajudado por instituições várias, inclusive por estabelecimentos de ensino, que acabam esquecendo totalmente a defesa do nosso patrimônio. 

...e agora vamos falar dos problemas que geram, hoje.

Estamos falando de área tombada, onde se encontra a maior parte das igrejas mais antigas de Belém as quais deveriam ser salvaguardadas, protegidas, preservadas, conservadas, defendidas... Em  vez, durante o ano, temos uma media de cerca de cinco casamentos por semana nessas igrejas durante os quais, até pouco tempo, era de moda usar fogos de artificio como no Cirio, na hora que os noivos saiam da igreja ... Por um período de uns 3 anos isso parou, mas na Sé, ultimamente voltaram a abusar com fogos depois das 22h. Façam as contas para ver quantas noites de poluição sonora essa área tem que suportar, apesar da legislação em vigor a respeito disso...

Nessa área tombada também acontece o carnaval, a partir do dia primeiro de janeiro de cada ano e que depois da introdução de trios elétricos e abadás, a coisa só piorou. Vamos fazer as contas, novamente, de quantos dias o patrimônio sofre a agressão da poluição sonora, sem nenhum controle sério.

Para terem uma ideia, temos também as festas dos Santos, e não somente a quadra junina, mas todas as outras e o Círio também. Muitas vezes os fogos começam as seis da manhã, e os dos casamentos, até depois das 22h, além do tambores que ousam tocar até as duas da manhã. Vamos somar a quantidade de dias que o patrimônio histórico sofre esses abusos, alguns causados por aqueles que dizem defender  nossa cultura.


Na Cidade Velha, o foguetório acontece, também  em todos os órgãos onde a N. Sra. de Nazaré vem em visita. E, no meio de tanta gente culta que a recebe, ninguém pensa no dano que estão fazendo ao Patrimônio Histórico?...ao menos. Quanta incivilidade, né?

Temos, também, as manifestações não somente político-partidárias na frente da Assembleia Legislativa. Além dos pronunciamentos em alto volume, temos também musica e fogos bem barulhentos que conseguem até  derrubar os estuques do Museu do Estado -MEP, além de não dar sossego aos anciães que vivem no entorno. A legislação existente é totalmente ignorada. Quanta incivilidade, né?

No meio tempo, a prefeitura autoriza abusos incríveis na área tombada pelo Iphan, permitindo festas, inclusive de aniversário (até as 2h da manhã) e festivais, autodeclarados de "cultura". As associações de moradores do bairro, são totalmente  ignoradas, inclusive por quem se arroga o direito de  propor projetos financiador por leis culturais onde até o Código de Postura e os decibeis do CONAMA são totalmente esquecidos..... e aumenta mais a inciviidade e a prepotência.

Aliás, o mau exemplo de esquecer o art. 216.V;1, da Constituição, onde é previsto "a colaboração da comunidade" e a Lei Orgânica do Município que estabelece o "estimulo à participação da comunidade através de suas organizações representativas" ...começa nos órgãos municipais que, como se constata, não os aplica.

IGNORAM, JUNTAMENTE COM OS OUTROS FINANCIADORES, OS DANOS QUE, NÃO SOMENTE A POLUIÇÃO SONORA CAUSA AO NOSSO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E AS PESSOAS, MAS TAMBÉM A DESEDUCAÇÃO DA CIDADANIA, ao não aplicarem as leis em vigor.

Um balanço desses danos, ninguém faz... nem dos pássaros, cães, gatos e outros animais que se unem aos humanos que sofrem essa agressão sonora juntamente com os prédios tombados.

O desconhecimento do sentido de palavras quais; salvaguarda, defesa, proteção e do termo Forum, levam a pensar em má fé, em esperteza, astúcia, malandragem,  ou será só superficialidade,  mesmo, ao ignorá-los? Mas, um ou outro motivo que seja, danos, vão causando no meio tampo.

Tem razão Otto Lara Rezende quando diz: De tanto ver, a gente banaliza o olhar - vê... não vendo. ... o que acontece ao patrimônio durante o ano inteiro.


PS: A LEGISLAÇÃO COMPLETA A RESPEITO DA POLUIÇAO SONORA é no âmbito Federal: Art. 225. Da Constituição Federal, Lei n. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, o Decreto n. 99.274/90, que regulamenta a Lei n. 6.938/81, a Resolução  do CONAMA n. 01, que estabelece critérios e padrões para emissão de ruídos em decorrências de quaisquer atividades industriais, Resolução n. 02, que instituição o Programa Nacional de Educação e Controle de Poluição Sonora-Silencio, e as Normas Técnicas de na. 10.151 E 10.152 da Associação Brasileira de Normas Técnicas -ABNT

PS2 :- https://civviva-cidadevelha-cidadeviva.blogspot.com/2017/09/as-mudancas-no-cirio.html

PS 3 LABORATORIO DE DEMOCRACIA URBANA “Cidade Velha-Cidade Viva”: A SEMANA DO CIRIO..


Dulce Rosa de Bacelar Rocque (uma "cabana" que mora no pedaço...).

sábado, 4 de outubro de 2025

QUEM NOS DEFENDE?


Em setembro de 2016 iniciamos uma Campanha de Educação Patrimonial para Salvaguardar a Cidade Velha. Tal campanha era constituída de uns vinte banners sobre os problemas da área tombada da CIDADE VELHA. Os moradores apoiaram, colocando os baners nas suas janelas...




Passaram-se, praticamente dez anos  e os problema só aumentaram. O entra e sai de políticos de partidos vários, bem pouco ajudou a melhorar essa situação. O prefeito Zenaldo, bem que tentou melhorar, com a ajuda do  PAC DAS CIDADES HISTÓRICAS algumas praças de Belém, mas isso durou bem pouco pois a  falta de vigilância fez desparecer, não somente todos  os  balizadores colocados, mais a  fiação elétrica (enterrada), lâmpadas, plantas, tudo enfim, nas 4 praças.

A ignorância das leis em vigor so  aumentou. Parece até provocação, a quantidade de eventos autorizados em frente a igrejas (tombadas, inclusive), quando o art. 81 do Código de Postura, prevê uma distancia de 200m de escolas, hospitais, igrejas, etc. para defender a tranquilidade da população... Em vez ficam batendo tambor ou fazendo outros ruídos   (art.80) até as duas horas da manhã. 




A falta de noção de civilidade e de bom senso dos promotores desses eventos na área tombada, e também dos agentes públicos que autorizam, em flagrante desobediência à legislação vigente,  é visível e, sabe-se lá, com quais motivações... Não queremos insinuar problemas relativos a improbidade administrativa, mas qual seria o motivo que leva os funcionários públicos para tanta irracionalidade e inoorancia das normas em vigor??

O que estamos vendo ultimamente?  Uma tentativa de distrair a massa alienada, abusando da poluição sonora, incomodando e prejudicando a saúde de idosos, autistas, doentes, além da fauna urbana; além de danificar edificações históricas devido as intensas vibrações.

O gasto de considerável soma de recursos públicos em propagandas institucionais ufanistas e enganosas, mostrando obras pontuais decididas sem qualquer participação da sociedade civil, com total falta de transparência, e, muitas vezes inauguradas antes de serem terminadas, so aumentam.


O controle da poluição sonora é algo desconhecido... Uma lei que aumentava para 70 os decibeis que deviam ser 50, foi declarada inconstitucional, mas continuaram a fingir que nada tinha mudado. E os danos a saude de pessoas e animais e as propriedades privadas, resultantes de tanta trepidação quem paga? Enfim, quem deve aplicar o Código de Postura? Tem gente recebendo ordenado, indevidamente.

 Que modo de governar é esse? Aqui damos algumas sugestões de  leitura...

https://laboratoriodemocraciaurbana.blogspot.com/2025/10/para-governar-democraticamente.html

 

sábado, 27 de setembro de 2025

EXEMPLO DE INCIVILIDADE



A Praça do Carmo amanheceu assim, depois do evento, autorizado pela Prefeitura, em área tombada, em frente a uma igreja do Landi construida, a moda antiga, em meados de 1700... onde o Código de Postura prevê uma distancia de ao menos 200m. por contrário à tranquiidade pública"









Desde quinta feira dia 25/09 que viamos chegarem os "carros " que vendem cerveja em tais ocasiões  e que começavam a se posicionar no entorno da praça e nas ruas adjacentes. Por exemplo, aqui na Joaquim Távora...

Os moradores procuravam "cones" para sinalizar suas áreas de estacionamento,  pois  ao meio dia  da  vespera  do evento as ruas ja estavam ficando lotadas.

As 19h do dia 26/09 tivemos o brado retumbante do inicio da incivilidade. Dentro dos 70 decibeis, não indicados em tal local como oportuno pelas normas em vigor, convidaram o povo presente a "gritar", e assim aconteceu.

Festejavam o aniversário de uma banda, ignaros dos danos que estavam produzindo, com tanto de autorização,  ao patrimônio histórico. A praça do Carmo estava lotada de gente ansiosa para se divertir, como se tivessem na arena do Coliseu,  dois mil anos atrás, quando ainda não existia em Roma o Código de Postura, mas ao menos, tinham um lugar digno para tais eventos de massa. 

Não é o caso da nossa  Praça do Carmo, tombada pelo PHAN, pouco mais de dez anos atrás, para salvaguardar nossa memória histórica. Será que nenhum orgão entre os que devem cuidar da defesa do nosso patrimônio histórico foi solicitdo a colaborar nessa decisão lembrando de aplicar as leis?

De nada serviu o Ministério  Público enviar ao gabinete do Prefeito uma nota pedindo que fossem adotadas as medidas necessárias à fiscalização do cumprimento das normas ambientais vigentes e do Código de Postura do Municipio. O mau exemplo que tinhamos era evidente... A gritaria se sucedia a cada pedido do speaker que incentivava essa incivilidade, cheio de orgulho!!! A poluição sonora estava longe do que propõe o CONAMA.

O povo continuava a chegar, feliz da vida, para participar inclusive com berros, dessa demonstração de derespeito as leis. Os apresentadores continuavam a elencar o nome de quem tinha decidido apoiar tal exemplo de incivilidade: Fundação Cultural do Pará, a Equatorial, a Coca Cola, a loja Preço Baixo, a Marmobraz abriam a lista onde nomes como Cassio Andrade e outros politicos, também faziam parte.

O espetaculo em si, não era ruim. Músicas boas se ouviam, o que era péssimo, era o local escolhido; era o desrespeito de toda as normas vigentes em Belém, para defender nosso patrimônio histórico... e a tranquilidade da população. 

Em frente a igreja do Carmo a situação era essa...

exemplo dado usando uma área tombada demonstrava apenas o desrespeito pelo nosso sistema de governo que tenta salvguardar nosso patrimonio. Deploravel o desrespeito das leis e a poluição sonora em área tombada. Péssimo exemplo e total falta de civilidade...

Nem parecia que estavamos numa democracia,  ignorando o que prevê para tais ocasiões, o arcabouço de leis que deveria reger nossa cidade... e que a prefeitura ignorou dando  esse exemplo execravel, inclusive, de desrespeito pelo próximo, o cidadão.

A porta das casas ficaram inacessiveis... Entrar nas garagens das ruas do entorno da praça, era impossivel... e isso até as duas da manhã.




Sem algum impedimento as duas horas da manhã ainda se ouviam as músicas e os apelos desesperados do speaker ...de fazer barulho. Ninguem se preocupou se alguem queria dormir e se  a trepidação que provocavam fazia bem aos   prédios do entorno.

UM VERDADEIRO EXEMPLO DE INCIVILIDADE...
e pensar que o patrimônio histórico é algo físico do passado que foi preservado para as gerações futuras... e elas não querem nem saber.

Por outro lado...quem aplica sanções (que imaginamos existir) para  aquelas pessoas que favorecem esses fatos abusivos citados acima que, ao longo de experiências de tal tipo,  só deixam sinais negativos no nosso patrimônio, além do mau exemplo dado aos mais jovens.

O Cirio se aproxima...será que o Auto do Cirio repetirá os abusos de sempre?

No fim das contas, para que servem estes orgãos que ignoram as leis? ...e estes outros?

Coordenação Tecnica do IPHAN-PA .
Coordenadoria de Valorização da Cidadania CVC/EGPA ,
Coordenação de Educação Patrimonial do iphan.gov.br.




sábado, 20 de setembro de 2025

VOCE SABIA QUANTO NOS DEVE A VALE?

 

... não para a Cidade Velha, mas para o Brasil inteiro...?

 

Esperei a beça que, antes do dia do espetáculo naquela, estilizada, vitoria regia de ferro, alguém levantasse os problemas que a Vale do Rio Doce tem com a nação brasileira... e que virasse uma bola de neve. Mas que nada!!! Tudo aconteceu placidamente...

O “espetáculo” foi construído próprio este ano de 2025, quando “a Vale se comprometeu a repassar R$ 17 bilhões à União, em partes para revisão de ativos ferroviários e novos projetos.” 

Em outubro de 2024, a Vale anunciou um acordo com autoridades, com valor definitivo de R$ 170 bilhões, referente a danos causados pela tragédia de Mariana, segundo a CNN Brasil

Isso lemos na internet. Mas, já começou a fazer o que prometeu? A imprensa bem que podia ter alardeado isso... seja a favor da informação, que contra...

Lemos também que até “o Presidente Lula criticou a empresa por "enrolar" no pagamento de reparações de desastres como Mariana e Brumadinho, que ele considera uma dívida com as vítimas e a sociedade.

É, porque, sempre segundo a internet “ainda deve à União, pelo menos R$ 3,84 bilhões em royalties de mineração, que a empresa contesta judicialmente.So para o Pará, em novembro de 2021 a  Vale devia mais de R$ 1,7 bilhão. Ja saldou esses débitos?

Todavia, do mesmo jeito ela gastou, estupidamente, alguns milhões dos que ganha aqui na nossa terra... em troca de que?  E ainda trouxe gente de fora para ver o opróbio; para ver como tem condições de humilhar a nação, descaradamente.

Resulta que "o governo federal já fez quase 30 programas de refinanciamento fiscal apenas nos últimos 20 anos, oferecendo descontos gigantescos e prazos longos. Em suma: não pagar o que se deve é um ótimo negócio." Lemos na internet.

Qual é o resultado desse comportamento?  É que o não recolhimento de tributos serve para reduzir o custo de produção e aumentar a margem de lucro, ... para gastarem numa vitoria regia de metal, na Amazônia.???

A Vale tem mesmo dinheiro para jogar fora...e é esse dinheiro que a Amazonia precisava, não a sonoridade daquele bonito  cabo de vassoura de 1,75m que cantava contra vontade, no meio dum nosso 'furo', apelidado de rio Guamá...

Nos tratam como uns BABACAS: 

apalermados e subservientes...


    QUEM CONTROLA ESSAS GIGANTES QUE, 

COMO A ALUNORTE, NORUEGUESA, NEGAM AS

 CONTAMINAÇÕES NA AMAZONIA ???


... e o que fazem nossos senadores e deputados nesse meio tempo? 



domingo, 14 de setembro de 2025

ACESSIBILIDADE E POLUIÇÕES EM BELÉM

    (segundo  a terceira idade... são direitos, não opções)

DIA 21 DE SETEMBRO  É DIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 

♿
🔹 Inclusão é direito, não favor
🔹 Acessibilidade é respeito, não opção
🔹 Educação é caminho, não barreira
🔹 Representatividade é voz, não silêncio

✨ Prefeituras, Empresas, Escolas, Vereadores:
O futuro é inclusivo. Vamos construí-lo juntos!

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), idosos são os indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, em países desenvolvidos, e 60 anos ou mais em países subdesenvolvidos. No Brasil, a população acima de 60 anos, em 2021, representava cerca de 14,7%, ou seja, 31,23 milhões de pessoas. 

Com a conquista do aumento da longevidade pela população, certamente o censo demográfico realizado neste ano mostrará uma nova realidade, com significativo aumento deste percentual. 

Não sabemos quantos são os anciãos no Pará, mas sabemos que o corpo muda com o passar dos anos, enfraquece, perde densidade óssea, que pode levar à osteoporose; as células vão se degenerando e ele vai perdendo parte das funções, inclusive motoras. Levando em consideração essa realidade, criamos  um grupo na Cidade Velha, chamando-o de Joelhos de Cristal, pois foi formado num local onde senhoras do bairro praticam Pilates.

Na primeira oportunidade fomos festejar essa fundação, indo assistir um espetáculo no Theatro da Paz. Chegamos as 18h30, e ficamos na fila esperando a abertura da bilheteria, as 19h.., em pé. 

O trabalho dos bilheteiros é feito manualmente: pedem nossa carteira de identidade e copiam os dados necessários num formulário, e depois, anotam o que interessa, no ingresso. 

Seria conveniente saber que uso fazem dessas anotações, porque mais da metade dos trinta e poucos cidadãos que tem direito a esse acesso gratuito, e frequentam com regularidade os eventos do teatro, inclusive os eventos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e da Amazônia Jazz Ban (AJB) vêem se repetir essa coleta de dados, todas as vezes.

Este é o número de bilhetes que usei estes ultimos 3  ou 4 anos frequentando nosso teatro:

Utilizar uma cópia dessa relação já ajudaria a diminuir o tempo de espera... visto que mais ou menos somos sempre os mesmos...Daí esses anciãos que precisam retirar pessoalmente o ingresso ficam esperando, sempre em  pé, a abertura do teatro..., o que não é possível para pessoas que  têm certas  comorbidades, mas que têm o direito de acesso aos pontos e eventos culturais da cidade, mas que acabam sendo excluídos. 

Daí começam outros problemas: a acessibilidade. A escadaria, linda, já amedronta as pessoas da terceira idade, mas podem ter acesso a platéia (onde ficam os lugares reservados às pessoas com direito à prioridade) por três outras escadas de, ao menos, uns cinco degraus, cada uma...!!!

E quem depende de cadeira de rodas? Fica sem acesso ao teatro, pois nunca descobrimos um modo de ... chegar ao palco, nem onde fica o elevador. Não encontramos indicações a esse respeito. 

Daí, decidem de mudar o horário de retirada dos bilhetes..., esquecendo o vai-e-vem incômodo que provocam a essas pessoas idosas, o que pode lhes impedir de usufruir do direito que todos têm de acesso a pontos de eventos culturais, pois devem retirar pessoalmente os ingressos.

O teatro não é o único local que, na prática, impede quem tem algum problema de locomoção. Os bares e restaurantes também são proibitivos para pessoas idosas ou com locomoção limitada, o que é uma situação injusta, e até, passível de ser considerada ilegal.

As calçadas também são um perigo. Cada vez que recapeiam as ruas, sobem de ao menos uns dez centímetros a altura do leito da estrada, com camadas superpostas de asfalto. É vergonhosa a altura do asfalto na frente da Casa da Beira, no Ver-o-Peso, e os vários degraus que atravessam as calçadas da área tombada da Cidade Velha. 



















Para evitar que a água da chuva invada as lojas quando chove, os proprietárjos cobriram com cimento as pedras de liós, para evitar alagamentos nas lojas... e assim nascem esses degraus, naa Dr.Assis, por exemplo.

Então, as garagens abertas no andar térreo dos casarões da área tombada, se agregam aos problemas de acessibilidade, inclusive a estreiteza das calçadas, agora ocupadas, também por postes que ocupam quase toda a largura da calçada; além de venda de comida e mercadorias de lojas, e materiais de trabalhos/consertos de motores de barcos ou bicicletas..., proibindo assim, o uso de cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê…



a









Daí, passamos a poluição sonora, descumprindo todas as normas em vigor a respeito de salvaguarda de igrejas, colégios, hospitais, etc. 24 horas por dia, vemos e ouvimos os abusos, autorizados, por funcionários que desprezam as leis ditadas pela democracia. É desse modo que quem nos governa tem o  intuito de civilizar os cidadãos? Se conversassem conosco, cidadãos, iriam descobrir o que queremos e precisamos realmente... fora essas domingueiras.

Quem avalia a conduta desses funcionários que violam as leis, autorizando o que não devem? Por acaso são obrigados por alguem a se comportar assim? E os decibelímetros a que servem? Será que temos algum que funciona? A DEMA e o DPA os usam? Quando?  Nunca os vimos na CIDADE VELHA nem em lugares onde o Arraial do Pavulagem e o Auto  do Cirio,  dão lições de incivilidade.

Seria oportuno atualizar a luta contra a poluição sonora, começando com a instrução de quem ganha um ordenado para cuidar disso. Defenderíam nosso patrimônio histórico e os cidadãos, apenas respeitando os artigos de leis do Código de Posturas..., o que não vemos acontecer.

O lixo que atrapalha o uso de calçadas, também é uma vergonha...e a área tombada pelo IPHAN, e que ficou fora das melhorias para a COP30,  demonstra como interessa a salvaguarda, defesa e proteção do nosso patrimônio... e dos cidadãos.

Somente autorizar festa em praças e pelas ruas desrespeitando as leis, deseduca mais ainda nosso povo. POR QUE NÃO FAZER CAMPANHAS EDUCATIVAS, incluindo os funcionários públicos, ao menos para alguns dos motivos acima citados... ou continuarão  permitindo isso durante a COP30? 

Será que não podem cuidar desses problemas antes de novembro? Muitos funcionários públicos e professores univeersitários deveriam ir estudar as leis, para aplicá-las... ou estão obedecendo ordens contrárias?

Em 1° de outubro, é comemorado o Dia Internacional da Pessoa Idosa, uma data em que devemos reverenciar todos aqueles que chegaram à terceira idade, e contribuíram de uma forma ou de outra para a construção de uma sociedade civilizada. Também é um dia para conscientizar sobre as necessidades deste público, e das questões que afetam os idosos, destacando-se a necessidade de serem tratados com respeito, proteção, e cuidados. 

São direitos que defendemos... e insistimos, apesar das autorizações dadas ao Arraial do Pavulagem e ao Auto do Cirio, que não dão nenhuma atenção ao que dizem as leis, ajudndo assiu a deseducar o povo.

Não se melhora a autoestima das pessoas, ignorando essa realidade..., nem se prepara a cidade para a COP30, esquecendo os direitos de grande parte dos cidadãos.