domingo, 2 de outubro de 2011

RUTH RENDEIRO, OBRIGADA

O paraense que mora em outro Estado, EM OUTUBRO, sente de longe o cheiro da maniçoba, do tucupi, o cheido de PARÁ e vai lembrando de coisas daqui.

Agradecemos a Ruth por dividir conosco suas recordações.

Recebemos e publicamos:

De Ribeirão Preto – SP, RUTH RENDEIRO, Jornalista, sentindo esse cheiro de PARÁ fervendo, resolveu escrever um pouco de sua história, de nossa história e de tantos papa-chibé que estão espalhados por esse mundão. Vejam o que ela nos canta.

PARA OS QUE QUEREM DIVIDIR MEU PARÁ

(Agradecimento ao Raimundo Mário Sobral, que no seu dicionário Papachibé me ajudou a recordar muitas expressões e ao Mauro Magalhães que leu e incrementou mais o texto).

Sou da terra onde a Lobrás se chamava 4 e 4 e se ia lá pra comprar fechoeclair e trocar aquele que escangalhou na velha calça que fica no redengue. No rumo da Presidente Vargas uma parada para... a merenda no Jangadeiro:garapa e pastel eram os meus preferidos, mesmo que eu me sentisse depois empanturrada, com vontade de bardear dentro do ônibus Aero Clube. Às vezes o piriri era inevitável. Mal dava tempo de chegar em casa.

Ahh a minha casa... Morei anos e anos na Baixa da Conselheiro e um dos meus divertimentos preferidos era pegar água na cacimba da Gentil. Sempre fui meio alesada e deixava boa parte da água pelo caminho. O balde chegava quase sem nada, motivo pra ouvir da minha avó: não te brigo nem te falo, só te olho.

Na minha terra não se empina pipa, mas papagaio, curica e cangula, sempre olhando pra ver se eles não estão no leso e nunca deixando a linha emboletar. Depois do laço, a comemoração, maior ainda se cortou e aparou. Se perdeu a frase inevitável: laufoiele. Era um segurando o brinquedo artesanal feito de qualquer papel, enquanto o outro gritava de longe: larga ! E o empinador sai correndo. Não gostava dessa função, sempre me abostava e os meninos eram implacáveis: cheira lambão, a velha caiu no chão e depois ainda me arremedavam...

Peteca ou fura-fura eram mais compatíveis com a minha leseira. Um triângulo desenhado no chão e dentro dele as pequenas bolinhas de vidro. Tirou de lá, ganhou a que saiu ou quem conseguia o tel. No fura-fura era essencial amolar bem a ponta do arame e sair jogando, emendando um ponto a outro sem nunca deixar que o adversário nos cercasse.

Lá na minha terra peixe não fede, tem pitiú e quem não toma banho direito tem piché. Gostamos de ser chamados de papa-chibé, aquele que adora uma farinha e que faz miséria com ela. Manga com farinha, doce de cupuaçu com farinha, sopa com farinha, macarrão com farinha. Um caribé bem quente, ralinho serve pra dar sustança ao doente e um chibé é excelente com peixe fritinho. Farinha só é ruim quando dizem: ihhh ta mais aparpada que farinha de feira !

O pirão do açaí é quase um ritual... Pode-se usar farinha d’água baguda ou mesmo a fina amarela, mas nada melhor que uma farinha de tapioca bem torradinha. Depois de tomar uma cuia bem cheia (meio litro em diante), daquele um, tipo papa é inevitável deixar a mesa todo breado e empanturrado. A barriga por acolá de tão cheia. Hora de ir para rede reparadora. Uma hora de momó é suficiente pra curar aquele despombalecimento.

A gastronomia na minha terra é tudo de bom. Se não tem pão comemos tapioquinha com manteiga ou pupunha no café, quem sabe até um bolo de milho recém-saído do forno com uma manteiga por cima da fatia, derretendo. O pão pequeno é careca e o curau, canjica e a canjica, mingau de milho. Tem gente que não gosta e ficava encarnando que esses pratos não são típicos. Preferem uma unha com bem pimenta ou um beijo de moça bem torradinho.

Na minha infância o doce que mais consumíamos, em frente ao Grupo era o quebra-queixo. De amendoim ou de gergelim. O risco era ele cair na panela que sempre havia na boca da molecada. A dor era insuportável! Muitas vezes voltei pra casa correndo, debaixo de chuva pra colocar álcool no dente, adormecer até a panela parar de doer. – Vai na chuva mesmo? – Claro não sou beiju !

Nossa Senhora de Nazaré, pela intimidade que temos com Ela, pode ser chamada carinhosamente de Naza e a erisipela de izipla. Cabelos grossos e cortados curtos viram espeta caju e quem pede muito é pirangueiro, filho de pipira. É proibido malinar, andar fedorento, ser um pirento inconveniente, desses que arrancam o cascão.

Embora politicamente incorreto, adoro lembrar o “carro da phebo” passando e os lixeiros invocados tendo que ouvir esses gracejos.

Quantas vezes ouvi da minha avó, da minha mãe: - So te digo vai ! ou de uma amiga pedindo para que a gente se demorasse mais um pouco: - Espere o vinho de cupu. E o calendário paraense que além do ontem tem o dontonte e o tresontonte ?

Nos orgulhamos de falar tu e conjugá-lo corretamente, mas quem nunca ouviu essa frase? – Passasse por mim me olhasse, fizesse que nem me visse, nem falasse.

Esse é o meu Pará que querem dividir. Retalhar não só o território, mas as falas, as tradições, a cultura, a sua História. Minha terra correndo o risco de não ser esse colo materno único, ímpar, que acolhe, que abriga da chuva, que nos enche de orgulho de ser não apenas Belém, mas Alter do Chão, Bragança, Soure, Altamira, Conceição do Araguaia, Ourém, Alenquer, Curucá ...

Talvez os que acreditam que a divisão é o melhor tenham batido na mãe, comido manga com febre e não entendido a metade do que está escrito aqui !

(RUTH RENDEIRO)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Um verso para Landi


RECEBEMOS E PUBLICAMOS

ANTÔNIO JOSÉ LANDI

Da Bolonha para o Brasil,
Veio para a Expedição,
Arquiteto e desenhador hábil,
Contribuir na fundação.

Suas obras se misturam,
Entre o Barroco e o Neoclássico,
Em Belém ainda perduram,
Fazendo a história do espaço.

Como obras memoráveis,
São João, Mercês e Sé,
Patrimônios formidáveis,
Que enriquecem a fé.

Se o projeto realizou,
A então Belém portuguesa,
Correndo aprovou,
Conferindo singela beleza.

Sendo sempre interrompidas,
As obras da Catedral,
O Landi tomou a partida,
E logo chegou ao final.

Na Belém Barroca,
O Landi fez a história,
Toda gratidão é pouca,
A quem nos deu memória.

Muito foi abandonado,
Ficando as obras ao descaso,
O pensamento tem mudado,
Por conta de um turismo ao acaso.

Ressentida pelo abandono,
Está a Igreja do Carmo,
E como ela a Capela Pombo,
E como fica o Tombo no caso?

Da cúpula octogonal,
De o frontão triangular,
O pináculo piramidal,
Que vieram para ficar.

E na história com tantas riquezas
O que resta é agradecer,
Ao homem que nos deu as belezas,
Que hoje podemos ver.


(Autor: Patrícia Ventura).
Livro: Frases, Versos e Poesias...Um brinde à vida. À venda na livraria Rosa dos Ventos ao lado da Panf. Hollywood na Almirante Barroso.

OBRIGADA PATRICIA

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

DE QUE MODO O CIDADÃO PODE CONTRIBUIR PARA A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ?

(http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=PreservTomb&file=perguntas)

A Constituição Federal é clara, chamando a atenção para o papel da comunidade junto ao poder público, conforme Art. 216, V, § 1º: " O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro(...)".
Portanto, qualquer cidadão tem o direito de solicitar o tombamento e outras formas de proteção dos bens que considere de valor histórico, artístico, arquitetônico, ambiental ou afetivo para a sua cidade: casas, monumentos, áreas, ruas, praças, bairros, áreas verdes, etc., cabendo aos órgãos técnicos a apreciação dos pedidos e o desenvolvimento dos estudos necessários.
E mais, em seu art. 5º inciso LXXIII, a Constituição também nos diz que: "qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência".
Além disso, a Lei nº 7.347, de 24 de julho de1985, que disciplina a ação civil pública, dispõe no seu artigo 6º: " Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção".
E, mais que isso, a mesma lei permite que instituições, governamentais ou não, e associações comunitárias proponham a ação civil pública, visando à punição dos responsáveis pelos atos lesivos ao patrimônio cultural e natural, cabendo inclusive a exigência de reparação dos danos causados.
Mas, de um modo geral, qualquer atitude de respeito para com a coletividade e para com a cidade traz em si um valor positivo que, sem dúvida, ajuda a preservar o que há de melhor no lugar em que se vive:
Não depredar monumentos nem equipamentos urbanos; não jogar lixo nas ruas; denunciar ocupações em áreas de proteção ambiental ou de risco, ou quaisquer outros danos à natureza e ao espaço urbano; protestar contra construções ou intervenções que interfiram no equilíbrio da paisagem; não desmatar sem autorização dos órgãos públicos.
Essas são algumas sugestões às quais poderiam se somar muitas outras, compondo uma longa lista. Sobretudo, é preciso ter sempre em mente que cada cidadão pode contribuir mais do que imagina para a preservação do patrimônio cultural coletivo e para a conservação e melhoria do espaço onde trabalha e mora, e que as leis dependem do respeito e da vigilância de todos nós para serem cumpridas.

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Depois de ter seguido essas sugestões descobrimos, com pesar, que, bem poucas vezes se tem um resultado idoneo.

domingo, 25 de setembro de 2011

Bienal do Espaço Público

Realizou-se em Roma no mês de maio passado a Bienal do Espaço Público. A intenção era abrir o debate e construir no tempo um observatório permanente sobre as condições de saude do espaço publico.

Essa Bienal foi promovida por um Instituto da região Lazio, pela Universidade de Roma Tres, a Casa dell’Architettura, a Cornell University, e muitas outras organizações mesmo não academicas.
Os temas enfrentados e a participação de mais de 1.000 pessoas, demonstraram o grande interesse que se estabeleceu entre estudiosos e leigos, sobre o argumento.

Emergiu a relevância do litoral, onde o espaço público assume uma dupla face. A requalificação do “ waterfront urbano” e sua regulamentação resultou atualíssima.

A relação publico/privado no uso do waterfront urbano e praias agredidos pela crescente categoria de construtores bem pouco sensíveis a tutela do ambiente e aos direitos de uso coletivo de um bem comum como as áreas ribeirinhas, também foi debatido intensamente e sem demagogia.

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A bienal não era reservada somente a Expert. Foi exatamente isso que qualificou mais ainda o debate: os problemas de quem mora numa determinada área foram debatidos com quem os estuda.

A minha preocupação permanente é exatamente a ocupação abusiva, desordenada, sem critérios, etc. que vejo acontecer aqui. Me pergunto: em que condições de saúde está o nosso espaço público?

Vejo o nosso 'waterfront urbano' jogado as baratas; cada um faz o que quer no território e Deus o livre ir proibir, ir se meter ou tentar melhorar... Barraquinhas nascem diariamente na Praça do Carmo; o jogo de bola continua quebrando carros e ninguem tem coragem de fazer algo; os carros estacionados nas calçadas; bicicletas na contramão; a baixada do Carmo foi até tombada...

Aqui o "espaço publico" é de alguns, somente... alias, daqueles, muitos, que nem sabem o que quer dizer a palavra “público”, e os outros que se danem.


Dulce Rosa Rocque

sábado, 24 de setembro de 2011

UMA CARTA ATUALISSIMA

Em 2007, preocupados com a insegurança na Cidade Velha, pedimos "socorro" as autoridades de então, enviando um abaixo assinado.

Nestes ultimos dias a insegurança no bairro voltou a nos preocupar. Infelizmente, isso não resulta oficialmente pois, sabe la por qual motivo, bem poucas pessoas fazem o Boletim de Ocorrência, o que falseia a real situação de nossas ruas. Os esforços de quem cuida da nossa segurança não resultam suficientes, talvez a causa do inadequado aumento do numero de policiais destinados a esse fim.

Pela atualidade da nota resolvemos publica-la. Vale para os atuais governantes. Alias, alguns ainda são os mesmos de então.

Boa leitura.

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Exma. Sra.
Ana Julia Carepa
D.D. Governadora do Estado do Pará

- Exmo. Sr.

Dulciomar Costa

D.D. Prefeito de Belém

-Exmo. Dr.
Geraldo de Mendonça Rocha

D.D. Procurador Geral do

Ministério Publico do Estado do Pará

- Exmo. Sr.

Luis Carlos Ruffeil

M.D.Comandante Geral daPolicia Militar do Estado

- Exma. Sra.

Ângela Sales

M.D. Presidente da

Ordem dos Advogados do Brasil

Seção Pará

-Exma. Sra.

Ellen Margareth da Rocha

M.D.Comandante da

Guarda Municipal de Belém


Prezados Senhores e Senhoras

Com a presente, moradores, comerciantes, estudantes, religiosos e demais usuários do bairro da Cidade Velha, vem muito gentilmente solicitar a atenção de Vs. Sas, relativamente ao aumento da violência no bairro mais antigo da cidade de Belém.

Devemos dizer, inicialmente, que após a criação das duas policias especiais - Rotam e Rocam - com a finalidade de reforçar o combate ao crime organizado, aumentou o patrulhamento motorizado diurno, do bairro. De fato, cada duas/três horas, automóveis com policiais passam por algumas ruas da Cidade Velha.

Isso, infelizmente, porém, não levou a redução da delinqüência (entendendo por “delinqüir” toda infração às leis, falta, crime ou delito, com ou sem arma) o que se está verificando na verdade é uma redução das denuncias. Desiludidos, depois de vários assaltos sem ver solução, a maior parte dos cidadãos de bem, não procura mais as delegacias para “dar parte”, o que leva a falsear as estatísticas.

Além do mais, temos a impressão que o crescimento populacional nos últimos anos não teve adequada correspondência no aumento do numero de policiais e guardas destinados à nossa segurança. Neste caso pensamos que não somente os cidadãos, mas os policiais também devam ter seus direitos garantidos, tais como salários compatíveis com o perigo no enfrentamento dos delinqüentes, compreensão por parte das autoridades ou Comissões ligadas aos Direitos Humanos, no que tange a real situação de vida destes policias, a lhes garantir, dentro da legalidade, respeito e autoridade de agentes protetores da sociedade.

Assim sendo, preocupados por tanta insegurança, anexo a esta, enviamos cerca de 3.000 (três mil) assinaturas recolhidas de casa em casa, de loja em loja, nos colégios e bares da parte histórica da Cidade Velha. Todos, sem exceção, tinham um ou mais casos para contar; todos pedem ajuda; todos querem segurança; todos gostariam que, o bairro que deu origem a nossa cidade, tivesse a atenção que merece.

Das 18 horas até as 7,30 da manhã é impossível, não somente aguardar a chegada dos ônibus nas paradas, mas também andar por qualquer rua do bairro. Nesse horário se multiplicam os assaltos. A partir do meio dia de sábado, com o fechamento das lojas comerciais e a diminuição do trafego de ônibus, caminhões, etc., as ruas ficam a mercê de quem entende delinqüir. As praças perderam seu uso tradicional, viraram campo de futebol. O medo de sair de casa, é um fato concreto. O aparente sossego presente nas ruas vem a demonstrar o receio do morador de sair de sua residência por pavor do que possa acontecer. É justo viver nessas condições?

Somos conscientes que a violência não acontece somente na Cidade Velha. Aqui, como em outros bairros, as necessidades são iguais. Em vez de diminuir, alias, aumenta o clamor por uma maior atenção no campo da segurança pública, em toda a cidade.

Gostaríamos que as Vossas atenções se dirigissem, portanto, para o que os cidadãos pedem. No nosso caso, durante a coleta de assinaturas, duas sugestões foram dadas: a volta do PM Box para a Praça do Carmo e guardas ou policiais pelas ruas, 24 horas por dia. Somos três mil cidadãos a pedir isso, e pensamos ter todo direito.

Certos de podermos contar com a compreensão e providência de Vs. Excias, agradecemos,

Cordialmente.

Assinado por:

Pe. José Gonçalo Vieira (Cura da Sé)

Pe. Genaro Tesauro (Diretor Colégio do Carmo)

Dulce Rosa Rocque (Pres. CiVViva)

Flavio Nassar (Fórum Landi)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mercado Bolonha perde a beleza das pedras de lioz

Relativamente a noticia publicada neste blog, o jornal O Liberal publicou a nota abaixo

REFORMA

Obra está retirando as pedras portuguesas, Prefeitura diz que vão para outro local.

Os trabalhadores do entorno do Mercado Bolonha, no Ver-o-Peso, reclamam da retirada das pedras de lioz, conhecidas como portuguesas, que formavam a calçada do local. As pedras são consideradas patrimônio cultural e, assim como prédios e outras construções, protegidas pela lei municipal de número 7.709/1994. No entanto, como parte da reforma do mercado, elas foram substituídas por pedras do tipo cariri, consideradas de qualidade inferior, e o material retirado foi acumulado nas calçadas, o que dificulta o trânsito de pedestres.

O comerciante Raimundo Veloso, 80 anos, é proprietário de uma casa comercial instalada no Mercado. No entanto, em função da reforma no local, que já dura quatro anos, seu estabelecimento passou a ser localizado na via lateral. Há 40 anos trabalhando na área, o comerciante explica que as pedras portuguesas começaram a ser retiradas aproximadamente há duas semanas. O motivo seria o fato da calçada se tornar escorregadia durante as chuvas, causando inúmeros acidentes com pedestres. "O piso de fato ficava liso, mas não concordo com a retirada. As pedras portuguesas já existiam muito antes de eu vir trabalhar aqui e fazem parte do nosso patrimônio cultural, da nossa história", defende.

Raimundo diz que as rochas foram substituídas por outras do tipo cariri, com qualidade inferior. "Trocaram as portuguesas, que durariam pela vida inteira, por essas que nem terminaram de ser colocadas, e já estão saindo ou se quebrando". As pedras retiradas estariam sendo levadas por caminhões da empresa ou sendo acumuladas na calçada e nas ruas próximas ao local. "Ninguém sabe para onde estas pedras, que devem ter alto valor comercial estão indo. As outras ficam aqui acumuladas, causando acidentes com os pedestres que precisam passar por aqui. E, ninguém diz um prazo para que a obra da calçada e do Mercado realmente seja concluída", reclama.

O arquiteto Akel Fares Filho, do Programa Monumenta, do governo federal, que está sendo executado pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), explicou por telefone que a retirada das pedras de lioz foi feita "porque estavam muito quebradas". No entanto, ele garante que elas serão recolocadas na calçada de acesso ao Mercado, pela rua 15 de Novembro, e nas marcações das entradas pela avenida Boulevard Castilhos França e pelas vias laterais. "Se tivéssemos lioz para toda a calçada, nós colocaríamos. Mas não é possível, em função do estado em que as pedras se encontravam", destaca o arquiteto. A previsão da conclusão da obra no calçamento é de 15 dias, e as pedras que sobrarem, deverão ser encaminhadas para a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), que conta com um depósito para recolher os materiais.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Peguei um taxi, ontem....

E dai?
É que o taxista estava furioso. Me contou que caminhões sobem e descem a Ladeira do Castelo, ou seja, aquela ruinha que passa entre o Forte do Castelo e o MAS.
Disse que:
- desde que inauguraram o "trenzinho que não anda", caminhões com ou sem açai, usam aquela estradinha para chegar a Feira do Açai;
- na sua opinião, foi a trepidação causada por tanto movimento, que fez cair um daqueles casarões utilizados pela igreja;
- que por um curto periodo de tempo, pararam de passar por ali, mas que agora era um vai-vem a partir das 19 horas até as 5 da manhã;
- que não tem ninguem da CTBEL para tomar providências, e nem, ao menos, um pedaço de arame para evitar tanto transito;

Ele, indignado, concluiu "quando cair outro casarão, todos vão se perguntar "como então?"

Vejam so, ele não é um "profissional do patrimonio", mas um cidadão que presta atenção ao que acontece na sua cidade. Se todos os funcionários públicos fossem como ele, quem sabe nosso patrimonio estaria bem melhor... . Na verdade, não so o nosso patrimônio, mas a cidade inteira.