...E FOI DO POVO
...E VAI FICAR NA MEMÓRIA E NA HISTÓRIA.
Na nossa memória a lembrança de conselhos e proibições da Prefeitura, da Policia, de Médicos e Enfermeiros...
Na nossa lembrança, e a priori o receio de todos, que alguns ignorariam sejam
os conselhos que as proibições.
Na lembrança a pergunta de todos: como será esse Cirio sem a
procissão?
De véspera a primeira surpresa. Algumas pessoas ignorando os
pedidos das autoridades, arrumaram umas folhas de bananeira e algumas flores nossas
conhecidas, em cima de uma tabua e saíram na contramão de onibus e carros. Ali
estavam transladando a santinha querida deles.
Para alguns o importante era levar a “mãezinha” para a sua
igreja. Colocaram-se a uma certa distancia
um do outro e começaram a ver mais pessoas aderirem aquela caminhada. Passando
pela Basilica, já eram em muitos com suas imagens na mão. Mais andavam, mais o
canto aumentava com todas aquelas vozes que se juntavam.
Francamente quem via se emocionava ao ver aquela procissão
de mascarados, ESPONTANEA e SEM RICOS ADEREÇOS, levando a razão de sua fé para a igreja... Na contra mão de tudo e de
muitos, UMA TRANSLADAÇÃO FOI FEITA.
Nem todos aqueles que chegaram antes do sol nascer, puderam
entrar e participar da primeira missa na
Sé. Dezenas e dezenas de “transenas” impediam, juntamente com policiais e guardas
vários, o acesso a praça. E, mais o sol subia no céu mais pessoas chegavam com
seus objetos de cera, suas casinhas de madeira, seus miritis indicando O MOTIVO de suas promessas.
Era enorme a multidão cheia de fé que esperava la fora demonstrando sua devoção cantando, rezando, chorando, enquanto a missa era transmitida pela TV... D.Alberto foi “tocado” por aquela energia que chegava la de fora e decidiu levar a imagem tanto esperada até eles. A emoção tomou conta de todos e as lágrimas caiam enquanto ele abençoava os fieis. Uma salva de palmas ecoou: a segunda surpresa tinha sido obtida. Ao verem o carro partir com a santa, viraram de costas e iniciaram o SEU CIRIO, proibido: felizes, contritos, com mascaras e...cheios de fé.
Depois dessa surpresa D. Alberto vai em direção da Dr. Assis onde estava o carro que levaria a imagem peregrina até o helicóptero. Todos os moradores que seguiam a ceremônia pela TV, correram para a porta de suas casas ou para os cantos das ruas com a Dr.Assis. Ninguem se preocupou com a roupa que vestia... o importante foi a surpresa de VÊ-LA, NAQUELE DIA. As bicicletas ja tinham passado, muitas, sem que ninguem notasse: Estavamos todos em frente a TV e corremos para a porta.
O Portal da Amazonia estava vazio, mas lá pras bandas onde estava o helicóptero, começou a chegar gente, e novamente a emoção tomou conta do pedaço: choro, riso, rezas, cantos, palmas... e depois de passar por perto daqueles possíveis romeiros que pensavam ter perdido a oportunidade de ver a imagem da santinha, levantou vôo em direção de outros que a esperavam nos hospitais, em casa ou em outra praça.Enquanto isso acontecia na Cidade Velha, na Av.Presidente Vargas várias pessoas faziam o "seu Cirio". Grupos levavam cordas; outros "anjinhos" no colo; outros iam de joelhos. Todos independentes, agradeciam do mesmo modo que fariam se fosse a procissão oficial.
A GIGANTESCA DEMONSTRAÇÃO
DE FÉ E DEVOÇÃO A N.SRA. DE NAZARÉ DO POVO PARAENSE FOI DEMONSTRADA...
Foi muito bom esse registro que fizeste do Círio do Povo, da procissão espontânea, sem direção oficial, até contra ela, mas uma manifestação genuína, auto-organizada, até mais interessante por isso. Eu fiz o trajeto de bicicleta e vi essa procissão diferente.
ResponderExcluir